quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Nú em praça pública.

Assistindo o Happy Hour na GNT com a Astrid Fontenelli sobre esquizofrenia, ouvi um comentário de um dos entrevistados, que me pareceu muito interessante. Ele disse que a definição, pra ele, de loucura era quando o pensamento virava DOMÍNIO PÚBLICO.
Parei para pensar nisso. Deve ser difícil deixar escapar de seu controle tudo o que se pensa (em segredo). Ver exposto seus fragmentos ao alcance de todos.
Imagine só, todos nossos pequenos momentos de euforia, sacanagem, ou maldade, instantes de pensamentos irônicos, perversos, ou românticos, rasgos de insegurança, ou timidez, paixão, solidão, tudo exposto ao encontro de todos, como numa arena.
Quantas vezes não fingimos estar absolutamente poderosos e donos de nós em uma entrevista de trabalho, mas por dentro estamos tremendo de medo. Ou quando vamos ter aquela conversa com alguém que já amamos muito e fingimos não ligar, mas a vontade real é de se esconder e chorar. Ou na apresentação de um trabalho acadêmico, subimos ao palco dominando o ambiente, mas interiormente o coração bate tão forte que quase não conseguimos ouvir o que os outros falam.
É impressionante, se pararmos para pensar, quantas coisas nos vêem á mente e que fingimos não notar. Quantas situações sociais ficariam enlouquecidas se realmente déssemos vazão á tudo o que pensamos.
È bacana poder contar com um filtro, que serve como uma rede de segurança. Óbvio que a grande sacada é saber dosar, nem filtrar demais, nem de menos. Quem filtra demais não vive nada, quem filtra de menos vive se metendo em confusão. Equilíbrio é a grande questão de todo exagerado.
Mas ter tudo o que pensamos, exposto para os outros deve ser como andar pelado na Avenida Paulista. Pode parecer engraçado para quem vê, mas deve incomodar muito quem faz. Ninguém quer pegar friagem nas partes íntimas, sejam elas quais forem, o sexo, o peito ou coração. Ninguém quer expor tudo, colocar numa bandeja sem controle para análise de uma multidão.
Pensamentos são segredos que contamos ás vezes só para nós mesmos, devaneios que mostram várias facetas da nossa personalidade. A escolha que fazemos é que define nosso caráter. O pensar é livre. O agir e mostrar vai da generosidade, ou maluquice da cada um.

Parafraseando Caetano: “De perto ninguém é normal”
Domínio público?...Só se for para público escolhido a dedo.

Pensa nisso...(em segredo.)
Bjos
K.

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