quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Porcos e porcos.

Eu nunca fui uma pessoa que diz aos outros como devem viver suas vidas. Acho chato, desnecessário e sem sentido. Por outro lado, a reciproca sempre me pareceu de bom tom. Nunca gostei também de explicar como vivo a minha.
A causa animal incomoda as pessoas...
Se você é protetor e se emociona com maus tratos, tem logo um monte de gente falando que você devia se ocupar de idosos ou crianças abandonadas. A grande questão é que quem diz isso não faz absolutamente nada. Não ajuda ninguém, não doa seu $$$ nem a pau e sempre acha que são OS OUTROS que devem se mover.
Gente assim diz que paga impostos pro governo, que já está fazendo o seu, que não tem culpa de viver em um país corrupto. Gente assim também fura fila, porque está atrasado, pára em fila dupla, porque é só um minutinho, usa sacolas de plástico, porque são só algumas, joga lixo na rua, porque não achou lixeira.
Gente assim diz que deve ter ditadura, que sua crença é melhor que as dos outros, que seu deus é mais fiel e maior e chuta e desrespeita as crenças alheias.
Gente assim diz que amar é pecado e errado se não for da maneira deles. Gente que diz que animais são só animais, que as pessoas são mais importantes, mas senta em assento reservado, estaciona em vaga para deficiente e enche o saco de quem faz algo pra mudar esse planetinha confuso.
Quem ajuda a causa animal, sente que existe uma conexão entre tudo que esta vivo. Quem gosta de bicho, gosta de gente também.
Quem gosta de bicho respeita o verde...porque sabe que um coisa não existe sem a outra.
Quem se solidariza com o sofrimento de um animal, se solidariza com a dor do seu semelhante. Com criança, com idoso.
É impossível ver um caminhão tombado numa via expressa e não se solidarizar com o grito de dor dos bichos. É impossível achar que levantar uma carreta com vários bichos machucados dentro, patas presas nas ferragens,sangrando, apavorados,gritando de agonia, está tudo bem...São só bichos não é?
Eu não te digo como você deve viver sua vida... mas posso te aconselhar se você me permitir... Se abra mais, seja menos cruel,, ouça mais, fale menos... procure expandir seus horizontes. Solidariedade é contagiosa... Você começa com um bicho e quem sabe, pode ser até que você acabe se importando também com o homem.
Fica a dica!
Bom dia povo do bem... e vaiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
* uma maneira bacana de ajudar, se vc concorda com o texto.. é fazer uma SEGUNDA SEM CARNE- um dia na semana sem proteina animal... Vc ajuda o planeta e seu organismo tb!! Bora tentar???



segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A Paulista reprimida.

Ví um post de um querido amigo meu, também professor, sobre as maravilhas de andar a pé na Av. Paulista sem carros.
Sim, existe uma iniciativa, não sei de quem, de deixar a Paulista, a avenida mais popular de SP, desocupada de carros no fim de semana, para ser tomada por gente.
Fui lá dar meu like no post dele e vejo uma moça reclamando do caos no transito que isso provoca,  que os carros deveriam ser respeitados, que a cidade esta bagunçada e que lugar de pessoas é na calçada.
Meu amigo, um homem "phino", tentou argumentar, explicar que esse movimento humaniza a cidade. A tal moça não quis ouvir... O trajeto de carro dela até o shopping foi prejudicado e só isso importava.
Não importava que SP quase não tem parques, que a cidade está cada vez mais cinza, que diversão aqui só pagando... que estamos o tempo todo plugados, que não falamos com os vizinhos, que não vemos os amigos, não tomamos mais café, que almoçamos de pé, que estudamos no metrô, que enfrentamos filas até para ir ao banheiro, que os shows são carissimos, que a polícia ta dura e vida tá chata... UFAAAA...
Ela queria ir ao shopping e pegou transito.
Tira essa gente livre das rua... deixa o carro dela passar porrannnnn!!
Sou da geração que curtiu muito a cidade, cria dos anos 80, SP era tão divertida....
Saímos mais, riamos mais, conversávamos mais.
A cidade pulsava com musicas e shows underground.
Frequentávamos o centro velho, andávamos muito á pé , ficávamos deitados no vão do MASP.
A Paulista era parte do circuito, subiamos e descíamos a Augusta, bebíamos no Riviera,encontrávamos amigos no coco da Consolação,dançavamos a noite inteira no Madame Satã, curavámos a ressaca com um mate com leite na São João.
Viamos shows no Bixiga, comíamos em restaurantes baratos no Bom Retiro e voltávamos para a Paulista para repor a energia, para ver arte, para ver gente..
Ela vibrava, de barulho , de som, de cores...
Hoje vejo um SP envelhecida e amarga...
Gente pedindo a volta da ditadura, gente discutindo se deve pintar de cinza obra de arte, gente dizendo que quer ver o outro morto porque pensa diferente, gente usando religião como escudo e como lança também.
Gente querendo passar em cima de você com carro, briga no transito, espancamento de homossexuais, tudo captado pelas redes wi-fi.
Tudo conectado o tempo todo, menos as pessoas.
A lei do MEU impera.
Eu não pego ônibus, foda,-se o transporte publico.
Eu não moro na periferia, foda-se a falta de água.
Eu estou com presa, foda-se o sinal.
Eu não mando filho pra escola publica, foda-se o salário do  professor.
Eu tenho sitio privado, foda-se o verde inexistente.
Foda-se o lazer, foda-se o amor, foda-se a alegria...
Eu eu eu eu eu eu eu eu eu..., foda-se qualquer coisa não me envolva.
Eu odeio.
Eu odeio.
Eu odeio tudo.
Cadê aquela cidade que era o coração pulsante do Brasil?
Cadê aquela gente que lançava moda, que ousava?
Quando foi que nos tornamos tão mesquinhos e amargos?
Cadê o povo que vibrava madrugada adentro?
Cadê?
O que foi que aconteceu, que nossos carros são mais cidadãos que nós mesmos?
Quando foi que deixamos de existir para dirigir.
Tá cansando essa sua fase careta São Paulo minha véia querida....
Tá na hora de você dar uma desbundada e sair dessa depressão da meia idade.
Chega de tantos NÂOS>
Você sempre foi moderninha... coloca seu corpitcho# de mais de 500 anos  em dia e se entrega.
O povo nos carros não te percebe, não te nota, nem te entende... mas essa gente livre que anda sem correr, tá louca pra te ocupar.
Tá na hora dessa cidade gozar!
Vai Paulista... LIBERA GERAL!!!
Saudades de você....

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

E aqui chegamos

Ver seus pais envelhecerem não é tarefa fácil.
Quando foi que deixamos de ser filhos para nos tornar "maiores responsáveis" pelos nossos pais?
Onde foi que ficou a linha de segurança, onde você sabia que podia voltar pra casa não importa o que acontecesse que sua mãe ia estar te esperando com a luz acesa e a comida na mesa?
Crescer, mudar, sair de casa, viajar...era tudo o que importava.
Hoje sou mãe do meu filho e um pouco mãe da minha mãe também.
Eu verifico se ela tomou os remédios, acompanho nas consultas, dou bronca se ela não come direito.
Eu chego estressada do trabalho, do dia a dia, ela está me esperando porque precisa de ajuda para mandar um e-mail, porque precisa que eu mude uma lampada, porque precisa conversar. E apesar do dia puxado, lembro que pedir é mais difícil do que doar, e abaixo minha bola para poder ajudar.
As vezes a ouço andar pela casa a noite e subo para ver se tudo esta ok, se ela precisa de algo, se se sente bem.
As vezes quero contar que não me sinto legal, que estou cansada, que recebi uma noticia ruim, mas evito para não deixa-la alarmada, nem preocupada, porque quero que ela fique tranquila, mesmo que eu não esteja,ainda assim saber de que nada adianta porque no fundo coração de mãe sabe. 
Sabe sempre.
Olho pro meu filho ajudando a avó a cruzar a rua e penso em quantas vezes ela fez essa rotina em anos anteriores, só que era ela quem segurava a mão dele e ensinava que ele devia olhar para os lados antes de atravessar.
Queria dizer mil coisas, queria mostrar que sinto que o tempo esta passando tão rápido...Mas no meu jeito estabanado natural, tudo que consigo fazer é checar as noticias que ela me mostra no jornal e fingir que é novidade para mim, apesar de ja ter lido na internet mil vezes mesmo assim.
Ver seus pais envelhecer requer estofo, requer cuidado e brabeza e também muita clareza para saber recuar. 
Envelhecer não é perder a ciência. 
É ter uma calma no andar, uma delicadeza no lidar e saber, que apesar do tempo correr mais rápido e você mais devagar, hoje tem varias mãos que você segurou, pra te segurar.
Espero que eu faça o melhor.
Espero que o relógio segure um pouco mais.
Espero poder mostrar que sim, eu sou capaz! 
E que estamos todos bem.
E agradecer o tempo, já vivido e por viver...
Porque a vida não para. E não deveria.
Mesmo que a gente caminhe mais devagar.