quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Novo folêgo.

As coisas nem sempre são como parecem...
Hoje conversei com um moço, que a princípio, achei marrento e de mal com a vida. Desconfiado e de humor ácido, parecia alguém difícil de chegar perto... Isso na primeira olhada, até o papo chegar em relacionamentos e de repente ele se transformou.
Encantado por uma moça há algum tempo, baixou a guarda e mostrou todo um outro lado ao falar do assunto, o que me surpreendeu totalmente. Parei pra ouvir e descobri alí outro ser:gentil, educado, cavalheiro. Gostei do jeito do moço e a maneira bacana como ele falava dela e torço pra história deles dar muito certo. Gosto de ouvir sobre relacionamentos que estão começando... gosto de ver esse brilho no olho.
Resolvi então postar de novo sobre esse tal de "encantamento" , quando acontece esse descobrimento , esse arrebatamento, esse lugar onde baixamos a guarda e deixamos entrar na nossa estória outro alguém.
Dentro de nós, muita coisa muda, ganha outra vestimenta, outras cores. Quando estamos encantados, existe uma leveza que nos transforma...
Queremos ser melhores, maiores, mais vivos, mais inteligentes, mais engraçados, mais corajosos...Ganhamos folêgo!
Não me lembro da última vez que me encantei de verdade por alguém ( mentira minha!), mas lembro com um frio na barriga a sensação que é o tal encantamento. A risada, o olhar mais aguçado.... as pequenas surpresas e gentilezas...O novo.
Encantamento vem de todo jeito e nem sempre é tranquilo. Ás vezes é um pouco complicado porque nos encantamos por pessoas que não estão disponíveis naquele momento...(ahhhh a ironia da vida, os pequenos testes que fazemos com nós mesmos!)....
Encantamento não tem hora certa nem receita, vem em todo tipo de pacote, ninguém sabe bem explicar porque aconteceu. Mas, quando surge, vem com força e te arrebata e mesmo sabendo que ás vezes não pode ser, fica aquela coisa contemplativa acompanhado de um monte de "SE":
Se estivesse solteiro..
Se notasse que eu me encantei..
Se também tivesse interesse..
Se soubesse como gostei...
Se me telefonasse...
Se tivesse conhecido antes...
Mas, mesmo no "Se" o encantamento vale a pena...porque prestar atenção no outro tira o foco de você. As coisas ficam menos sérias, a vida fica mais estimulante e olhar ao redor bem mais interessante...
Você se percebe no olhar do outro. E o outro se vê em você.
Nem que seja furtivo e meio escondido.
Nem que seja de relance.
O encantamento é uma lufada de ar, um aprender a respirar de novo...
Mesmo se não der certo, valeu á pena, como todas as pequenas coisas que realmente fazem diferença.
Mesmo que não dure pra sempre.
Mesmo que nada aconteça.
Mesmo que seja só assim.

Um maravilhoso 2011
bjos K.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Os Três

Fim de ano é aquela loucura, tempo de refletir, de ver os velhos amigos, de sentar á mesa de um bar e dar muita risada. O tempo pára e nos pegamos analisando o que fizemos e de uma forma boba visualizando um futuro magnânimo, cheio de sonhos, como se a mudança do calendário pudesse nos dar um gás novo na realização de tudo aquilo que sonhamos viver.
Fim de ano também tráz aquela coisa família reunida, e vendo meus irmãos sentados ao redor da mesa, onde também estão nossos filhos e nossa mãe, eu me pego pensando como podemos ser tão diferentes e tão iguais.
Familia reunida é aquela bagunça, divagamos sobre o futuro, lembramos do passado, rimos e choramos de coisas boas ( e nem tanto) que lembramos. Brigamos por pontos de vista diferentes, fazemos piada uns dos outros, percebemos pequenos tiques que vão se acumulando, discutimos relação...
Somos três, muito distintos entre si...
Um é mais bélico, cuidador, nunca deixa de estar ao seu lado se "a chapa esquenta", mas se o tempo está ameno, quase não o vemos, está sempre correndo, trabalhando :"O" responsável...
A outra articulada, estourada e chorona, gosta de participar de tudo, de estar presente, de dar ombro, bronca, colo e claro, a chave da casa:"A" acolhida.
E tem também o caçula...
Ele é "A" música. Por ser música, cria um elo invisível entre todos os outros membros da família...Mais tranquilo e bom ouvinte sabe entender todos os lados. Como um bom conciliador, quando a coisa pega fogo ( e sempre pega entre o Responsavél e a Acolhida) ele aparece e coloca água fria para os ânimos se acalmarem...Ele lembra o porque estamos alí. O caçula guarda lembranças em caixas especiais. Ele sabe um segredo: "Que somos um por todos e sempre, sempre, todos por um " . Ele é a memória afetiva que não nos deixa esquecer.
A casa no fim de ano, está cheia de som, e como quando eramos pequenos, estamos todos juntos de novo, comendo a comida da mãe, ouvindo violão sentados no chão, contando estórias, ajeitando o jardim, experimentando doces e ficando juntos em silêncio até alguém começar a rir... Por um pequeno espaço de tempo, não somos só pais, voltamos a ser também filhos e aí então somos mais ainda irmãos... E o tempo passa devagar, e os dias correm sem a gente notar e em volta daquela mesa na sala de jantar, que agora está pequena pra Responsabilidade, a Música e a Acolhida sentarem com toda a bagagem que acumulamos no caminho, olhamos nossos filhos, olhamos nossa mãe e a vida toda que passou e ficamos tranquilos, sabendo que apesar de todas as diferenças entre nós, existe uma certeza de que naquela casa atulhada de gente nunca faltou nada...
Muito menos amor.

Feliz 2011!!
bjos
K.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

NINHO VAZIO

Para pais nada é fácil...
Você sonha que vai fazer diferente, que vai criar um relacionamento baseado no dialogo, que vai dar para seu filho tudo o que não teve, que vai fazer absolutamente o contrário que seus pais fizeram com você. Ai vem a realidade e você ouve seu filho adolescente dizer que você é careta, não entende nada e fica aquela pergunta no ar:
- Onde foi que errei?
Meu filho acabou de sair do ninho, dezessete anos e vontade de andar pelas próprias pernas, ele me diz que quer ir morar com o pai, porque de acordo com ele, eu sou uma chata, que não entendo nada, e que fico cobrando o tempo todo.
Pois é, estou aqui dando a cara à tapa...Justo eu que estudei tanto, que me preparei tanto, que vivi tanto, hoje me vejo nesse enorme vácuo tentando entender aonde foi que a conexão falhou.
Não importa o quanto tenhamos vivido, o quanto aprontamos, o quanto “quebramos a cara”, tentar explicar isso para alguém é como tentar explicar o gosto de um doce muito bom. O outro pode ter até uma noção, mas só vai entender bem provando.
É difícil para pais deixar o filho seguir o seu próprio caminho, quando se tem a certeza que lá na frente ele vai dar com a cara no muro, e que vai doer.
È difícil abrir mão, mas é imprescindível para o processo de crescimento do filho.
Mesmo que doa, mesmo que dê tudo errado.
A grande sacada de ser mãe, acredito eu, é estar sempre a postos pra ajudar a colar os caquinhos (quando precisar) e confiar na semente que se plantou ao longo da vida, acreditando fielmente que porque você fez o seu melhor, em algum lugar dentro dele vai estar aquela vozinha dizendo pra tomar cuidado, pra não tomar friagem, pra olhar pro lado, pra ter coragem, pra ser educado, pra ser o melhor que puder ser ....
E a gente se recolhe temporariamente, pede força e tranqüilidade, e reza baixinho, torcendo pra ele ser feliz.
Sempre.

Love u...
Boa sorte!
K.

domingo, 24 de outubro de 2010

A Cara e a Bunda.

Eu passei esses dias por uma cirurgia. Sim mais uma! Meu corpitcho cansado de guerra de vez em quando dá tilt.
Devido ao processo de hospitalização e repouso me vi grudada na televisão...
Não conseguia ler nem me aquietar, então grudei na telinha.
Grudei só não, criei um novo vício...( justo eu que sempre fui tão contra!!!). Fiquei afccionada por um reality show, desses bem cafonas, com artistas de TV.
Nessas minhas idas e vindas com meu novo affair escondido, passei horas divagando sobre algo que me deixou pasma:
”A intimidade pode ser mesmo um veneno”.
Você olha aquela pessoa na TV, linda, leve, produzida e siliconada e por alguns momentos se esquece de que aquele ser também acorda com a cara inchada, de mau humor ou virado do avesso. Aí vem o tal "reality" e mostra "fulana e sicrano" lavando banheiro...acabou o glamour.
Ver isso ao vivo na telinha te dá uma sensação maluca de voyer e juiz do drama alheio. E você se questiona como seria se fosse com você ( obvio sempre achando que você é muito acima disso tudo e nunca faria nada igual, porque você é emocionalmente equilibrada e absolutamente madura!)
Observando caras, bocas e bundas, nota-se como a primeira impressão é uma coisa besta. Não adianta ser linda e na convivência uma chata nada segura.
Não adianta fazer cara de paisagem e tentar segurar a onda se aos poucos aquilo que se é de verdade aparece, e vem te derrubando como uma enchente.
É muito ruim gostar de um personagem e depois desconstruir tudo isso no dia-á-dia. Ver aquele castelinho ruir, desabar na sua frente...uma tristeza.
Manter a pose cansa também!
No romance e nos relacionamentos é assim. No começo vem aquele encantamento cego, paixão avassaladora, química de pele incrível. Aí na convivência, com as pequenezas de cada um, as fantasias se desfazem, as pessoas ficam reais e é possível notar com clareza se essa estória fica ou vai ser gongada pra sempre da sua vida pessoal.
Quando tentamos transformar alguém no “nosso ideal de certo”( nota: essa frase por si só já é megalomaníaca e deve ser colocada em análise profunda!) é como tentar encaixar um quadrado em um circulo. Podemos cortar as bordas, mas nunca vai caber direito.
Bacana mesmo é dar tempo pra descobrir, quando se acha alguém legal, os pequenos defeitos, as pequenas arestas e sabendo disso, ainda assim achar que vale a pena.
Ver graça nisso e saber internamente que no dia á dia, você vai continuar pensando que é muito sortudo por ter ao seu lado alguém especial.
Achar um lugar tranqüilo dentro de você, onde a intimidade não seja assustadora,sofrida, dramática e sim uma coisa bacana, dividida e real.
Juntar as coisas, as estórias pessoais, as escovas de dentes, e ainda assim, continuar sendo único..sempre.
Saber se dar, sem se perder e sem fazer ninguém de refém.

Quer dramalhão?? Vem pro Reality Show você também.

Eu? Sou mais na linha do poeta...
Eu quero a sorte de um amor tranqüilo...

E vambora!
Boa semana,
K.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Foto antiga

Eu sempre fui tradicional em algumas coisas.
Gosto de ler livros que posso pegar na mão, marcar as páginas, parar, começar de novo, carregar na bolsa. Gosto também de fotos tiradas sem photoshop, espontâneas, de cara feia, olhos fechados, sorrisso aberto. Fotos que marcam um momento exatamente como são. Fotos que são reveladas e guardam na espera de chegar, uma pequena fagulha do que foi aquele instante.
Falando nisso, esses dias uma amiga postou no facebook fotos nossas aos 14 anos. Foi emoção pura. Lembrar daquela época, das viagens, das vontades e das amizades também.
Parece incrível, mas apesar de muito ter mudado e muita vida ter rolado, ainda mantemos contato com quase todos que estavam naquela foto de mais de vinte anos atrás.
É maravilhoso poder observar, anos depois, o que a vida fez de cada um.
Passamos uma época gloriosa juntos, quase que a adolescência inteira, e hoje já maduros e com filhos, ao rever as fotos, todos, absolutamente todos, se emocionaram.
Sentei com essa amiga num fim de semana desses, bebendo cerveja na casa dela e fizemos um balanço do que aconteceu com cada um..
È verdade que de alguma forma pueril achávamos que iríamos mudar o mundo, que nossa vida ia marcar para sempre a história da humanidade e infelizmente não foi bem assim.
Alguns de nós viraram médicos ( como a Dani de Recife- saudades sempre amiga-) outros advogados. Alguns estão perdidos por aí, existem ainda aqueles que estão na mídia. Alguns mudaram de país, foram morar fora. Outros casaram, separaram e casaram de novo. Alguns, voltaram pro Brasil e começaram outra vez. Outros, quem diria, viraram "Chefs"...
O mundo deu suas voltas.
Eu, apesar do desejo de menina, não aprendi a dirigir , o que impossibilitou meu sonho de ser a primeira mulher a fazer o Paris- Dakar e a minha amiga não virou vice presidente de uma multinacional, apesar de toda capacidade para isso.
Nada disso importa, olhando para trás, para aquela foto de 1984, é bonito ver quanta vida passou.
É bonito saber que o que plantamos lá naquela época, ainda rende bons frutos. É maravilhosos poder dizer: -Eu vivi. E saber que foi de forma plena.
No mesmo registro daquela foto tão fora de foco e desbotada, estão as nossas vontades e sonhos, que vida levou. A gente cresceu, mas no fundo , o que marcou foi uma vontade maior...
A de ser feliz!

Aos amigos do Shnat- Machon 1987...o ano em que mudamos tudo.
Bjos
K.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Cauda de Cometa (Pobre, pobre Mikelly)

O nome dela era Mikelly, sim porque a mãe ouviu uma vez a patroa falar um nome que soava assim e achando lindo, quase estrela de cinema, batizou a menina, que cresceu na periferia da cidade, com a promessa de ser alguém.
Os pais muito pobres,faziam de tudo para agradar á garota, que cresceu sem ser bonita, mas que aprendeu com a vida a saber se virar.
Era geniosa, difícil e muito ambiciosa. Passava os dias imaginado tempos melhores e fazia de tudo para que logo chegasse.
Um dia ao procurar emprego em uma galeria de arte, deu de cara no elevador com seu destino. Dentro de seu vestido novo comprado em seis vezes em um cartão de crédito emprestado pela amiga, Mikelly viu naquele senhor quase vinte anos mais velho a escada para sua subida meteórica.
Sabia falar bem e conseguiu o emprego, começaria no dia seguinte como recepcionista..
Seu namorado motoboy a levava todo dia ao trabalho, faça chuva, faça sol, gostava de ser gentil e era..
Mikelly da pele cor de azeitona e cabelo tingido de loiro claro, só pensava em se dar bem, sabia ser muito solicita, ficava até tarde no serviço, esperando a chance de conversar com o senhor do elevador, que era o dono do lugar.
Quando em uma noite de chuva torrencial o tal senhor ofereceu carona, Mikelly dispensou rapidamente o namorado motoboy com uma mentira de hora extra e saiu sem pestanejar ( com tudo já planejado, passou antes no supermercado e comprou a menor e mais apertada calcinha preta que consegui encontrar).
O senhor muito educado a levou á um restaurante tranqüilo onde poderiam calmamente conversar. Mikelly deslumbrada pediu os pratos mais caros, sem saber na verdade se gostava, tentando impressionar.
Foram ao motel, o senhor de terno já sem roupa não era lá essas coisas, e seu hálito recendia á cigarro, Mikelly detestava, mas fingiu com maestria não se importar..
O sexo foi rápido e desconfortável, mas Mikelly amou o quarto, Mikelly amou o carro, Mikelly amou o luxo e resolveu ignorar.
Mikelly mentia para todos, inclusive para o namorado (apesar de estarem juntos há cinco anos) e ele que conhecia cada trilha de seu corpo e conduzia com maestria de “cachorro louco” os caminhos que á levavam ao prazer não entendia essa ponte distante que ela criava entre os dois.
As saídas com o senhor ficaram mais constantes, o sexo continuava péssimo, mas Mikelly se obrigava a não ligar, e apesar de voltar toda vez para casa amargurada Mikelly ganhou um carro, viagens para a praia e até um cachorro.
Mikelly sentia que seu dia havia chegado. Nunca mais havia tomado um ônibus lotado. Nunca mais pagou um cartão atrasado. Nunca mais se sentiu pobre.
Casaram-se.
O Motoboy foi convidado. Coração partido, mandou um presente com um cartão, que Mikelly não leu..nem sabe direito porque.
Mikelly chegou lá.
Mas toda noite, quando o marido dorme um sono pesado, Mikelly levanta na ponta dos pés e vai até a varanda. Na quietude da cidade, sozinha com seus pensamentos, Mikelly lembra do que deixou para trás, e se ouve um rouco de motor de uma moto que passa na rua, Mikelly chora escondido, seu coração bate acelerado e perde o ritmo dizendo: saudades, saudades, saudades.

Porque beijar na boca com vontade...não tem preço!
bjos
K.

Pinochio e seu pequeno nariz.

Uma querida amiga, em momentos de aflição sentimental recorre á um homem colega para pedir ajuda e ouvir opinião sobre a maneira masculina de pensar.
Eu pessoalmente acho graça nessa relação porque o homem em questão ( vamos chamá-lo gentilmente de Mr X) não é exatamente assim, um exemplo de bom caráter.
Minha amiga conta que quando desfia suas dúvidas para Mr. X ,em relação á comportamentos do homem escolhido por ela no momento, Mr. X fica indignado que o “tal escolhido” possa ter tamanha incoerente reação. Ela me conta animada que o Mr. X falou, e diz que ainda há esperança da relação entre ela e o bonitinho mudar. Mr. X só diz o que minha amiga gosta de ouvir.
Eu ouço cética, e normalmente deixo de omitir minha opinião porque não quero magoar a querida em questão. Mas como esse Blog é um lugar para reflexão, deixo aqui meu parecer...para criar no mínimo um debate.. ou um novo olhar.
Quando perguntamos algo para alguém, o fazemos porque acreditamos que nossas personalidades são parecidas.
Admiramos o caráter da pessoa á quem solicitamos opinião. Achamos que a pessoa tem um mínimo de retidão. Sua visão sobre certos assuntos nos faz diferença .
Dar uma opinião é algo importante porque baseamos normalmente nossas respostas naquilo que já vivemos, naquilo que já sentimos e principalmente nos erros que cometemos e não queremos voltar a fazer. (Sim, continuamos com um imenso teto de vidro, e tentamos sempre melhorar apesar de..)
De que adianta pedir opinião á alguém de caráter duvidoso. De que adianta ouvir de uma pessoa um longo discurso sobre a beleza das relações ás claras, se quem nos dá o conselho não vive nessa retidão que exige dos outros?
Quem quer perguntar para o Pinochio se a história é verdadeira? Só mesmo se a intenção for para ver algo crescer.
Acredito muito em relação entres homens e mulheres, tenho dois irmãos á quem recorro constantemente.
Se tem uma coisa que eles me ensinaram é que ninguém dá um conselho verdadeiro sem usar como padrão pessoal. Um bom conselho é uma maneira de traçarmos nosso caminho também.
Palavras, são só palavras.
Elas só viram algo maior, se fazemos do que dizemos algo em que acreditamos e vivemos.
Senão, somente conselhos da carochinha, contados para crianças , antes de dormir, numa terra de conto de fadas, onde meninos de pau viram HOMENS de verdade.

Boa semana..
Boas intenções carregadas de verdade.
bjos
K.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Embaixo da ponte tem um viaduto.

Como todos bem sabem, eu não dirijo e não dirigir na cidade de São Paulo te coloca em uma categoria de cidadã observadora.
Quem passa o dia no carro vive alheio a estranhíssima fauna que ronda nossa cidade.
Pra mim que vivo á pé, as cores são outras.
Passo minhas tardes descrevendo para amigas as situações mais bizarras que vejo dia a dia  surpreende e que um cidadão motorizado não perceberia nunca com os vidros do carro fechados e a musica ligada.
Pego um ônibus lotado, hora do rush..ao meu lado senta uma moça vestida como advogada, saca o celular da bolsa e começa a falar muito alto com a voz anasalada.
-Claro amiga, escuta o que estou te dizendo, ele é casado e só quer te comer..
-Não amiga, ele gosta de você, mas não gooooossstaaaaaa entende?.
(Não ouço o outro lado da conversa, mas pelas respostas pode se imaginar aonde íamos parar.).
-Você usou a lingerie que te dei amiga?
-E o que ele falou amiga?
-Claro né amiga, não falha nunca. Você sabe que sou poderosa né amiga? E comigo ou dá ou desce...
-Amiga, falei pro Vanderlei que era a última vez aí ele me levou naquele motel, lembra amiga?
-Foi o máximo amiga, logo mais pode escrever que ele vai largar a loira azeda..
-Eu sou fogo amiga.
Presto atenção nessas coisas, não consigo evitar.
Se bem que no tom em que ela falava, tenho certeza que todo o ônibus prestava também.
Desço do ônibus atrasada para minha aula, pensando no que "a amiga" poderia ter dito.
Tento atravessar a rua mas sou impedida por uma multidão em circulo.
No meio da roda uma moto caída, dois homens no chão agarrados num mata leão.
O motoboy gritava com um homem visivelmente embriagado:
-Você podia ter nos matado
Ao que o homem respondia:
-Me larga mano, assim não quero mais brincar.
O povo em volta dá muita risada.
Parece que o bêbado em questão queria brincar de dançar entre os carros e acabou derrubando o motoboy. Quando foi jogado ao chão ele achava que o motoboy tinha entrado na brincadeira.
Esqueço o atraso e paro para um café no canto do bar um casal enamorado:
-Você lembra? Quando te liguei a primeira vez, achei que você não ia aparecer..
-Pois é- responde o rapaz com cabelo espetado e um leve blush.- Eu fiquei naquele restaurante japonês me embriagando de saquê achando que tinha tomado um cano.
O rapaz mais forte segura na mão dele e diz:
- Valeu a pena esperar não?
Eles sorriem e se abraçam, me pego sorrindo também.
Eles me olham, sorrimos todos.
Faz calor, a cidade está agitada.
Seguimos em direção oposta... me sinto acompanhada.
Os personagens da cidade fazem parte de mim, não sei o que eles pensam quando me vêem, mas tudo que ouço eu registro em algum lugar do meu dia,
eu os levo comigo.
Por segundos somos todos cúmplices da mesma cena.
Fazemos parte de algo imenso e incrivelmente particular...
Como juras de amor que se diz ao pé do ouvido.

Porque boas histórias nasceram para ser contadas.

Bom finde.
Bjos K.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Injeção na Veia.

Eu andei muito doente essas últimas três semanas.
Fazia tempo que não me sentia assim. Tudo doía, até meu cabelo. Fiquei de cama, tomei dúzias de remédios, fui parar no hospital várias vezes, um porre!!
Médico pra cá, médico pra lá e ninguém sabia exatamente o que era..
Gripe mal curada? Inflamação de ouvido? Intoxicação alimentar?
Conheci vários caras legais, todos doutores, que me viraram de ponta cabeça e não sabiam exatamente o que me dizer. Afe, um glamour!
Foi complicado, porque estar doente deixa a gente carente e sensível...Eu só queria deitar e dormir e se pudesse sumir.
Mas a doença trouxe um saldo positivo. Além de fazer o check up que venho adiando há anos, também me deu a oportunidade de ver como sou bem amparada, como é forte minha rede de amigos.
È impressionante que quando você está no fim das suas forças, sempre aparece alguém legal pra melhorar seu dia, dizer que vai passar, segurar a tua mão e te fazer rir da situação.
Amigos... Amigos, dos bons.
Eu fiquei uma chata, e mesmo assim essa rede de segurança não desistiu de me colocar pra cima. Chorona, eu queria ficar quietinha e sabe o que? Foi impossível, toda hora telefone tocando pra saber se estava tudo ok...E no final me fez muito bem!
Não sei porque quando tudo está difícil queremos mais é nos esconder e ficar sozinhos... Com boas pessoas ao lado fica tudo bem mais fácil! A vida segue seu curso natural e tudo está exatamente onde deveria estar.
Esse tipo de coisa nos faz rever a nossa própria estória e perceber que ao longo do caminho talvez plantamos algo muito bacana, porque na hora de precisão, houve muitos bons frutos e muita sombra acolhedora pra relaxar embaixo.
Talvez não somos tão tortos como pensamos.Talvez façamos muitas coisas certas sem notar. Talvez estamos andando na direção exata.
O que sei é que pode ser que ainda não está tudo cem por cento...
Pode ser que ainda tenha uma coisinha aqui e outra ali pra resolver. Mas se você me perguntar hoje como vão as coisas...
-Está tudo ok sim.
A gente vai levando, com uma boa ajudinha dos amigos.
E isso é melhor que qualquer remédio.

Saúde pra todos..
Bjos
K.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Demode.

Me lembro de uma época que o grande medo da humanidade era a guerra nuclear, ou o fim dos tempos.
Hoje existe um novo pavor, uma coisa que deixa todo mundo de cabelo em pé...
Das muitas coisas que tememos, nada é mais assustador do que “te amo”.
Parece bobagem mas não é..
Absolutamente não estamos preparados para falar ou ouvir tais palavras.
Parece que uma declaração de amor hoje em dia tem o grande poder de minar relações...
Parece que ao dizer que ama, o outro se coloca em posição desfavorável, provocando quase um sentimento de pena:
- Tadinho, ele falou que me ama, fiquei até com dó.
Não sei como foi que isso aconteceu... Tudo é tão rápido que estamos acostumados somente com o descartável, o reciclável.. Uma jura de amor tem som de eterno.. E nada eterno cabe nesses dias tão modernos.
Amar ficou fora de moda, careta e brega até...E nem estou falando de dor de corno, porque isso é uma outra coisa... Estou falando daquele sentimento de querer bem, porque assim é.
Uma pessoa que recebe uma declaração de amor, não se sente especial.. Se sente cobrada.
O que não vemos na verdade é que ninguém que ama quer grande coisa em troca, a não ser poder falar abertamente desse sentimento.
Estar apaixonado e se declarar tem hoje em dia a mesma função da máquina de escrever.. Já ouviram falar, não lembram como usar ou nem sequer chegaram a ver ao vivo.
Eu como romântica incurável, acredito que ainda vai chegar uma hora, nesses dias tão atribulados, que vamos perceber que o descartável tem gosto de papelão e vamos procurar algo com mais sabor e mais cor.
Até que isso aconteça.. Deixo aqui algo que não é meu...( é de um grande poeta americano que está entre meus favoritos) mas carrego comigo como se fosse, para lembrar para quem esqueceu, que amar é bom.
Viver também.

I carry your heart with me; I carry it in my heart
I am never without it
Anywhere I go, you go my dear
And whatever is done by only me, is your doing, my darling
I fear no fate, for you are my fate, my sweet
I want no world, for; beautiful you are my world, my true
Here is the deepest secret no one knows
Here is the root of the root and the bud of the bud
And the sky of the sky of a tree called life
Which grows higher than the soul can hope or mind can hide
It is the wonder that’s keeping the stars apart
I carry your heart I carry it in my heart…

E.E. Cummings

Deixa a chuva lavar todo o medo..
Bom finde
K.

sábado, 3 de julho de 2010

Lotado de cor.

Me contaram por aí que você andava pensando em me ligar...Você andou perguntando sobre mim e descobriu que estou bem.
Disseram que você anda lembrando da minha gargalhada e da maneira como sou desajeitada e que isso te deu uma saudades braba...
Pois é, quem me contou isso foi superbem intencionada, pessoa do bem que não se conforma que uma relação tão longa como a nossa terminou em nada.
Preciso confessar aqui, nesse espaço que é só meu e de domínio público, algo que nunca teria coragem de dizer pessoalmente pra você...
Eu não sinto sua falta.
É verdade que quando você foi embora eu me peguei meio perdida, eu estava tão acostumada a ouvir sua voz grave e acusadora dando palpite em tudo, que fiquei com medo de não saber me virar sem você.
Você que entrou na minha vida quando eu ainda era uma menina. Você que me acompanhou em tantos lugares. Em casamentos, em festas, em funerais, em eventos, em shows. Você que colocava sua mão pesada no meu pescoço e simplesmente guiava meus passos quando eu estava meio indecisa sobre onde ir. E eu que fiquei tão acostumada com essa falsa segurança.
Você em quem eu confiava cegamente, até mesmo quando eu achava que nem tudo era só preto ou só branco como você duramente afirmava. Eu sempre achei que haviam várias outras cores. Você que me amendontrava com o céu e o inferno, a dor ou o amor...nunca havia meio termo, nunca nada era brando.
Você que falava de você horas á fio e eu escutava porque sabia que naquele momento era o que você precisava.
Tudo era sempre sobre você... Você que era tão importante. Você era imprescindível, mesmo que minha vida estivesse girando como um carrossel desvairado... Você que dizia que eu era quem causava a confusão, de tudo, de todos, em tudo, em todos.
Você foi embora porque eu era demais. Muito intensa, muito sensível, muito tudo.
A vida passou e eu percebi que sem você eu era mais feliz.
Eu podia brincar com outras cores sem sua crítica mordaz.
Eu podia respirar sem sua mão pesando, sempre tentando me fazer andar.
Eu podia gargalhar, sem parecer vulgar.
Eu podia ser EU.
E gostei do que eu vi.
Você pensa em voltar mas singelamente resolvi te avisar..
Não tem espaço mais na minha vida pra você.

Espero de coração que você esteja feliz..
e que a vida seja gentil com você.
Fica bem.
K.

sábado, 26 de junho de 2010

Á Francesa.

Nikky vivia rodeada de amigos, nunca tinha se apaixonado e achava que o amor era só uma ilusão para vender mais perfume em datas especiais.
Já tinha namorado alguns moços bacanas, mas diferentemente de suas amigas, nunca tinha sentido nenhuma grande explosão.
Nikky achava que era fria e assim se conformava em ser.
Nikky vivia com a família tradicional e gentil, mas que nunca discutia assuntos desse gênero em uma mesa de jantar.
Nikky estava acostumada a guardar tudo dentro de si.
E ela guardava diques e represas de sentimento contido.
Um dia surgiu a oportunidade de estudar fora, não pensou duas vezes, precisava sair do marasmo e foi, mudou de país, com cara a coragem e sem idéia do que ia ser.
Chegou do outro lado do continente, sem conhecer ninguém, mas feliz...
Andava quando queria, dormia quando queria, comia quando queria... Uma nova sensação de total liberdade se apossou de Nikky e com essa sensação um monte de sentimentos pequenos foram vazando...
Um dia na aula de culinária, Nikky notou uma moça bem mais jovem que não tirava os olhos dela...
O coração acelerado.
Ficou sem graça sem saber porque.
A moça se aproximou, perguntou algo...
Começaram a conversar, saíram para jantar e a moça sem avisar beijou Nikky, e sem que ela entendesse , sem que notasse a represa arrebentou.
Tudo fez grande sentido e Nikky entendeu porque nunca antes havia sentido tantas coisas juntas...
A vida começou a fazer sentido.
Voltaram juntas para o Brasil, e abriram um restaurante.
Da última vez que vi Nikky elas iam comemorar oito anos de relação com uma super viagem pra um lugar muito romântico.
A família de Nikky continua sem comentar o relacionamento.
Mas todo domingo quando elas vão almoçar com a família e levam junto o cachorro que adotaram, a mãe de Nikky olha o bichinho e diz toda contente:
-Vem com a vovó totó.

Amor é bão!

Amiga, saudades de vocês..
K.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

o casaco de visão.

Fui dar aula para umas aluninhas minhas e durante o café elas me contam indignadas que a mãe, uma mulher chiquetéssima que eu adoro, ao ver uma mulher dormindo na rua no dia mais frio do ano, não teve dúvida, tirou o casaco que havia trazido de uma viagem de fora do país e deu para senhora em questão.
As meninas ainda adolescentes, não entendiam como a mãe deu assim, para uma estranha completa, um casaco tão lindo e caro, que elas disputavam entre si para usar. A mãe, que é de uma delicadeza impar, respondeu tranqüilamente que o casaco foi feito para aquecer e que estava cumprindo sua função.
Adorei essa história, e voltei pra casa pensando em como a mulher moradora de rua deve ter se sentido.
Gosto de imaginar finais felizes... Gosto de imaginar histórias. Então desenvolvi mentalmente um enredo para a moça e o casaco.
Vou chamá-la de Veridiana...

Veridiana recebeu o casaco atônita. Nunca antes em sua vida havia possuído algo tão bonito assim. A moça que lhe deu o casaco não a tratou com desprezo, olhou nos olhos dela e deu um sorriso tão gentil que aqueceu o quarteirão.
Estava na rua porque havia sido enganada, uma promessa fajuta de amor a havia trazido de muito longe para São Paulo e quando aqui chegou, encontrou outra mulher morando em seu lugar, no lugar que ele, de olhos cinza havia prometido para ela.
Sem parentes e sem amigos, Veridiana não sabia o que fazer. Também não havia vindo preparada para enfrentar um clima tão frio. De onde ela viera, só havia sol...Muito sol. Ela sentia falta disso.
Veridiana se sentia a última das mulheres, não só fora enganada, como agora era descartada e engolida pelo cinza mecânico dessa cidade.Tinha se tornado invisível.
A moça bonita do casaco perfumado foi a primeira pessoa que notou Veridiana.
A moça lembrou Veridiana do quanto ela era especial.
Na manhã seguinte Veridiana foi procurar emprego, se sentia linda com o casaco novo. Confiante e tranqüila logo se acertou.
Arranjou um restaurante onde podia morar no quarto dos fundos.
Veridiana que sempre foi boa cozinheira, sabe que irão gostar de seu tempero.
As coisas andam tranqüilas agora. Mas às vezes Veridiana sente ainda um pouco de medo da cidade tão grande.
Quando é assim, ela veste o casaco e se sente protegida e amparada.
Lembra do sorriso da moça e de como se sentiu ao ser notada.
O casaco e Veridiana estão seguindo sua missão.

É assim que devia ser..
Quando um gesto de delicadeza pode fazer toda a diferença e mudar a história.

Essa vai para a moça chiquetéssima, que todo dia me surpreende, apesar de tantos anos que somos amigas.
Love u.
Bjo K.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Passa- tempo.

Ele me pediu para esperar, e eu esperei.
Ali de pé mesmo, achei que era coisa rápida e não me importei.
Passou um tempo, minhas pernas começaram a ficar cansadas... Estava desconfortável, sentei.
Ele pediu para eu esperar... Eu esperei sem reclamar. Mesmo com a câimbra que me dava de estar assim, tanto tempo sentada na mesma posição.
O chão era duro. Mas ele pediu para esperar. Esperei.
Meus dedos começaram a doer por causa do frio, eu não tinha saído preparada para uma espera prolongada. O vento congelava meu pé, mas tirava o foco da câimbra. Ele pediu para eu esperar. E alí fiquei.
Acendi um cigarro para o tempo passar.
Tic tac,
Tic tac,
Tic tac...
Alguém de longe acenou em minha direção, parecia um moço bonito. Não fui checar porque ele me pediu para esperar. E assim como eu estava, não atrevi me mover.( Apesar do moço parecer muito empolgado em me ver...)
Ele pediu para esperar, eu comecei a me preocupar,eu mandei torpedo, eu tentei ligar, mas ele estava incomunicável. Resolvi aguardar.
Ele pediu para eu esperar, mas toda aquela espera sem sinal nenhum começava a me incomodar, agora já nem era o frio, acho até que já tinha mudado a estação. Parecia que tinha chego o verão.
O que me incomodava eram as raízes que eu tinha criado.
Por que mesmo é que eu havia esperado?
Meu corpo adormecido,criou um vinculo com a espera.
Outra vez vi o moço bonito, dessa vez ele veio mais perto.
Pedi pro moço me ajudar a levantar, e lentamente comecei a andar.
A vontade de ver outras coisas não me deixava mais ficar.


Eu sei que ele tinha me pedido para esperar...
Só não me lembro mais porque...

K.

Migalhas...

Todo mundo exalta as qualidades do amor, as vantagens de se estar apaixonado, as vontades, as saudades...
Mas existe um lado do amor que é bem menos glamouroso...Um lado que quase ninguém lembra, e quando menciona, vem carregado de subterfúgios e sussurros. Um lado que nos envolve de vergonha.
O amor às vezes nos leva a mendigar...
Isso mesmo, mendicância pura!
E não importa se você tem duas faculdades, fala seis línguas ou se é PHD em algo.. Um dia ou outro, sem querer e sem notar lá está você: mendiga.
Esse é aquele degrau que não sabemos bem como foi a que fizemos a dura caminhada até lá...mas quando nos damos conta, queremos descer o mais rápido possível e não lembramos direito o caminho de volta.
A mendicância é antítese do amor, o próprio.
Tenho uma amiga maravilhosa, pessoa bacana mesmo, divertida, bem humorada, inteligente, ganha bem, mora bem, tem muitos amigos... E é mendiga. Daquelas brabas. Daquelas que se você cruzasse na rua, ia ter medo de andar do mesmo lado da calçada.
Se envolveu com fulano e viveu um grande amor que acabou.Todo mundo sabe, todo mundo vê.. ela não. Ele mora com outra, está indo viajar para Europa de férias e ela liga pra saber como vai e pasmem: vai cuidar do gato dele quando ele estiver com a outra em férias.
Por que? Ninguém sabe explicar... Nem ela mesma.
Ninguém sabe como aconselhar, porque no fundo, no fundo, todas nós temos um imenso teto de vidro quando se trata de mendigar.
Que atire a primeira pedra aquela poderosa que nunca insistiu mesmo sabendo que A-CA-BOU!!!
Algumas de nós usam a desculpa de que não é possível ele ter encontrado outra ( que o entendesse, que o amasse, que o ouvisse, que o desejasse, que fosse na cama...) tão boa quanto ela.
Pois bem, ele encontrou! E ao meu ver, até encontrou outra totalmente diferente dela, tão diferente que de nada lembra a moça em questão ...
O que importa? É outra e ela continua a mesma. E acreditem, não tem nada de errado em ser ela.. ela só não é a outra..
Ahh os circulos viciosos do amor!
Eu não posso falar muito, também insisto naquilo que já não tem mais o mesmo brilho....
Insisto porque achei um dia que ia ser perfeito. Insisto porque sou uma romântica incuravel que acha que vale a pena, mesmo quando não é bilateral...
Insisto até acabar a cegueira.
Eu vi, o outro não.
Fazer o que?
Não adianta se martirizar na vergonha de ter insistido tanto.
O melhor a fazer é admitir, que surtou, que gostou mais, que fez demais.
E esperar por uma próxima, porque as próximas sempre acontecem.
Dessa vez ( oxalá) com quereres iguais, com alguém que seja tão imenso quanto você.

Nas voltas estranhas que o mundo dá, a gente acaba acertando...
Boa semana.
Bjos.
K.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Batucada braba.

Helena sempre agiu conforme o figurino.
Boa moça, aprendeu a falar francês e alemão, estudou piano clássico, nunca bebia mas sabia tudo sobre vinhos, como uma moça fina deveria saber.Também não falava palavrão, nem palavras feias, nem chulas..
Se formou muito jovem e emendou a graduação em uma pós, mesmo sem saber se realmente gostava da área. Fazia trabalho voluntário e freqüentava a missa religiosamente aos domingos, mas não entendia direito e tinha medo de perguntar se Deus realmente existia. Helena nunca levantava a voz, nem entrava em debates e era muito, muito infeliz.
Aos 43 anos, solteira, sem filhos e ainda morando com a mãe, Helena ganhava o suficiente para fazer o que bem quisesse, só tinha um único problema, Helena não sabia o que queria.
Um dia resolver num impulso (o que deixou a mãe horrorizada) fazer uma viagem de cinco dias para a Bahia.
Helena foi com as mil recomendações dos amigos e parentes( tão sensatos como ela) que uma moça de família devia levar ao ir á um lugar assim.
Chegando no hotel, sem nada programado para fazer, Helena se permitiu andar a esmo e se viu caminhando em direção á um batuque delicioso. Fim de tarde, roda de capoeira, Helena se pegou vidrada observando os movimentos de um rapaz mulato forte e ágil, e se encantou. Ele também gostou dela e uma coisa levou á outra. Saíram. E com ele Helena experimentou de tudo. Descobriu incrédula que ama cachaça e comer arroz com ovo, que gosta de andar descalça e nadar pelada. Descobriu que o Deus que ela temia não era nada rígido e Helena começou a freqüentar as rodas de candomblé.
Helena largou o trabalho e montou uma pousada. Adora dar aula de francês para a criançada da vila. Anda sozinha sem medo e fala ás gargalhadas.
A mãe de Helena quase surtou. Ameaçou, se internou, ameaçou internar Helena.
Falou com amigos, com conhecidos, mandou cartas e faz uma novena ritmada na igreja para que Helena volte.
Boa moça que é, Helena nem se dá ao trabalho de entrar em debate.
Cortou relações e manda todo mês um postal mais lindo do que o outro só pra mãe ficar tranquila que Helena está viva.
O capoerista foi amor passageiro.
Não sei se Helena encontrou um novo amor.
Mas ela encontrou a si mesma.
E está muito feliz.

por dias mais transparentes.
bjos K.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pequenas Lascas.

Já reparou que é quando você esta com a roupa mais relaxada, o cabelo em um dia ruim, sem maquiagem é justamente nesse dia que acontecem os encontros especiais?
Pode apostar, saiu de casa correndo, com a roupa meio descombinada, o cabelo preso em um rabo de cavalo, a cara lavada, sem perfume e PUM...Milagrosamente vem aquele bonito dentro da sua história e você fica mentalmente desejando ter tirado mais cinco minutinhos, só cinco, pra caprichar mais na produção...
A vida tem um senso de humor bizarro.(na verdade acho que é um senso de humor sensato).
Enquanto nos martirizamos tentando esconder o que achamos que é defeito, é justamente aí nesse ponto, nesse fragmento, que os outros nos notam mais.
Acho que na verdade isso é um lembrete diário pra nos provar que ninguém consegue viver no modelão.
Naqueles dias de produção “mega caprichada”, escova, manicure, depilação, roupa cara, perfume idem... Você chega achando que vai arrasar e ninguém te nota.
Por quê?
Por quê?
Porque na verdade, o que atrai o outro é você, como você é todo dia.
O seu jeito de rir jogando a cabeça pra trás, a sua mania boba de falar apressadamente sem fazer pausa quando está envergonhada, seu jeito de olhar com interesse quando algo te deixa confusa, sua vontade de querer ajudar, mesmo sem conseguir, a fala mansa ao acordar de manhã,o enorme tempo que você leva pra arrumar o cabelo, o jeito que você enrosca um pé no outro para dormir, a maneira como você conversa com os cachorros na rua...O jeito que você fica vermelha, quando revelam seus segredos.
São essas as coisas que marcam sua presença.
Pergunta pra qualquer homem:
-O que eu estava vestindo no nosso primeiro encontro?
Eles nunca vão saber dizer.
A única coisa que vão lembrar é como você encheu o lugar com sua risada, ou a maneira que você andou até o carro...
Sem saber, marcamos presença na vida dos outros da forma mais inusitada...Tentamos esconder justamente aquilo que nos faz únicos.
Gostar, querer bem é gostar também dos defeitos, das pequenas lascas, das pequenas falhas.
Bonito mesmo é aquilo que é imperfeito, mas vira perfeito pra você.
Ninguém sabe bem explicar...Um dia você olha e percebe que aquele monte de pequenas bagunças pessoais fecha bem com você, junto com toda a bagagem que isso acarreta.
E sem nem pensar, você vai abrindo espaço e quando deu por si, já criou um quarto dentro de você pra abrigar a bagunça alheia que entra na sua vida causando uma confusão...Mas que você adora e já não sabe viver sem.
Porque afinal, somos assim, um trabalho em construção...
E vivemos mudando.
Graças a Deus!

Boas..
bjos
K>

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Mala educacion....

Acabei de voltar de férias...Depois de NOVE anos trabalhando direto, ganhei do meu irmão o melhor presente que alguém poderia me dar...Uma semana inteira de sossego e mimo, em um outro país, com outra língua, conhecendo gente nova, sendo turista mesmo...
Passei super bem , relaxei, dei muita risada, comi bem, bebi vinho. PERFEITO.
Voltei renovada e muito, muito feliz.
Chego no Brasil, ainda rindo sozinha ( ou deveria dizer solita?? ) e pego o onibus no aeroporto internacional... Triste por deixar meu irmão e os amigos que conheci, feliz por estar de volta em casa. Ainda estava meio sonhando, tranquila, quando o motorista do onibus do aeroporto começa um mega bate boca comigo por causa da minha mala.. O ser em questão estava (sem dúvida nenhuma!) com algum problema pessoal e resolveu descontar em quem? Em mim!
Fiquei bravíssima, mas como acabava de voltar de uma semana de paz interior resolvi relevar.
No dia seguinte, saio com minha amiga Ann, chiquetéssima como ela só, para um jantariznho japones, e conto o acontecido.. a Ann de cima de sua finesse total olha pra mim e diz;
-Mau humor é falta de educação!
Pronto, resumiu tudo...
É isso mesmo Ann... Verdade absoluta...
Nada mais mal educado do que atacar alguém que não tem nada a ver com seus problemas porque está chovendo em cima de você...
Se eu não estou bem, eu simplesmente me recolho. Ninguém tem nada que pagar pelo meu baixo astral...
Uma energia ruim dissipada pode causar uma onda ruim de proporções tsunamicas!!!
Tá de mau humor?
Vai dormir!
Vai rir!
Vai namorar!
Vai comer!
Mas vai....
E só volta quando tiver de bem..ou então pelo menos aberto pra receber o bem.
O motorista deve estar até agora brigando com estranhos..
E depois não entende porque só chove na vida dele.
Um dia de sol pra nós..gente bem educada.
bjos K.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Só o pó.

Virada Cultural.
Pois é, a cidade ferveu...
Nós andando de madrugada de cima para baixo, conversando com estranhos, dançando com gente que nunca vimos antes, bebendo, dando muita risada...
A cidade compareceu em peso ,todo tipo de gente, todo tipo de música, todo mundo junto...
Sidnei Magal e sua cigana Sandra Rosa ainda levantam a galera.
Me esbaldei.
Passamos a noite inteira interagindo com pessoas muito diferentes de nós. Coisa que no dia á dia teriamos medo de fazer...
O centro, que durante o ano é um lugar de difícil acesso, ontem se transformou no coração da cidade...
As luzes, a música, as pessoas davam ao evento uma batida única...As ruas , sem carros.
A cidade continuava barulhenta como sempre, mas agora com um som muito diferente.
Chopin voador?
ABBA?
Velhas virgens?
Música eletrônica?
Me acabei de dançar.
Ás vezes é dificil lembrar porque moramos em São Paulo.
Em noites de virada, é fácil entender porque ainda amamos a cidade.
Virei a noite na virada, quando amanheceu foi que decidimos ir para casa...O nascer do sol no centro velho ainda é bonito de se ver.
Começo a semana acabada, mas muito feliz.
Só quem mora aqui pode entender que de vez em quando:"alguma coisa acontece no meu coração"...
E assim como a cidade mostrou, tenho certeza de que tudo pode acontecer.
Existe ainda a tal poesia.
Basta saber olhar...
Boa semana.
Bjos
K.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Tofú.

Na correria do dia a dia, ás vezes é impossível conseguir falar com quem se gosta de forma corriqueira. Por isso uma amiga e eu temos a mesma operadora de celular e usamos um plano especial com torpedos ilimitados, o que nos permite usar o celular como um MSN.
Passamos horas conversando. No transito, entre aulas e reuniões, falamos dos filhos, da família, das situações diárias e óbvio, também falamos muita bobagem e damos muita risada ao longo do dia.
Ontem não foi exceção. Estava eu, morta de frio, dez horas da noite, oito aulas seguidas, cheia de fome (meu almoço tinha sido uma barra de cereal), quando resolvi ( uma brilhante decisão!) comprar um milhozinho para tapear o estomago ..( nota pessoal: se você, assim como eu, usa aparelho fixo nos dentes, não faça isso.) Quando dou por mim, lá vai meu onibus embora, e eu teria que esperar pelo próximo pelo menos outros 30 minutos, cheia de milho nos dentes.
Um verdadeiro glamour!
Resolvo dividir isso com minha amiga velha de guerra, e ela me diz que isso era um momento TROFÉU TOFÙ!.
Me peguei as gargalhadas no ponto de ônibus.
Troféu Tofu? Ótima! Não poderia ter achado melhor nomenclatura para aquele momento.
Instaurado oficialmente o tal troféu, resolvemos matar o meu tempo de espera nomeando quem era o meu Tofù do mês...
Disparado ganhou um fofo, que deu ataque comigo, porque no dia em que saímos ele estava um pouco febril e á quem meu bom humor, irritava profundamente .Ele considerava isso, um claro sinal da minha insensibilidade com a doença(?????) dele.... Ora, vejam bem, como o querido em questão, já tem quase quarenta anos, eu achei que ele já tivesse pego um resfriado alguma outra vez na vida, e que soubesse que não se morre disso.
Ele ficou nervoso, eu achei graça, ele ficou mais nervoso ainda.
Mau humor em motel? Troféu Tofù total.
No caso da amiga do celular, ganhou um bonito, que sabe que é bonito, e por causa disso acha que não tem que se esforçar muito para ser gentil. Ele esqueceu que para homem, atitude é algo bemmmm mais importante que uma carinha bacana. Ficou feio e chato. Troféu Tofú nele!
Qual é o seu trofèu Tofú do mês?...Pense a respeito e tenho certeza de que na hora que você premiar o tal momento, tudo vai deixar de ser desagradável para ser no mínimo engraçado.
Passamos o dia engolindo sapos e mesmo assim dando risada...
Acho que todas nós temos um momento Troféu Tofú que coroa nossa semana ou mês....
Eu ainda estou rindo sozinha...
O troféu pode ser Tofú, mas tudo bem, quem vai comer não sou eu.
Para uma semana cheia de coisas deliciosas.
Atchim!
Bjos
K.

domingo, 9 de maio de 2010

A Guia.

Ele pediu pra ela ligar.
Ela ligou.
Tudo bem que ele insistiu pra ela telefonar depois das 16:00, mas ela era muito ansiosa e não agüentou esperar, ligou na hora do almoço com uma desculpa e um convite de um restaurante que queria conhecer, já na ponta da língua.
Do outro lado do telefone atende uma voz de mulher: - Quem quer falar com ele?
É a irmã ou a mãe ela pensou.
- É a Adriana, respondeu super gentil (è sempre bom causar uma boa primeira impressão na família .)
-Adriana de onde?- Pergunta uma voz brava do outro lado.
-Da Pinacoteca...Ela responde já sem graça.
-Que Pinacoteca? A outra deve com certeza ser a mãe, e um pouco desatualizada coitada!
-Da exposição de arte! Começou a perder a paciência.
-De que dia? A voz da outra passa de alterada á quase gritando.
- Desculpa, ele está ou não? Ela também desce do salto, odeia gente grossa. Foda-se a primeira impressão.
-Ele não está, mas eu sou a esposa dele, posso ajudar ?– Desafio na voz.
-AAaacho que, que, que sim- responde Adriana rápida, gaga e meio sem ar.
-Estamos fazendo uma pesquisa sobre os cidadãos de São Paulo e sua relação com a Pinacoteca do Estado.
-Ahhhhh, eu nunca estive lá - a outra baixa a guarda- É um lugar bonito?
Adriana, a tola, passa os próximos quinze minutos explicando a instalação.
Desliga o telefone com vontade de chorar.
Olhos negros são uma droga de decifrar!
Raios, raios, raios!
Na próxima vez que um lindo se aproximar, assim, sem mais nem menos, e começar um papo bobo que acaba levando de um café e para um jantar romântico, Adriana vai primeiro se certificar se todo aquele charme não tem uma cara metade esperando em casa.
Mas , dos males o menor.
Não tinha se apaixonado e encantamento é uma coisa que passa rápido.
Se fosse pensar muito desprendida, ainda tinha dado pra uma total desconhecida a dica de um lugar maravilhosos pra se estar...
Nem que seja sozinha.

Boa semana.
Bjos
K.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Gim e Tônica.

Uma amiga me ligou esses dias para colocar o papo em dia. Ela andava chateada porque o bonito com quem saia fazia três semanas , surtou quando recebeu um torpedo dela desejando um bom começo de semana. O cavalheiro em questão ficou tão horrorizado com tamanha amostra de afeto que disse para minha amiga que: -Era melhor eles darem um tempo, ele não estava procurando relações melosas com torpedos mandados fora de hora.
Minha amiga não entendeu nada e se sentiu um ET, procurou conselho, quebrei a cabeça...Não soube o que dizer.
Uma outra, muito linda e educada, tomou um cano de um fulano que insistiu imensamente em encontrá-la. Ela não tinha certeza se queria ir,mas foi, ele não. E o fulano no dia seguinte ainda perguntou via MSN, se ela ficou chateada. Ela, como moça fina que é, nem se deu ao trabalho de responder. Mas o gosto amargo ficou. E não foi pelo cano não. Foi pela tremenda falta de gentileza.
Nesse mundo tecnológico, acho que perdemos um pouco a noção de como responder ou lidar com os outros. Eu também já passei por isso... Um cara que se dizia muito interessado, quando desinteressou, simplesmente não respondeu mais, e eu fiquei ainda com aquela sensação de que algo ficou no ar. Outra vez um gosto amargo... Soube tempos depois, que quando aconteceu com ele, ele esbravejava aos quatro cantos :-É um absurdo não ter nem a gentileza de responder...(jura amigo?)
Pois é, pimenta no olho ( ou em qualquer parte do corpo) dos outros não dói.
Só vai doer se pararmos para pensar no outro como um ser como nós.
A matemática é simples,basta uma pergunta para saber como agir na etiqueta internética:
-Eu gostaria que fizessem isso comigo?
Se a resposta for NÃO, seja ao menos decente. Use o bom e velho telefone e coloque os pingos nos "Is".
As mulheres agradecem..
Acreditem quando nós quisermos sentir gosto amargo na boca, tomaremos Gim e Tônica ou Martini com suco de laranja...
tim tim!!!
Bom finde.
K.


PS: para saber quem escreve os textos basta olhar e ver quem se despede...
O texto do parque não é meu... eu não corro, a Xexa sim. Eu só correria para chegar mais rápido no bar. rs.
A Xexa é a Sally.
K sou eu mesma que vós fala. bjos

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Cor de SOL.

Essa estória de que somos energia pura ás vezes me parece verdade absoluta.
È só notar. Na vida as coisas vem aos montes....
Quando você está com alguém, muito apaixonada, feliz da vida...Parece que o universo inteiro percebe. Você começa a receber ligações de outros homens, gente do fundo do baú se lembra de você, você anda na rua e ouve um monte de elogio. Momentos impulse... parece que você está andando na rua pintada de dourado, de tanta atenção que você atrai.
Agora, quando você está dodói, carente, sensível...Ninguém te vê.
De dourada, você passa a cinza chumbo, ou cor de vidro em tempestade.
Pode ter certeza que em dias assim, a única atenção que você recebe é de malucos e neuróticos no transito, ou gente de mal com a vida que grita com você na fila do banco.
A questão é: O universo tem um senso de humor bizarro, ou é você que emana a energia que comanda os acontecimentos á sua volta?
Eu sei que é difícil se sentir maravilhosa se você terminou uma relação, ou perdeu um emprego, ou brigou com a melhor amiga, ou engordou seis quilos e não tconsegue emagrecer ...Eu sei que às vezes parece uma conspiração geral contra você... e “tudoaconteceaomesmotempocaraio”.
Quando me sinto assim, eu normalmene me retraio. Procuro algo ou alguém que me faz muito bem. Fico em silêncio e tento me acalmar.Não existe mal que dure para sempre.
E mesmo que o coração esteja partido naquele momento, mesmo que a gente se sinta magoada com alguém de quem esperava muito, mesmo que naquele momento nossa vontade não possa se realizar... É sempre bom saber que tivemos a coragem de tentar.
E na coragem e na força de tentar, testamos nós mesmas, e descobrimos que somos muito maiores do que imaginávamos.
Somos impressionantemente especias!

Para uma moça querida...
Tem dias assim também...Para isso é que servem os bons amigos.

My casa tu casa.
Love u.
K

terça-feira, 6 de abril de 2010

Pergunte para Dona Vaca.

Uma das amigas da minha mãe está casada faz trinta anos. O casamento vai bem, eles se chamam carinhosamente de “o idiota” e a “vaca burra”. Sempre que estão juntos, fazem com que o clima em qualquer confraternização seja o mais desagradável possível, com pequenos insultos e ironias do tipo: - Se eu soubesse disso antes, não teria me casado. E, como todo casal neurótico,ignoram o mal estar causado em torno deles. Pois bem, essa distinta senhora, toda vez que me vê, me pergunta porque não casei de novo, ou quando vou encontrar alguém. Fica horrorizada quando digo que não quero mais ter filhos e sempre me dá um longo e cansativo sermão sobre mulheres muito independentes que terminam sozinhas.
Eu nunca disse que não queria encontrar alguém, só não quero estar com alguém só para poder ir acompanhada em eventos. Quero alguém que me queira bem, e de quem eu sinta orgulho ( e oxalá, a recíproca seja verdadeira!). Só não entendo quem essa senhora pensa que é, para me fazer sofrer com uma ladainha sem fim sobre relacionamentos, se o Sr. distintíssimo marido a chama de “vaca”.
Pois bem, Dona Vaca acha que sabe mais que todo mundo. Sempre com uma opinião para dar, destila seu veneno em mulheres que como eu, optaram não mais estar em um casamento que não as satisfazia. Dona Vaca acha que pode dar conselhos amorosos, lições de vida e me diz que mulheres como eu, não deveriam errar, porque na época dela as mulheres casavam virgens, e hoje "nós" sabemos o que nos espera... (??????)
Dona Vaca bate no peito e até se vangloria da longevidade de seu “ casamento”.
Eu, pessoalmente quando olho para Dona Vaca, tenho muita dó.
Imagino como teria sido a vida se ela tivesse a coragem de abandonar o Sr. Idiota lá nos primórdios, quando a relação começou a azedar. Se os dois não tivessem cedido á pressão social. Se tivessem talvez casado com outros mais compatíveis. Hoje, trinta anos depois, eles seriam Sra. Meu amor, e Sr. Meu Bem.
Dona Vaca acha que é feliz...
Eu acho que sou também.
Cada um sabe de si.
Eu sei que pra mim, eu quero alguém pra chamar de meu...
Dona Vaca tem... Seu marido o Idiota..
Eu quero ter o meu amor, o meu bem, o meu querido...
Nomes... faz toda uma diferença não é?

Boa semana.. bjos
K.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

De dentro para fora.

Existem vários tipos de amor....
Quando você está sozinha em casa e aquela amiga aparece de surpresa pra te ouvir e fazer nada sentada preguiçosamente junto no sofá...isso é amor.
Quando você está meio perdida, fim de relacionamento, e seu irmão vem á seu encontro numa padaria na madrugada pra te ouvir chorar...Isso é amor.
Quando você não se sente tão bem e fica de cama e seus cachorros não arredam o pé do seu quarto...Isso é amor.
Quando você ouve o telefone tocar em um dia importante de trabalho e é seu filho ligando só pra ver se você está bem ...Isso também é amor.
Aquela pessoa que sabe que você falou demais, bebeu demais e deu vexame, e ainda assim consegue achar graça de tudo e dizer que não foi tão ruim assim.. Amor.
Aquele amigo que te encontra em dia de tempestade na cidade só pra ouvir como foi a sua entrevista para aquele emprego que você tanto quis...também é.
Aquela querida de infância, que apesar dos anos ainda acha que tudo que você faz é extremamente gentil ( mesmo que você ache que ás vezes exagera no tom ) amor, amor...
Quem te liga pra saber o resultado de um teste de direção que você tinha medo de fazer, e não passou pela quarta vez ,mas tudo bem,cinco pode ser o número da sorte? Amor!
Quem sabe das tuas fraquezas e justamente por causa delas te acha extremamente interessante? Amor babe...
Quem já te ouviu milhares de vezes dizer:- Nunca mais!... E mesmo assim te dá ombro quando acontece de novo...Adivinha? Amor!
Passamos o dia falando como seria perfeito o momento em que encontrassemos "O" amor de nossas vidas... Vivemos um constante "se"(que só indica condição..) sem notar, que ao nosso lado, todos os dias, as pequenas gentilezas camufladas, são amor de verdade... que nos move, que nos transforma, que nos faz continuar sempre em frente....
Eu ás vezes me sinto muito sortuda..
lucky me.

Por essas pequenas gentilezas e tantas outras mais...
obrigada!
Love K.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Romance Grego.

Eu estou em uma fase de muitos questionamentos.
Quando sabemos qual é o momento certo de começar ou terminar uma relação? Fazer uma pós graduação ou mudar de carreira? Quando devemos ouvir e quando devemos falar? E se falamos, devemos dizer tudo o que nos ocorre no momento?
A verdade é sempre melhor que uma mentira apaziguadora? A moral deve prevalecer ás vontades? Ou o desejo é realmente o porta voz da sua alma?.
Acho que estou passando pela crise dos quarenta. Não é uma crise de tristeza, mas de perguntas, muitas.
Olho meus amigos e vejo o rumo que a vida tomou. Alguns de nós viraram exatamente o que diziam ser. A Dani de Recife, apesar da insistência de vários caça -talentos, que diziam que ela daria uma ótima modelo ( e eu pessoalmente acho que eles tinham razão) sempre quis ser médica, e médica ela virou. Mas acho que ela é uma exceção...
Quantos de nós estão realmente satisfeitos com o que alcançaram? No trabalho, no amor, na vida?
Fizemos tudo o que poderíamos fazer? Ou melhor, fizemos aquilo que gostaríamos de fazer? Vivemos como queremos? Ou somente levamos aquilo que nos é imposto?
Eu pessoalmente, no balanço geral vivi bem todas minhas idades. Não olho para trás com grandes arrependimentos.
Talvez, se pudesse refazer algo, teria entrado em um avião, com um bonito, há muito tempo atrás, quando eu morava fora do Brasil... só para ver o que teria dado....só pra saber o que teria virado.
Mas de resto... foi tudo bom e vivido ao máximo.
Acho que essa minha crise agora vem exatamente desse mormaço que a vida virou... Tododiaéamesmacoisa!!!!!... E tenho a impressão de que estou presa em algum filme ruim de Hollywood, onde eu acordo e tudo é sempre igual.
Admiro quem consegue ter segurança no sossego. Para mim pessoalmente, o sossego me “desassosega”.
Eu sempre acho que tem algo que eu deveria estar fazendo...Meu problema é que não sei bem O QUÊ.
Ás vezes me pergunto se sou só eu assim...
E também me pergunto se vocês estão realmente aí...

Coisas da vida.
Bjos K.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Chupa- cabra.

Essa coisa de que o que não mata nos fortalece é até verdade.... O que ninguém conta é como dói antes de fortalecer...
O momento da decepção, do desapontamento é uma coisa forte, porque só nos incomoda de verdade se acontece com alguém em quem confiávamos, ou alguém que nos era querido....
Ás vezes colocamos todas as nossas fichas em uma relação. Pode ser um amor, um amigo, um parente, um colega de trabalho. E não necessariamente estamos lidando com ligações amorosas, qualquer ligação serve, deixou entrar, abriu a casa, o coração e deu
Como sabemos em quem confiar de verdade? Quando sabemos que o outro tem conosco a mesma intenção bacana que temos com ele?
Os relacionamentos humanos são complicados. Ás vezes esperamos algo que o outro não pode dar, não faz parte dele, não é assim que ele funciona.... Mas também existem aquelas pessoas de quem não esperamos nada e que por alguma surpresa boa, aparecem no nosso caminho e fazem toda a diferença quando tudo parecia perdido.
Certos dias olhamos e sentimos que nada ou ninguém entende o que passamos. Outras vezes temos tanta energia que podemos acender um quarteirão inteiro.
As relações humanas podem ser assim também, podem drenar sua força vital ou contribuir para que você se fortaleça.
A grande revelação é na intenção...
Ás vezes erramos por tentar, mas tentamos com tanto coração, que o outro mesmo no nosso erro se sente acolhido....
O que não vale é fazer com a intenção de magoar, de derrubar, de acabar com o dia do outro....
Vampiros emocionais são perigosos, te seduzem e drenam sua energia, tentam roubar sua vida, seus atributos mais bacanas.
Acho que a grande sabedoria na vida é saber reconhecer o querer bem.
Reconhecer quem te quer bem de verdade, quem está aí pra o que der e vier, quem torce por você, quem sofre com você.
Saber reconhecer a sorte que se tem de encontrar alguém assim... Um ombro amigo.
E se você for muito, muito sortudo e a "Mega Sena" emocional sorrir pra você, talvez na sua vida existam vários “alguéns” assim.
Eu sinceramente espero que sim.

Pra uma moça bonita que ficou triste hoje...
meu abraço e meu ombro sempre.

bjos
K.

terça-feira, 16 de março de 2010

Virótica.

Acho que toda mulher tem no seu histórico pessoal uma historinha de cisma...A cisma é um deslumbramento não se sabe porque, você não consegue bem explicar o que viu no outro, tudo o que você sabe é que você quer e nada mais importa.
A cisma é muito diferente do encantamento, porque para estar encantada é preciso conhecer e admirar. A cisma não. Cisma não precisa nada. Cisma é aquela macumba mal feita. Quando você percebeu, já encarnou.
Você cisma com o fulano e mal sabe direito o que ele gosta de fazer. Pode ser que você seja uma mulher super erudita e ele só assista pânico na TV. Ou você ame animais e ele seja alérgico ao pelo de bichos, você pode ser super atleta e ele um comilão baladeiro, você curte o dia, ele só sai de casa á noite.
Todos os seu amigos ficam tentando entender a “tal” ligação, mas você não consegue explicar, só consegue sentir.
A cisma é um tsunami de sentimentos, porque é tudo no “achometro”. Você vive tentando decifrar olhares, palavras, torpedos. Até esbarrões sem querer no elevador viram assunto pra mais de meia hora com a melhor amiga, com teses sem fundamento que só alimentam ainda mais o monstro que você criou sozinha.
Mas nem tudo é assustador. A cisma tem um lado bom também, é igual a gripe forte. Te pega, te deixa de cama três dias, uma semana, e quando passa você nem lembra mais como sofreu. Ou como foi que aquilo aconteceu.
Eu cismei com um bonito tempos atrás,achei que ele era "o tal". Hoje passada a gripe já nem sei como fui capaz.
Cisma tem dessas coisas, você cisma de cismar que é amor.
Até passar e deixar nada.
Mas cisma é gripe mal curada, é você bobear e ataca de novo.
Um outro vírus é verdade, mas com sintomas idênticos.
Mulher tem disso...
Bjos
K.

segunda-feira, 15 de março de 2010

A Musa.

Uma das minhas amigas mais queridas está saindo com um bonito que é artista plástico, ele está fazendo parte de uma exposição de grafite na cidade de São Paulo e está tão encantado pela moça que retratou o que sentia por ela em uma imensa parede que cruza avenidas importantes da nossa metrópole.
Minha amiga está um pouco constrangida porque o desenho mostra um casal, ela segurando uma flor e ele uma taça de champagne, brindando a relação dos dois. Mas o que deixou minha amiga um pouco corada foi a parte de baixo do desenho, que mostra um imenso estado de excitação, como uma reverência ao tesão que ele sente por ela.
Minha amiga é linda e culta e extremamente bem humorada e a reverência a deixou assim, um pouco constrangida. Uma ereção no meio de um mural da cidade atrai os olhares de todos que por ali passam e em uma entrevista com os trabalhadores da área, foi o desenho feito para ela que mais agradou o público em geral.
Minha amiga achou um pouco demais, e entre uma dose e outra me confessou que ficou um pouco sem graça. Eu pessoalmente achei lindo, poético e digno da graça e gentileza que ela emana. Ela foi eleita a musa da nossa cidade cinza. O desenho alegra quem passa e demonstra em várias maneiras o tamanho do tesão que o bonito sente por ela.
Assim como Gala para Dali, minha amiga é uma musa urbana.
Achei poesia pura.
Quantas de nós são capazes de gerar tamanha inspiração?
A cidade realmente precisa de mais cor e nós de mais amor.
Viva o monumento ao tesão.
Viva as musas desse século.
Pra você querida, que é tão importante na minha vida.
Um beijo
K.

domingo, 14 de março de 2010

Anjo não se escolhe.

Carmem estava em casa entediada, resolveu ligar o computador para matar o tempo, abriu o MSN para papear com velhos amigos e deu de cara com um “nick” que não conhecia. Por curiosidade aceitou. Era uma mulher de quem Carmem nunca havia ouvido falar, com um nome que ela achou engraçado: Josellen -deveria ser uma mistura dos nomes do pai e mãe- pensou divertida.
A menina de quem Carmem nunca havia ouvido falar, já havia escutado muitas história á seu respeito . Josellen era a nova namorada do ex de Carmem, e sem que Carmem pudesse entender direito o porque, Jossellen vociferava insultos.
Josellen a chamou de velha e gorda, e feia, e burra, e vagabunda também. Jossellen praticamente falava sozinha, e Carmem, que a principio estava achando tudo muito bizarro e um pouco engraçado, acabou por perder a calma e resolveu tirar aquela situação á limpo.
Como não era mulher de baixarias, muito menos com desconhecidos, ligou para o ex.
Fazia tempo que não se viam ,nem conversavam. Ele tinha sido o grande amor da vida de Carmem, mas a relação terminou, porque em um acesso de sinceridade ele disse com todas as letras que jamais namoraria uma mulher como ela. E Carmem abismada, porque estavam juntos há quase um ano, e acreditando que o amor era reciproco, ouviu horrorizada ele dizer que ela era toda errada e sendo assim, Carmem se retirou em silêncio e foi curtir a maior dor de cotovelo da vida.
Carmem chorou piscinas por causa dele, mas orgulhosa que era, nunca ligou, nem tentou. Apenas sobreviveu o melhor que pode com aquela saudades que doía a ponto de não deixá-la dormir.
A brasa estava quase apagando, se não fosse Josellen um ano depois, assoprar a labareda e transformar tudo aquilo que Carmem escondeu em fogo alto mais uma vez.
Ele era egocêntrico e ficou horrorizado ao se ver exposto assim. Se desculpou com Carmem pelo comportamento da outra e como se soubesse a saudades que Carmem sentia a convidou para jantar. Ela ainda amava a voz e o jeito sem vergonha dele rir.
Teve medo de aceitar, mas foi.
Juntou todos os fragmentos que pode, e se fez inteira para parecer linda para ele.
Quando se viram foi instantâneo. A convivência antiga retornou com naturalidade e o riso veio fácil, a conversa fluiu bem. Sentiam-se como dois velhos amantes, e assim sendo acabaram no motel.
Triste são as histórias de amor. Uma vez quebrado, não tem como consertar. E lá na cama, já sem roupa, Carmem notou que ele não era tão alto como lembrava. E quando ele a beijou, ela achou que o gosto não combinava. Quando ele a tocou ela não sentiu nada. E tudo aquilo que Carmem se lembrava, virou poeira, ali naquela cama de motel. E na nudez dele foi que Carmem viu que eles eram estranhos, e o encanto acabou.
E acreditem, ele bem que tentou.
Carmem chamou um táxi ali mesmo do motel. Não queria prolongar mais o sofrimento. Foi embora sem explicar nada. Foi embora sem olhar para trás.
Em casa Carmem tomou um banho longo e demorado. Estava tranqüila. Foi dormir com o corpo sossegado e antes de adormecer, fechou os olhos e agradeceu mentalmente a Josellen,a menina um pouco vulgar,de cabelo loiro falso e maquiagem em excesso, que promoveu esse encontro.
Carmem pensou em Josellen como um anjo da guarda e desejou sinceramente que ela fosse feliz.

Hoje meu dia foi LINDO...
Thanks pra uns queridos amigos que me fizeram rir até... (e uns Martinis tb..rs)
bjos K.

sábado, 13 de março de 2010

Abafado.

Eu nunca gostei de “remake” de nada e acho que nenhum filme feito uma segunda vez pode ser melhor do que a emoção que passou naquele exato momento, daquela especifica época... E sendo assim, também não consigo deixar de assistir nenhum “remake” de filme que eu tenha gostado muito, só para me decepcionar depois. Eu sei...vai entender, é um prazer mórbido.
Foi assim com “Psicose” ( a segunda versão óbvio!). Foi assim com “Embalos de Sábado a Noite” ( terrível, terrível, apesar da Michelle Pfeifer ) e foi assim com “Fame”.
Fame foi um filme que marcou época, escola de artes revolucionária, um musical divertido, empolgante, á frente do seu tempo. Debatia pobreza, aborto, sexualidade, preconceito, diferenças. Todo mundo saia do cinema dançando, cantando e conversando... Era bem a cara dos anos 80.
Pois bem, veio a versão 2010. Eu aluguei desconfiada, mas esperando algo. Afinal amadurecemos tanto..”Tannntaaaaa” coisa mudou não é?
È. Ficamos mais caretas! Na tentativa de sermos mais, nos tornamos menos e massificamos tudo. O politicamente correto chegou com tudo então não debatemos mais nada, é cada um por si e todo mundo mudo.
Tudo é chatinho, meio historinha água com açúcar de meninas bonitinhas e futéis, e meninos simpáticos e bem vestidos, “os descolados”...
Falta garra, falta história pessoal, faltou até suor ( se lembrarmos que é um filme de dança, chega até a ser uma vergonha). Não consegui assistir até o final...ZZZZZZZZZZ.
A questão aqui não é critica cinematográfica, é propor uma discussão sobre o que realmente nos move hoje em dia.
Eu pessoalmente tenho achado tudo muito certinho, muito arrumadinho e igual. Não importa quantas tauagens ou piercings a meninada tenha hoje em dia, no final das contas, é tudo por uma questão de se encaixar...
E os valores? Iguais aos da minha avó!
Vide aquela baboseira de divisão em turminhas no BBB (AFE!!)
Estamos num lugar comum sem fim....”Coloridos, Sarados, Belos”, quer coisa pior? Paris Hilton? Oi? Hellooooo...Tem alguém ai?
Alguém me acuda por favor!!!
Cadê aquela gente divertida e ousada? Aquela gente que causava impacto, que mudava tudo ao redor? Gente que abalava as estruturas?
E não me venham falar de MADONNA porque nada é mais anos 80 do que ela! Estou falando de agora.
Será que sou eu que estou andando nos lugares errados?
Bom, talvez o problema seja esse... Eu nunca gostei mesmo de quietude.
Gostaria muito de ver algo mudar radicalmente.
O igual me aborrece muito, me cansa, emburrece.
Na minha opinião estamos todos precisando de um vento que nos sacuda. E MUITO!!


Mas que importa o que penso?
Eu sempre gostei do olho do furacão.


Em nota pessoal:
Tô triste... O cartunista Glauco foi assassinado, e quem cresceu com “Chiclete com Banana” como eu, sabe que foi uma perda enorme pra esse lugar comum aqui.
Ele era um dos caras que fizeram a diferença...

Que sopre o vento então...

bjos
K.
VIVA LOS 3 AMIGOS!!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Até debaixo d'água.

Minha hora favorita de escrever é essa, madrugada, casa tranqüila, filho dormindo, cachorros sentados ao pé do PC esperando minha atenção...O relógio do Blog marca as horas errado, ele é discreto e não quer entregar as nossas noites insones...
Sempre gostei do tempo depois da meia noite, o silêncio, o escuro e as luzes ( sim, a dicotomia da noite!). Acho que consigo pensar melhor.
De manhã pra mim é quase tudo no automático, passar no banco, pagar as contas, fazer supermercado, cidade rugindo, carros, poeira, caos....
Eu tenho sorte, meu trabalho é conversar com as pessoas, ouvir o que elas tem pra contar.
Um dos pricipais motivos que gosto de dar aula é justamente para manter esse link especial.
As pessoas me contam suas vidas e eu não esqueço detalhes, presto atenção e guardo segredos. Quando chego em casa á noite, é que consigo fazer um balanço daquilo que ouvi, coisas que me emocionaram, que mexeram comigo.
As pessoas são interessantíssimas quando estão de guarda baixa, se sentindo ouvidas.
Eu gosto do ser humano em geral...Tudo á respeito dele me interessa, as pequenas falhas, os grandes desfechos, as conquistas, os medos. Ninguém passa na minha vida desapercebido. Eu sou um ser que presta atenção e gosto dos detalhes que ninguém mais nota... A boca torta ao sorrir, o piscar acelerado quando se está nervoso, a risada descontrolada quando se sente sem graça, o falar desembestado de quem tem medo. Eu gosto de ouvir, porque no ouvir é que me analiso, que me descubro, me surpreendo comigo mesma. Nunca seremos capazes de entender aquele “exato” fragmento de emoção que o outro tenta passar, mas podemos continuar tentando, tentando até chegar muito próximo.
No balanço da minha noite, eu abraço hoje uma amiga querida, que precisa de colo e que está passando por um problema difícil...Ela contou e eu ouvi.
De noite escutamos melhor os batimentos do nosso coração.
O meu hoje está com ela.
Pro que der e vier.

Bjos..
FELIZ DIA DAS MULHERES
( aqui em casa celebramos todo dia)
K.

Calor Humano.

Existe algo pior do que esperar na linha para ser atendido por digamos...Uns dez minutos?
Existe. Existe sim, quando você é atendido por uma máquina depois de dez minutos de espera e a voz mecânica diz:
-Desculpe, esse é um serviço automático de reconhecimento de voz. Repita, não entendi...
-Vai te Cataarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!! Grito eu exasperada... e nada. A máquina implacável repete a mensagem.
Desligo, tento de novo, outro numero...Um ser humano por favor!!!
Me atende alguém... Aleluia.
Eu pela vigésima vez tento explicar o problema...
-Olha moça, eu paguei o telefone, mas vocês cortaram minha linha, eu tento registrar o pagamento e a máquina não aceita!
Ela me responde: -É porque é uma gravação automática, que gerou um lembrete mecânico;
-Eu sei.... -me exaspero-... Vocês estão me ligando ás nove da manhã do domingo, mas o telefone está pagoooooo. Pago. Pago...Você me ouviu?
Ela parece não ouvir e repete com a voz anasalada e monótona: -É porque é uma gravação automática, que gerou um lembrete mecânico.
Eu acho que ela está de sacanagem comigo e ainda tento:
-Sim, sim, vocês não podem parar essas ligações inoportunas? E religar minha linha que está paga?
Ela: -É uma gravação automática, que gerou um lembrete mecânico;
Caraiooooooooooooooooooooooooooooooo!!
Desisto.
Na telefônica, as máquinas e os humanos pensam igual, através de um chip com mau funcionamento.
Quando minha Internet voltar, vou mandar um e-mail.
Será que vai vir resposta automática?
Saudades do tempo em qua as máquinas só faziam café e as pessoas tinham algo a dizer.
Semana começou burra e surda.
Esperamos dias melhores.
Beijos
K.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Irene e o Sapo Boi.

Irene disse sem medo:"Eu te amo", e se fez de menina, de frágil e de santa. Um pouco perdida e um pouco pirada, no descontrole emocional: "te amo, te amo, te amo".
Ela repetiu tantas vezes que quase ela MESMA acreditou.
Dentro daquela enorme lucidez solitária, ela achou que os dois poderiam ser felizes, apesar de não saber onde encaixar na vida dela os erros de português dele, a mania idiota que ele tinha de enxugar um á um os dedos dos pés depois do banho antes deles transarem, os comentários insossos sobre a vida, retirados direto de um pára-choque de caminhão.
Ela estava quebrada por dentro e fingia que aquilo tudo não importava, porque precisava acreditar que daria certo...sim ela precisava.
Ela dizia que não fazia diferença ele ser mais baixo, mais burro, mais duro que ela. Irene se convencia de que na realidade era o corpo dela junto ao dele que importava, porque nesse único quesito eles erm perfeitos, uma sinfonia afinada!
Ela queria viver um amor, nem que tivesse que inventar um.
Ela não queria mais voltar para casa fria e sozinha, e ter como companhia os passos dela ecoando no chão frio da cozinha.
Irene queria ser especial.
E para isso ela mentiu para ele, falou que o amava e o ego dele inflou. Ela inventou qualidades que ele não tinha e ele acreditou. Ela disse que ele era belo,e inteligente, engraçado e culto, e forte e sensivel, e foi tão intensa e tão convincente que ele acreditou.
E acreditando ele se viu como ela inventou e acabou se achando muito, e tão grande, tão bom....bom demais para ela.
Então ele a largou.
Irene quer viver um amor.
Nem que seja de mentira.

Pobre Irene.
Pobre amor.

bjos K.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sorria, você está sendo filmada!

Todo mundo sabe que na vida o que faz mal de verdade é o excesso.
Comer demais, beber demais, falar demais até dormir demais pode ser ruim porque você acaba perdendo coisas muito boas no caminho...
Dizer sim demais também pode ser um problema....
Eu tenho isso. É muito difícil para mim negar um favor, dizer hoje não quero, ou não vai dar.
Quantas roubadas já me meti por causa disso? Inúmeras...
Aqui vou usar a última só para ilustrar:
Eu moro em uma vila, minha casa é simpática, com um jardim bacana na frente, ar de cidade do interior, coisa bucólica para a cidade de São Paulo...Pois é, dia desses, toca minha campainha, abro a porta e dou de cara com um caminhão da rede Globo de televisão. Aparentemente, a diretora de arte achou minha casa bonitinha e queria saber se poderia filmar lá.
-Filmar o que? Eu pergunto.
-A roda de samba da escola campeã do ano passado. Diz a assistente da direção. ( acho que era Mocidade Alegre).
Veja bem, eu devo ser a única casa da minha vila que não gosta de samba, não curte carnaval, não entende a festa e absolutamente foge de batuque, mas... olha o dilema: eram umas nove pessoas, com cabos e câmeras e eu simplesmente não soube dizer não!
Eles entram na minha casa, passam cabos, fios pela sala, pegam cadeiras emprestadas para os puxadores de samba sentarem, me mandam fechar porta, abrir portão, prender os cachorros...mais luz, nova tomada, tira carro, coloca carro... e eu perdida no meio dessa galera. No meio dessa confusão, o cantor/sambista/puxador ( não sei ao certo qual a nomenclatura correta) ainda me puxa de lado e diz;
-Viu que orgulho loira? Nossa escola na sua casa!
-Èéé digo eu.( com um sorriso amarelo)
Qual é meu problema? CARACA!!!
Três horas depois eles se vão e eu esqueço.
Nesse fim de semana, estou com a Xexa tranqüilamente fumando um cigarro no meu jardim e quem aparece?
A REDE GROBO de novo!!!
Affff , eles perderam a última tomada e tinham que refazer...
Lá vai Xexa ( muito a contra gosto) tirar o carro dela, não uma, mas três vezes até a tal diretora mal criada e rude se dar por satisfeita...
Que eu ganhei com isso? A Grobo quebrou o portão.
Eu não soube dizer não e ainda por cima vou aparecer no carnaval na televisão!!

PLIM PLIM!!!

A gente vai se ver na Globo...
bjos K.

NOTA PESSOAL: uma semana após esse conto ser publicado, a REDE GLOBO mandou uma super equipe na minha casa e praticamente substituiu o portão, que agora está melhor que nunca!!
Thanks aos profissionais que vieram pela gentileza.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Carol não desiste nunca!

-Você vem sempre aqui? Ele perguntou.
Ela achou estranho ele começar um contato assim sem mais nem menos, mas era um homem bonito, resolveu tentar.
-Duas vezes por semana, ás vezes três. Ela respondeu.
-Eu também,disse ele, engraçado nunca ter te visto antes, eu sou ótimo fisionomista, teria me lembrado de você.
-É que mudei meus horários, sabe como é, prefiro sair de casa de noite.
-Eu também, que coincidência!
Sim, muita coincidência pensou ela, será que é dessa vez que encontro meu príncipe?
Ele por sua vez também fazia um quadro mental, dos dois juntos, na cama. Ela tinha coxas grossas e ele gostava disso, e era ruiva, ele nunca tinha saído com uma ruiva antes....
-Você costuma sair mais á noite? Ele tentava achar um assunto para prolongar a conversa.
-Sim, quando não chove, não gosto de dias de chuva
-Nem eu, a chuva me incomoda muito, muito mesmo.
Mais uma coincidência.
Era incrível!
Oh meu Deus, será que vou dar sorte? Coração acelerado.
-Você assistiu o último filme do Almodóvar? Perguntou ela. Gostava de parecer inteligente.
-Não, ainda não pude ir ao cinema esse ano, aliás, faz anos que não vou ao cinema.
-Nem eu, mas gostava de ir. Vi o filme no vídeo.
-Eu adoro vídeo!
-Eu também.
Coincidências, coincidências.
Já se via andando de mãos dadas com ele na rua, beijos românticos , risadas.
Ele também, imaginava os dois sem roupa, embaixo do chuveiro, sabão escorrendo, costas nuas.
Ia perguntar algo quando uma voz interrompe.
-Sr. Carlos, o doutor o aguarda.
Ele levanta timidamente, ao se despedir diz...
-Semana que vêm?
Ela sorri esperançosa....Iam se ver de novo, e de novo, e de novo!
Sonhava com o casamento dos dois, quando foi interrompida pela voz da enfermeira ao telefone...

-Clinica psiquiátrica bom dia!.

O amor tem dias assim também.

Beijos
K.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Diário Popular...

Simone de Beauvoir e Sartre, intensa contribuição para literatura existencialista...
Gala e Salvador Dali, amor pela musa do surrealismo.
Jorge Amado e Zélia, histórias de vida na Bahia.
Frida Kahlo e Diego Rivera, pinturas que contam histórias de altos e baixos, cheios de paixão até o fim.
Johnny Cash e June, amor que criou música, apesar das drogas e da prisão.

Vamos falar de amor:
Na semana passada, em Minas Gerais, um borracheiro entra no salão onde trabalhava a ex mulher, arma em punho,nove tiros...Porque? Ciúmes e amor disse ele.
No interior de São Paulo, um pai mata os filhos e se mata, deixa uma carta para a ex mulher...Motivo? Raiva e amor.
Ciúmes?
Raiva?
Vingança?
Revanche?
Morte? Dor?Tiros? Sangue?
Isso não é amor, nunca foi!
Amor é transformador e generoso, e mesmo que doa ( e ás vezes dói mesmo) faz com que busquemos dentro de nós mais, para entregar, para caminhar ao encontro, para crescer.
Nada que tolhe a individualidade, ou amedronta, ou esconde, ou fere fisicamente, verbalmente, moralmente pode ser chamado de amor.
Amor é grandioso, é querer ser melhor porque o outro está ali. É se sentir completo e acolhido, corajoso, destemido, é achar graça no perigo porque tem alguém que caminha com você.
O que causa a morte, nunca poderá ser amor....
Aquilo que fere nada mais é que uma coisa feia, camuflada de sentimentos nobres, mas que tem a cara imunda... é a possessão.
Talvez por isso que dizemos que quando alguém está com um espírito maligno no corpo...
" está possuído”.
Nessa vida nada nos pertence, nem o hoje, nem o amanhã, nem os amores, nem os filhos, nem mesmo sua vida.
Vivemos esses encontros, dia-a dia, sem a consciência de que eles são efêmeros, mas são, um piscar de olho, uma esquina que se virou e se foi.....
Os que amam de verdade, reconhecem isso, e agradecem a chance de ter mais um dia.
Os que matam, tentam colocar seu nome em algo que nunca lhes pertenceu. Verdadeiros covardes, incapazes de dar algo de bom....só se acham no direito de receber, receber...
Na verdade, quem ama quer ver o outro bem, nem que seja com outro alguém.
Vamos falar de amor pessoas.
Vamos lembrar como é ser amado.
Amor traz paz.
O resto é só mentira camuflada.

Na esperança de achar mais amor de verdade...mantemos a fé na humanidade.
Boa semana
Bjos
K.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Seria melhor se não fosse...

Duas amigas se sentam numa mesa de bar, não se vêem á semanas, resolveram se encontrar para pôr o papo em dia...Amigas de infância, confidentes, foram trocar figurinhas sobre as festas de fim de ano.
No meio da conversa o celular de uma delas toca...
-Alô
-Alô
-Sabe quem está falando? Uma voz aveludada pergunta...
-Ricardo?
-Não
-Rogério?
-Não
-Marcelo?
-Não
-Então não sei, diz a mais prudente...
-É fulano de tal...
A amiga emudece, o “fulano de tal” sai com a outra, que está sentada á sua frente...
Elas trocam sinais, cúmplices.
A conversa entre fulano e ela não passa de amenidades pautadas pelo silêncio constrangedor...
Sem reciprocidade, fulano desiste...
Elas não acreditam! Ele parecia tão gentil....
Começam a falar sobre o assunto e o telefone da outra ( a menos sensata) toca....
É o fulano de tal...Provavelmente frustrado por não conseguir atenção da primeira, volta agora suas ligações vazias para a segunda.
As amigas começam a achar engraçado...
Riem baixinho enquanto ele se esforça e solta a mesma ladainha decorada....
Nova conversa, os mesmos silêncios.
O Fulano parece desistir...
Elas, as amigas, se entreolham..
Dois celulares na mesa mudos de vergonha pelo outro, parece incrível!!!!
Cinco minutos se passam e a segunda ( aquela menos sensata) recebe o seguinte torpedo:
Só liguei porque gosto de você!!!
Pelo jeito, "Fulano de tal" não desiste tão fácil....
Gargalhadas...
Silêncio.
Bateu até uma tristeza
O que não é...não é!
Mais uma bebida.
As amigas sabem, ninguém contou.

Existem coisas na vida que devem ser regadas com sal grosso.

Saravá !

PS: essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança com a vida real é sinal de que você está METENDO OS PÈS PELAS MÃOS!!!
Boas
Karin.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O Relógio.

Essa semana, minha frase no facebook foi algo como: ” O que quer dizer quando você começa a passar as madrugadas esperando seu filho voltar da balada? “. Um monte de gente respondeu que estamos ficando velhas, que é carma, que é uma marcação de passagem do tempo.
Bom eu pessoalmente acredito que todas acima são verdadeiras, mas que no quesito “ficar velha” não é bem ao pé da letra.
Quando éramos adolescentes, fazíamos coisas peculiares e condizentes á idade e ao condicionamento físico. Eu lembro bem de chegar ás três da tarde de ônibus ( mais de um óbvio) em um show que começava somente ás oito da noite, achar maravilhoso ficar esmagada na grade no meio da multidão e voltar pra casa de qualquer jeito, mesmo que estivesse uma mega tempestade. Lembro também que não fazia a menor diferença em questão de cansaço, eu ainda assim iria acordar ás sete e ir pra escola e emendar o dia com visitas á amigos de tarde e talvez outra festa á noite.
Hoje, se bebo muito, fico estragada três dias consecutivos e meu corpo dói como se tivesse tomado uma surra.
Hoje por causa da cirurgia na coluna não posso mais usar salto e nem carregar bolsa pesada, quando paro para pensar que passei anos da minha vida “mochilando”, carregando minha casa nas costas, dormindo em trens, em sofás na casa dos outros, em albergues sem calefação no inverno europeu.
Hoje sair de casa com o cabelo molhado nem pensar, alem de estragar o modelão e o cabelo ficar armado, ainda pego uma gripe ou torcicolo bravo.
Antes eu tinha estomago de avestruz, comia em boteco, bebia qualquer coisa e nada acontecia. Hoje se tomo um vinho mais barato, socorro! E de pensar que o pessoal da faculdade ama tomar “ Sangue de Boi”. Eu assisto com um misto de horror e nostalgia e sinto que algo realmente mudou.
Mudou muito é verdade, mas muito mudou para melhor.
Hoje eu só faço o que quero, aprecio comidas exóticas, quero viajar com conforto. Não ando mais em galera, mas os muitos amigos que tenho estão comigo há anos e sabem exatamente como sou.
Hoje conheço e aceito minhas falhas ( sim descobri que não sou perfeita) e valorizo todos os dias que passo com alguém especial, porque sei que dias assim são um presente.
Hoje eu não tenho mais medo de falar, apesar de nem sempre dizer o que penso, também porque entendi que nem sempre o outro lado quer, ou está preparado para ouvir, e tudo bem, é bacana respeitar o tempo dos outros.
Hoje eu valorizo o silencio, e consigo absorver os segredos contidos em pausas longas, em olhares, em sorrisos.
Hoje eu creio em muitas coisas, deixei de acreditar em outras e sei que esse é um processo que nunca termina ( amém!).
Hoje eu vivo de bem com meu corpo, me acho bonita e estou feliz porque cheguei aqui assim.
Hoje é bacana, porque eu estou aqui, e celebro isso, apesar de já ter dito muitas vezes adeus para pessoas que amei.
Hoje gostaria que eles me vissem, pudessem estar presente ( acho que estão, na minha memória,no meu coração = saudades).
Hoje eu espero meu filho voltar da balada e tudo certo, porque hoje é dia disso.
Ainda bem.

bjos
Karin.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Amor De Novo

ESSE NÃO È MEU.... É DO PETER, MEU IRMÃO...ACHEI LINDO, ENTÃO TÁ AI...
QUE VENHA!!!!
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Que venha o amor de novo filho da puta e sorrateiro. Amor tão esperado, duradouro ou passageiro. Amor de todas as formas modernas, um homem, uma mulher, um torpedo. Que venha o amor de novo, com a mão em riste o dedo. Aquele golpe sacana, um pontapé rasteiro. Amor esperado, amor de boêmio. Que venha o amor de novo, como e quando seja tempo. Amor desavisado, amor de festa, de passatempo. Mas que venha o amor de novo, qualquer amor eu aceito. Que venha o amor de novo, estou pronto, abro o peito. Canto e danço como palhaço, não me importa, eu me conheço. Que o amor me conheça agora, amor de mochileiro. Se o amor acompanha o homem e o homem acompanha o tempo, que esse amor que eu sinto agora, me acompanhe até o meu leito. Amor de olhos claros, boca, bunda e peitos. Amor de gemidos baixos, palavras no ouvido, amor sin aliento. Que venha o amor right now. I am here, can you take me?Que venha o amor de verdade, que a verdade seja segredo. Amor que diz que amava, amor que diz que é pra sempre. Mas que seja amor agora, pois agora é o que tenho. E tenho certeza do medo, dos nervos, do momento. Mas nunca estive tão certo, que venha o amor certeiro. Amor de uma forma concreta, eu te amo e você meu espelho. Que venha o amor agora, na minha cama, cozinha e teto. Que seja um amor de reflexo do amor que sinto por dentro.

Publicado por Peter en 19:13
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Vigésimo andar.

Todo ano que termina a gente se promete um milhão de coisas. Faz aquela mega limpeza na casa, pensa nas coisas que passou, lembra daquilo que deu errado e jura não fazer de novo.
Todo final de ano é aquilo:
-Vou começar a correr.
-Vou parar de beber.
-Vou deixar de ligar.
-Vou sair mais.
-Vou viajar mais.
- Vou rir mais.
- Vou me divertir mais.
-Vou começar uma dieta.
E ainda tem a infalível..
-Vou parar de fumar.
Esse ano resolvi fazer diferente. Não prometi nada, absolutamente nada. Só desejei de coração ter mais coragem, mais disposição, mais força.
Na verdade acho que acertei.
O ano começou sem cobrança.
Me sentindo tranqüila, de deu vontade de fazer uma desintoxicação alimentar, começar a andar mais, fazer mais exercício. Veio o bom humor, liguei pra metade da minha lista de amigos de quem sentia falta( lista imensa), dei muita risada. Marquei derma, acupuntura, happy hour, nova tattoo.
Limpei minha agenda de telefone, sem dó nem piedade. Joguei fora os números que são um erro de escolha, de vontade e também aqueles que você liga só porque não tem nada melhor pra fazer.
Limpei gavetas, resolvi uma situação de “encosto emocional” (mas nessa devo dar crédito também, á solidariedade das amigas desejando força e dando colo.)
Hoje o mundo desabou em águas, e em vez de ficar brava, notei que essa é a cidade aonde vivo e vi a tempestade de uma janela no vigésimo andar de um edifício no meio da cidade e sei lá porque, achei até bonito.
Acho que estou mais contente.
Os velhos hábitos continuam é claro, mas maus hábitos também fazem parte de quem você é..
E aceitando isso, acendo meu cigarro, tomo meu café e penso em como é bom estar aqui.
Começamos de novo, mas não repetimos nada.
Feliz cidade.
Bjos Karin

sábado, 2 de janeiro de 2010

Só detalhes...

Qual é o grande segredo das mulheres com as pequenas gentilezas?
Parece bobagem, mas esse é um pequeno detalhe que faz toda a diferença. Dizem que o universo masculino é totalmente distinto, quase um universo paralelo...
Realmente, eu tenho dois irmãos homens e sei que isso é verdade...
Pequenas gentilezas, grandes negócios...
Quer ganhar nota dez? Ligue no dia seguinte para ver se ela chegou bem, dormiu bem, se acordou bem...
Quer ser campeão absoluto? Abra a porta do carro, pague a conta na primeira vez ( só para ser gentil, ela não precisa do seu dinheiro...), espere ela entrar em casa antes de sair com o carro.
Quer ser lembrado e ganhar espaço no hall da fama? Mencione o novo corte de cabelo, o perfume, o sorriso, algum segredo que ela te contou e você lembrou... E nunca, nunca mencione outra, a não ser que seja para dizer que ninguém se compara a ela...Nem a Bunchen... (Mesmo que não seja verdade, é incrivelmente gentil..)
As pequenas gentilezas fazem toda a diferença. Eu sei que parece bobagem, mas na verdade são nos pequenos detalhes que as mulheres notam os verdadeiros campeões.
Nunca ligue para uma ex para pedir o telefone da melhor amiga dela...Você vai ser eternizado no muro da canalhice,deselegância total... E se a amiga for amiga de verdade, ela nunca vai retornar sua ligação... você vai terminar sem nenhuma das duas...as mulheres são muito observadoras, acredite.
Ser gentil devia ser requisito básico...na vida, no trabalho, na escola, no dia á dia.Deveria ser regra máxima pra qualquer tipo de relação....
Nada melhor do que ter em algo que termina, as lembranças dos gestos bacanas.
Num mundo idealizado, seriamos sempre gentis uns com os outros, e se não desse certo seria porque não era pra ser... aquele não era o momento nem a hora certa.

Que o ano novo nos traga o melhor... De nós, dos outros.
Gentileza é fundamental...
O resto é só trilha...Antes de chegar onde a gente deveria estar.

Feliz 2010.
Bjo
Karin