segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O Segredo de Janaina.

Janaina tem um segredo que não divide com quase ninguém, por mais pura vergonha. Não é nada sórdido ou coisa assim, na verdade, é até bem romântico. Conto aqui, por achar bonito.
Janaina quer se casar, vestida de noiva, apesar dos 42 anos e de já ter sido casada três vezes.
Na primeira vez foi fora do Brasil menina ainda.
A festa foi num bar de amigos, uma bebedeira geral. Não teve documento, só juntaram tralhas e dividiram o mesmo espaço, mas eram considerados por todos um casal e assim foi por três anos.
Na segunda vez foi mais formal, num cartório, alguns amigos presentes, vestidinho claro, almoço em um restaurante, coisa banal, assim como eles como casal.
Na terceira vez teve festa, mas foi só festa. Os dois se conheceram em um show e o casamento foi mais ou menos nessa onda, muitas viagens, muita galera, muita bagunça, muita briga, muito tudo. Puro Rock’n Roll.
Janaina quer se casar, mas casar pra valer.
Janaina quer casar na primavera , num dia quente ao pôr do sol.
Quer entrar acompanhada do pai e dançar a valsa dos noivos, quer bolo com champagne e um vestido de princesa.
Muito pano, muito riso.
Janaina quer flores, muitas flores e tudo o que ela diz achar brega, mas que no fundo adoraria viver. Janaina quer declaração de amor e gente emocionada, quer ter a música da dupla e lua de mel em Veneza. Janaina quer ser carregada no colo e se sentir encantada.
Janaina não conta isso pra quase ninguém. Quem poderia imaginar que dentro dessa mulher descolada mora uma romântica camuflada?
Quando está sozinha Janaina compra revista importada sobre noivas e a cada mudança de estação encontra um novo vestido para combinar melhor com a ocasião.
Eu vivo dizendo pra Janaina que não é a festa que faz o casamento e sim encontrar o noivo certo.
Mas ela me olha sonhadora, sorri e me diz emocionada:
-Você imagina um dia me ver casando com véu e grinalda?
Eu suspiro e abraço Janaina.
Quem sabe...Um dia.

Eu vejo flores em vc Jana.
kiss
K.

domingo, 30 de agosto de 2009

AREIA.

Ele voltou, sem mais, sem menos, sem avisar. Quase um ano se passara, e ela o deixou entrar por puro costume. Atendeu a porta vestida de surpresa, sem sapatos, calça velha, camiseta.
Ele entrou, ela ofereceu um chá. Ele achou graça, ela sempre fora de tomar café ou vodka e dizia que chá era como beber água de banheira, mas ele não estava em condições de protestar, aceitou.
Sentaram-se á luz da cozinha, um de frente pro outro e ela notou que ele estava mais magro e mais moreno, deveria estar malhando. Ele notou que ele continuava a pintar as unhas dos pés de vermelho e achou graça ao vê-la descalça, como sempre. Foi um alivio encontrar algo familiar.
Ela contou que parou de comer carne, que se matriculou em um curso de arte e que viu um maravilhoso filme francês. Ele parecia confuso, ela parecia mudada e até o filme Francês parecia agora uma traição.
Ela perguntou se podia colocar música e ele emocionado aceitou, esperou o ar se encher de barulho, ela amava barulho e ele ás vezes dizia que ela era barulhenta demais!
Mas o que veio foi uma música suave, quase de fundo, melódica e doce.
Ele quis contar que tinha se arrependido, que nesse ano fora,nunca imaginou sentir tanta falta dela, da bagunça dela, dos sons dela que enchiam os quartos da casa de vida, de risadas, das gargalhadas, das descobertas, da agitação.
Ele estava cansado de tanta tranqüilidade, ele percebeu que sem ela tudo ficou assim, cor de parede.
Areia.
Ela ouviu e foi como se não tivesse ouvido, falou algo sobre a aula de literatura na faculdade e emendou com uma indicação de um livro que achava que ele ia gostar.
Ele pediu pra usar o banheiro e foi, se escondeu lá para recuperar o fôlego, os perfumes dela estavam lá, a maquiagem também, os cremes, mas nenhum era o que ele tinha dado de presente, eram todos novos, novos cheiros.
Ele perguntou se ela tinha algo mais forte para beber. Ela colocou num copo uma dose de uísque. Uma só e ele bebeu sozinho, ela bebericava chá de hortelã e olhava para ele com atenção, ele ficou incomodado, se sentiu desnudo, ela tinha esse poder, de ler além do que era permitido.
Ela disse que se ele não se incomodasse, gostaria de dormir cedo, amanhã iria viajar para Europa, passar quinze dias.
- Aonde exatamente? Ele perguntou
–Não sei ainda, aonde o vento me levar. (Típico dela, notou magoado!)
Ouvia ao fundo o relógio da cozinha bater, minutos que marcavam o silêncio.
Se levantou para ir embora, ela não pediu para ele ficar, foi gentil e o acompanhou até o elevador.
Ele num último ato, ainda tentou: -Sinto muito sua falta.
Ela sorriu e desejou boa noite.
Ele apertou o botão térreo e teve uma imensa vontade de chorar.
Ela entrou em casa e fechou a porta, colocou no copo uma dose dupla de uísque, mudou o som para algo mais pesado, acendeu um cigarro.
Olhou a cidade da janela e se prometeu: -Não choro mais aqui nesse lugar. Amanhã, se eu tiver que chorar vai ser em Paris.

Existem amores impossíveis de salvar.
bjos K.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Mal e Mau

Meu filho veio me contar agora que estava rolando a maior briga no Twitter, porque Sasha, a filha da Rainha dos baixinhos, escreveu “Sena de cinema”.
A mãe saiu em defesa de sua cria, como toda mãe deveria, dizendo que esse povo que critica a Sasha não está á altura dela.
È verdade! Eu sou firme em dizer que concordo com a Rainha e venho por meio dessa dizer:
-SHUSHA, você e a XAXA tem meu total apoio.
Afinal que diferença faz uma letra, com tantas existentes nesse nosso magnífico alfabeto.
Não é mesmo?

Hoje amanheci meio assim...
( acho que nesse texto deveria dizer meia assim não?) rs.

Bom finde!Beijinho, beijinho e xau, xau!
K.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

FUI!

Quando morávamos em Israel, Xexa e eu, tínhamos um pacto de segredo que nunca quebrávamos. Eu sempre fui avessa a famílias responsáveis por nós e nunca, nunca quis ter que me reportar pra mulheres desconhecidas que se intitulavam minhas tutoras. Um dia em uma cidadezinha em desenvolvimento no meio de deserto, escavações arqueológicas e ZZZZZZZZZZZZZ eu simplesmente me enchi. Olhei para Xexa e disse: Não agüento mais isso aqui, vou embora!
Ela: Embora pra onde?
Eu:-Embora pra um lugar onde sou mais feliz.
Xexa: -Ok, vai agora que eu seguro as pontas, me liga quando você chegar lá.
E assim, no meio das escavações, no meio da confusão de gente, eu me meti na estrada e peguei carona cruzando o país (minúsculo por sinal ) e voltei pra onde eu era feliz.
Lógico que os monitores, professores e responsáveis enlouqueceram me procurando e adivinha quem foi parar no paredão? XEXINHAAAA.
Mas, boa escorpiana que ela era, nem uma palavra além de : -Eu sei que ela está bem.
Òbvio que ameaçaram me expulsar do programa e ligaram para meus pais no Brasil, mas eu já era emancipada, e o que eles iam fazer? Cederam a minha pressão de ser feliz.
Como era bonita essa época, onde ser feliz era prioridade. Onde fazer aquilo que te dá prazer era absoluto. Nós éramos partidários uns com os outros e em todas as histórias que aconteceram no nosso grupo, sempre vencia o bom senso. SER FELIZ.
Uma das minhas lembranças favoritas foi o dia em que o Marcio, lavando pratos em uma cozinha (sim nós fazíamos de tudo) simplesmente olhou pra mim e disse: -Não quero mais.
Abriu a porta do restaurante e foi embora, numa sexta feira de casa lotada. O dono do restaurante gritava comigo? -Ele é maluco?
-Não..Ele só quer ser feliz.
E ele foi.
Bons tempos aqueles, para ser feliz era só abrir uma porta no meio da noite ou pegar carona em uma estrada do deserto.

Bom dia para todos.!

O Má é hoje papai de gêmeos e mora em PORTO ALEGRE.
Ainda somos amigos queridos.
bjos K,

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O dia em que Eloisa mudou o tempo.

Eloisa é minha amiga faz muito tempo, veio em casa pra me contar como terminou seu casamento.
Essa é a história que ela me contou, salvo alguns detalhes, é assim que entendi. Essa é minha leitura dos fatos. É o que eu lí nas entrelinhas... na minha forma de contar.
Mostro aqui, pra ela se ver no meu abraço. Espero que ela goste.
Eloisa não é o nome dela...mas elas vai se achar e com sorte, um novo amor também...


-Você chora? Ele perguntou.
Não, eu não, eu sou uma Barbie de plástico, uma estúpida boneca inflada que não sente nada.
O que ele queria? Me ver sofrer? Ela me pergunta sentada na minha cozinha.
Será que assim ele acharia que sou mais dócil? Mais menina?
Com ele eu descobri que as pessoas realmente choram no chuveiro, e eu que achava que isso era clichê de filme americano, coisa de cinema. O chuveiro é o perfeito lugar para chorar em paz, aquela coisa da água misturada com as lágrimas tem algo que conforta.
Se bem que eu não tive esses pudores, eu chorei sentada no banheiro do trabalho, na piscina do clube, na aula de hidroginástica que eu tinha me matriculado por sugestão dele. Eu chorei no táxi, na rua, na banca de jornal. Eu chorei muito, mas nunca na frente dele. E agora esse FDP vem me perguntar se eu sofri?
E a cara que ele faz quando me pergunta isso... Meio divertido, meio lisonjeado, meio desconfiado. Eu sei que são três meios, mas ainda é pouco pra um homem que tem duas caras!
Mal sabe ele que pra vir na merda desse encontro, eu me enchi de coragem, fumei dois maços de cigarro, mudei de roupa seis vezes e peguei um táxi, tremendo tanto que tive que pedir pro taxista me deixar no bar da esquina pra tomar uma dose de pinga, que desceu como fogo no meu estomago vazio, mas que fez essa droga de tremedeira passar.
Mal sabe ele que quando eu atravessei a rua e o vi sentado dentro do bar, numa mesa de canto, meu coração ganhou vida própria e começou a bater tão descompassado que eu tive que parar, fingir que arrumava o salto, só pra ganhar alguns minutos. Que na hora em que ele puxou a cadeira pra eu sentar, minha vontade era pular no pescoço dele e enchê-lo de beijos, fazer amor com ele em cima daquela mesa. Ele me pergunta:
- Como vai? Você parece ótima, emagreceu?
Tenho vontade de gritar. Faz semanas que não como, porque tudo me dói, minha pele, minha boca, até meu cabelo, tudo em mim sente a falta que ele faz... Mas ao invés disso, me controlo, sorrio e digo entre dentes:
-Você acha? Emagreci sim, obrigada.
Ele diz que me chamou porque tinha algo importante para falar.
Eu acendo um cigarro, tentando ainda me acalmar.
-Você não ia parar de fumar, ele pergunta. Lindos olhos verdes.
-Gosto dos meus maus hábitos - eu digo -eles me fazem companhia.
Ele ri divertido e segura minha mão gelada, que vai ficando morna em contato á pele dele, quase muito quente.
Ele então me pergunta porque nunca liguei. E bate com os dedos longos na mesa nervosamente. Eu olho aquelas mãos morenas e lembro de quando percorriam minhas costas nuas, ligando minhas pintas, como um menino que aponta estrelas. Minha voz embarga, eu cravo as unhas bem feitas na minha coxa, mania que adquiri ainda criança, para evitar chorar em público e sinto o controle voltar.
O que eu ia dizer? Nunca foi da minha natureza implorar, ele devia ter querido ficar.
Meu coração amolece.
Meu Deus, vou pular no colo dele, vou contar minhas inúmeras noites insones ao lado do telefone, minhas tentativas patéticas de sair com outro, alma seca, seca, seca, minha saudades que nunca acaba, minha pele que sente falta do cheiro dele.
Ele me diz estar muito feliz, eu digo que é assim que deveria estar.
E entre amenidades sobre o tempo, peço uma vodka.
Coração descompassado, sentimento transbordando, quando eu ia me confessar, quando eu ia me manifestar, baixar a guarda e falar...
-Amor me atrasei?
Era uma adolescente, máximo vinte anos, roupa justa, cabelos compridos, tingidos.
Ele segura a mão dela, olha para mim satisfeito e diz sorrindo
–Queria que você fosse a primeira a saber...
Nessa hora não sei o que deu em mim. Não me lembro direito.
Antes que eu pudesse perceber, antes que eu pudesse controlar, meu corpo virou água, eu virei água. E desagüei ali, na frente dele, na frente dela, naquela mesa de bar.

Amiga, pra você, meu colo e carinho sempre.
bjos
K.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Em caso de emergência...quebre o vidro.

Eu sou daquelas pessoas que riem quando não se deve. Eu sei que é uma coisa horrível, mas tenho isso desde sempre, se me sinto embaraçada ou desconfortável, eu desato á rir.
Uma vez, visitando uma amiga pra jantar na casa dos pais dela, a família toda estava fazendo um curso de conscientização espiritual e ao fundo rolava uma gravação de uma das palestras sobre harmonização.
Não sei porque, nem quem foi que começou um assunto muito espinhudo na hora da janta, o “tal” namorado nada bem vindo da minha amiga, desabou então uma gritaria sem fim, ali no meio da sala, com direito a choro, vela e desenterrar os mortos do passado, bem na minha frente ( eu sou de casa) e enquanto eles se matavam verbalmente, ao fundo a palestra dizendo:
“ O maior desafio do homem é controlar a ira, respire, transforme cada momento seu em um momento de alegria..”
Não deu outra, eu tive um imenso ataque de riso no meio da confusão e quanto mais eles gritavam,mais eu ria.
Ri a ponto de todos pararem e me olharem com cara de - Ficou louca?
E eu só conseguia dizer:
- Respirem, respirem! E caia na gargalhada de novo.
É absolutamente desconcertante ter isso, não tem o que fazer, quanto pior o flagra, maior minha risada e não é por má educação (sou moça de fino trato) é por absoluto sistema nervoso falho.
Eu rio quando não pode e quanto maior a saia justa lá estou eu tentando controlar pra não gargalhar.
Perdemos o único vôo? Acabou o prazo? Tenho que explicar uma emergência?
Eu desato a rir. E pronto.
Já nos coloquei em muita situação idiota por causa disso. Quando éramos meninas, a ROTA, policiais de SP que se achavam Super heróis, “ A tal veraneio vascaína” , tinha o prazer mórbido de nos parar, bando de adolescentes de carro na madrugada, pra revistar e fazer mil perguntas sem propósito. Quanto mais idiota a pergunta, mais eu queria rir e meus amigos tentavam explicar:
-Liga não seu guarda, ela é meio destrambelhada mesmo.
Destrambelhada nada! Existem momentos que são de chorar e você se sente transportada pra uma linha alem da imaginação e não tem o que fazer.
O povo não diz que rir é o maior remédio? Pois é.
Pode contar comigo se o caos se instalar.
A gente vai dar muita risada junto.

Pro Paulinho, amigo de infância e companheiro de muita roubada.
happy b.day!

bjo.
K.

CAIXA VAZIA.

Minha mãe anda chateada ultimamente, ela vem esquecendo coisas e acha que isso é o peso da idade. Pensando nisso me peguei tentando lembrar do que eu esqueci e notei que esquecimento é parte do nosso dia á dia.
Quantas vezes prometemos guardar segredo, juramos por tudo que é mais sagrado e acabamos deixando a boca falar mais rápido? Esquecemos de guardar.
Quantas vezes fizemos pactos de fidelidade, até que a morte nos separe, ou até o amor acabar e nos pegamos não dando valor a quem temos? Esquecemos de valorizar.
Quantas vezes prometemos para um amigo que estaremos com ele, não importa o que, e no fim nem ligamos para dar oi, perguntar como vai? Esquecemos de cultivar.
Quantas vezes olhamos para alguém em situação menos favorecida que nós, e não fazemos nada? Esquecemos de nos importar.
Quantas vezes conhecemos alguém especial, nos encantamos e nos deixamos levar e quando o encantamento acaba simplesmente partimos e nos esquecemos de avisar ?
Quanto esquecimento tem na nossa rotina.
Quantas momentos levamos ligados no automático, como se essas histórias fossem se repetir de novo, como se essas pessoas fossem acontecer outra vez.
Acho que precisamos lembrar de lembrar. Que os dias passam e toda hora conta. Aqui e agora tem que ser vividos ao máximo, porque senão, eles viram um buraco na memória, mais uma gaveta na caixa vazia do esquecimento.

Lembrei de você.
K.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

BOA MOÇA>

Ela não sabia como dizer: A-CA-BOU!
Qual é a maneira certa de se fazer entender?
Fazer com que ele sinta que você não quer mais?
Que os recadinhos que ele insiste em deixar para você todo dia, o dia todo não tem graça, que as manifestações não te interessam, que quando ele fala você sente um sono incontrolável e a sua cabeça fica repetindo enlouquecidamente a mesma melodia “ O sa-po não la-va o pé, não la-va, por-que não quer...”
Como dizer delicadamente: -CALA A BOCA?
Não, você não é engraçado.
Não, não quero conhecer seus amigos.
Não, não quero saber da sua vida?
Nãoooooo, não quero te contar a minha.
Pode parecer que você me conhece, mas basta perguntar para qualquer um dos meus, eu não sou meiga, nem fofa, muito menos boazinha ou educada. Eu não quero ser socialmente aceita por você, nem quero que você vasculhe minhas gavetas e aponte na luz fluorescente da cozinha meus erros. Eu não pedi para você entrar. Não fui eu quem te convidou. Você intruso entrou pela janela e se apoderou do sofá, mas essa casa não é sua, é minha e se eu quiser eu vou fumar muito e beber até de manhã, eu vou andar descalça e dormir pelada só de meia, eu vou falar palavrão e vou receber meus amigos de madrugada e vou desalojar você, porque minha casa é só para convidados.
Você não entende nada do que eu digo, não me venha com delicadezas, eu não sei de onde foi que você tirou esse seu PHD sobre minha vida afetiva, PHO DA-SE.
Você e sua filosofia de boteco.
Se eu te perguntar realmente, se você sabe onde está se metendo, pode ser que você ache engraçado, mas desse lado de cá, só anda quem tem casca grossa. Você leve como uma pluma ia se desintegrar na densidade daqui. Volta pra onde você veio, fica aonde você está seguro. Do lado de cá, somente quem sabe andar, ou quem eu convidar, como aquele bonito que levou meu coração pro outro lado. Ele, eu ainda espero voltar.

Dele eu sinto falta...
Ele sabe disso....
Pra ele meu beijo.

A jaqueta.

Ela ligou, depois de muito tempo, ele atendeu surpreso.
-Quero minha jaquetinha de volta, ela disse, é minha favorita!
Ele nem lembrava mais do que ela estava falando.
A jaqueta, ela esqueceu na casa dele , ato impensado, mas que demonstrava escondido a intenção de revê-lo. Sim ato falho.
A jaqueta era de verdade a favorita e sim ela sentia falta. Não era uma jaqueta qualquer, era a jaqueta perfeita e custara os olhos da cara. E ainda assim era o único elo que tinha com ele.
A jaqueta, ela esperava que fosse o lembrete diário de que ela existia.
Se perguntava se ás vezes ele olhava pra aquele pedaço de jeans azul, e se lembrava dela. Se ainda tinha o perfume dela, a lembrança do cheiro dela. Maneira esquisita de se fazer marcar. Mas não tinha outro jeito. Ela tinha que tentar.
Ele respondeu educado. Era bom moço e por isso não tinha dado certo. O Bem dele e o Mal dela não sabiam se encaixar. Tinha havido encantamento é verdade. Mas ela achou que fosse coisa feita pra durar. Ele bom moço que era, não agüentou tanta bagunça sentimental e preferiu se afastar. A jaqueta ficou ali, resistindo no meio do caminho entre os dois, marcando território, dizendo que eles precisavam conversar.
Quero minha jaquetinha, ela falou.
Ele bom moço que era respondeu muito gentil.
Vou mandar um motoboy entregar.
E o motoboy veio.
E a deixou sem resposta e sem esperança. Ponte partida.
Ela sabia que nunca mais ia conseguir olhar pra jaqueta da mesma forma.

te beijo.
K.

domingo, 23 de agosto de 2009

Arritmia.

E ela que foi parar no hospital por causa dele. Dor aguda no peito, cegueira momentânea.
Passou a noite monitorada por estúpidos marcadores de batimentos cardíacos, que deixaram em seu peito manchas roxas, iguais a que ele deixava e que assim como ele, também não a deixaram dormir.
Noite toda incomodada, virando de um lado a outro sem conseguir relaxar, pensando nas milhares de coisas que não fez, nas centenas de coisas que não conseguiu dizer. Quando o Doutor chegou de manhã, a encontrou desperta, descabelada. Olhou-a por dois segundos e do alto de sua sapiência doutoral, seu posto de semideus da alma humana declarou:
-Stress! Dois dias de repouso em casa e acompanhamento com especialista.
Stress um cacete!
Isso é falta, é tristeza, é saudade. É tudo e é nada!
Sofia ficou indignada.
Especialista? Qual é o especialista que devo procurar para me curar de pé na bunda e canalhice?
Me diga Doutor... Ou no meu caso, burrice por não saber dizer NÃO.
Ainda teve que ouvir da enfermeira que não poderia ir para casa antes do seu responsável vir me buscar.
Quase comete um assassinato!
-Responsável? Que responsável minha filha?Eu sou totalmente irresponsável e não tem ninguém, ninguém entendeu? Se eu tivesse alguém não ia estar aqui sentindo meu peito apertar até perder a visão! Filha se eu tivesse alguém que valesse a pena, eu estaria linda, com a pele fresca, rindo sob lençóis. Olha bem para mim, descabelada, sem dormir, cheia de manchas roxas causadas por uma estúpida máquina. Só sobrei eu! Uma mulher com o coração em sobressalto tentando sobreviver a picada de escorpião... Um egocêntrico, cheio de si, que me envenenou sem me avisar. ! Estou num dia ruim filha, não respondo por mim, é melhor você me deixar ir!
Ela,a enfermeira, a olhou assustada. Sofia quase sentiu pena dela.
As mulheres iradas são capazes de cometer insanidades, sendo mulher, a enfermeira deve ter notado isso.
Sofia olhou para ela com olhar desafiador, a enfermeira calou, não disse mais nada.
Sofia voltou para o quarto, vestiu as roupas, colocou o salto alto, tirou o cateter do braço e apertou o botão do elevador.
Tontura, vertigem.
Lá fora o sol estava a pino, barulho de carros, gente indo e vindo. Acendeu um cigarro, colocou seus óculos escuros, acenou para um táxi.
O coração velho de guerra se aquieta, está pronto para outra.

Meu...de "Cacos de Vidro no Chão"
Bjos
K.

Maria e o espelho.

Maria acordou exausta. Os dias passavam e ela não sentia diferença nenhuma. Horas, minutos, segundos. Tudo igual.
Levantou foi até o banheiro , se olhou no espelho e se perguntou com uma honestidade cruel: Quem é essa estranha que me fita no espelho?
Eu não reconheço essa minha cara. De quem é essa pele cansada, esses olhos tristes, essa expressão dura?
Eu não me vejo assim, não pode ser eu. Eu ainda me sinto menina, e toda nova relação, é como se fosse minha primeira vez. Eu ainda tremo de antecipação, meu coração ainda bate descompassado, meu estomago embrulhado, não consigo comer nada. Eu ainda me visto com cuidado, me coloco disposta, disponível. Pinto as unhas, pinto os olhos, pinto as tristezas passadas.
Essa cara brava que me encara no espelho cisma em contar toda a tristeza que passou, todos os medos, as dúvidas, as rejeições. Ela me trai muito mais do que qualquer homem, porque conta a história que eu quero esconder.
Não sei mais o que fazer com essa cara feia. Acho que vou trocá-la por uma mais serena, em vinte e quatro prestações, no cartão de crédito emprestado por alguém que não tenha medo de sorrir.
Voltou para cama, se aninhou. O cobertor cobriu os medos.
Lá fora amanhecia um novo dia. Azul.
Ela prometeu que faria diferente.
Sorriu ao pensar nisso.
Amanhã ia finaciar o tal carnê.

Esses (os dois últimos e esse) são contos do "Cacos de Vidro no Chão" a primeira série que escrevi.
Vou postar alguns.
Kiss
K.

200 cigarros.

Laila resolveu mudar.
Prometeu que não ia mais se deixar magoar por homem nenhum.
A última relação terminara mal e de uma forma covarde, pelo telefone, a morte para alguém como ela que amava as palavras.
A relação terminou de forma rápida e curta, mas ela não podia reclamar, nessa vida “express”, até que durou bastante, se é que você pode chamar de muito ela abrindo o coração em e-mails sem fim e ele respondendo monosilabicamente quando achava necessário.
Ela resolveu que não iria mais se dar para homens cegos ou surdos, muito menos burros com o coração embrutecido. E decidindo isso se entregou heroicamente ao celibato.
Palavra idiota essa. Tinha até medo de repetir em voz alta, não queria trair sua decisão madura. Mas sabia que não responderia por si, numa dessas noites solitárias em que acabava se aninhando com estranhos, só pra não se sentir anestesiada.
Deixou de beber então, a bebida sempre fazia com que a outra, a estranha que morava dentro dela, viesse á tona. Afinal, uma celibatária não podia ter uma segunda personalidade caçadora, mas ela tinha, e tinha que conviver com isso. Esse conflito entre criador e criatura que a deixava desconfortável andando pela casa, sem nada para fazer.
Ele parecia muito feliz, político e bem sucedido, era irônico terminar uma relação com alguém que aparecia o tempo todo na TV. Deixou de assistir TV também, já não abria mais o computador, queria esquecer...
Às vezes ele aparecia em sonhos, e ela se obrigava a acordar porque tinha prometido não pensar.
Deixou de dormir também, não queria mais sonhar.
Começou a fumar descontroladamente.
Toda vez que pensava nele acendia um cigarro.
E se não fosse a dor no peito, os dedos amarelados de nicotina, a tosse insuportável e as profundas olheiras, poderia dizer que estava indo razoavelmente bem.

sábado, 22 de agosto de 2009

Os quereres.

João era fotografo, bem sucedido, viajava o mundo, não gostava de ninguém em especial, mas tinha uma queda por Virna. Virna era casada desde os tempos da faculdade, mãe de três filhos, não sabia da queda de João e não amava mais o marido. Lucas marido de Virna trabalhava em uma multinacional, e estava tendo um caso com a estagiária Norma. Norma era noiva de um rapaz da igreja, iam se casar no final do ano. Célia era a cunhada de Norma, gostava dela escondido e não sabia o que fazer, Miguel era vizinho de Célia, morava com a mãe doente e queria correr o mundo. Érica trabalhava em uma boate, tinha um caso com um senhor muito mais velho que pagava a faculdade, era amiga de Sandra que engravidou sem saber quem era o pai da criança, mas resolveu mesmo assim ser mãe.
Henrique sonhava em encontrar um grande amor na Internet, se colocou em todos os sites de relacionamento. Gisele vivia com a irmã, depois do fracasso do terceiro casamento, resolveu se dedicar a outra causa e fundou uma ONG para proteção de animais. Suellen vivia sozinha e queria ter coragem de se declarar para o melhor amigo de seu irmão. Caio.
Caio era gay. E só queria ser feliz.
Assim como Norma, Célia, Suellen, Carlos e todos os outros.
Assim como EU, como VOCÊ.

Os quereres são coisas engraçadas.
Sorte na vida?
Quereres recíprocos.

Bom sábado!

Bjos. K.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sem Som.

Esse escrevi há um tempo atrás...mas achei bonito, postei.


Hoje estou em um daqueles dias parecendo cega no meio de tiroteio.
Estou inquieta,agitada, aflita. Eu sou geminiana, detesto ter que esperar.
Esperar coisas, esperar respostas, esperar momentos que acho decisivos chegarem.
Minha vontade é gritar aos quatro ventos, falar, falar, chamar.
Engraçado essa coisa feminina, ter que demonstrar (ou será que é só coisa minha?) Minha insensatez me diz para agir e num impulso ligo para o Gafanhoto e peço conselho. Essa é a vantagem de se ter um grande amigo homem.
Gafanhoto ouve pacientemente e o que me diz?
Para ter calma, agora não é hora de agir, é hora de pensar...
Minha cabeça vaga em várias direções...
Sim, não, talvez.
Acendo um cigarro.
Apago o cigarro.
Tomo um café.
Espero.
O relógio marca as horas, chove, faz frio, me sinto cansada.
Lá fora o vento arrepia a pele.
Me dá mais saudades.
Espero pacientemente o tempo passar.
Espero sinceramente que ele volte pra mim.

È bonito pensar que um verbo pode ser duas coisas.
Toda dubiedade me encanta.

Fim de semana.
Fim de fôlego.
Continuo feliz.

K.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Hoje.

Hoje amanheci feliz, não sei porque, estupidamente feliz.
Acordei de bem, comigo mesma, meus demônios saíram de férias e me vi leve, como há muito não me sentia.
Hoje nada me incomodou nem o transito, nem a chuva , nem as propagandas via telefone.
Hoje até doação para a LBV eu fiz e ainda tive paciência de escutar toda a longa explicação sobre o Natal (isso mesmo, Natal, das crianças da entidade.)
Hoje não lembrei de ninguém que me deixou triste, minto, lembrei, mas não senti mais tristeza.
Hoje quis ligar para amigos que estão longe.
Hoje senti vontade de ver a Casinha e dar um beijo na barriga grávidinha.
Hoje dei muita risada, com os outros e de mim mesma.
Hoje marquei uma nova tattoo com o Gafanhoto, para lembrar que hoje, foi hoje.
Hoje brinquei com meus cachorros e com os cachorros do vizinho também, e acho que eles sentiram que eu estava feliz, porque abanaram o rabo e fizeram uma sinfonia de latidos quando passei.
Hoje vi um beija flor na minha janela e a rosa que plantei deu sua primeira flor de um vermelho quase sangue.
Hoje falei pra grandes amigas que as amo. Mandei torpedos para dizer Oi pra quem não falava faz tempo. Dei todas minhas aulas rindo e fiz muito café e servi muito bolo para quem veio em casa.
Hoje acordei de bem comigo mesma.
Hoje eu acordei EU. Como há tempos não fazia, me olhei no espelho e me vi bonita.
Hoje, o dia foi bom e estou feliz por hoje.
Hoje, percebi que o dia foi feito para mim.

Então se puder desejar algo: Feliz hoje!!!

Para os amigos que se formam nesse dia...meu amor e carinho sempre!
Bjos K.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

LUA CHEIA.

Rótulos são coisas engraçadas. Dependendo de quem te conhece e do momento que você está passando na sua vida você pode ser rotulada de :
Sedutora,se está cheia de amor para dar... E aí, numa fração de segundo muda tudo, se você se encanta demais , ou fala muito, maluca.
Se você assume o que quer e diz em voz alta, perigosa.
Se não fala nada e espera o outro decidir, banana.
Tem dias que você acorda muito de bem com a vida, então você é a engraçada.
Em outros, você anda um pouco confusa,vira a perdida.
Se está totalmente focada no trabalho, obcecada.
Se passou por uma fase muito ruim e segurou bem a bronca, batalhadora.
Se teve uma vida com muitos altos e baixos e está agora em cima , vencedora. Mas se o contrário aconteceu, deprimida.
Se engordou muito depois da gravidez, largada.
Se entrou numas de malhar muito pra recuperar a forma, gatinha ou gatona dependendo de quantos anos você tem.
Se está de bem consigo mesma, metida.
Se está amando alguém e é correspondida , apaixonada.
Se está amando muito e não é, exagerada.
Se não está amando ninguém, amargurada.
Se gosta de sexo, facinha.
Se está numa fase de se resguardar, frígida.
Se quer ter muitos filhos, antiga.
Se não quer filho nenhum, egoísta.
Se quer um amor para vida toda, romântica.
Se quer amar vários e sempre, galinha.
Se bebe muito, fala alto e ri com vontade, escandalosa.
Se não bebe e ri baixinho, sem sal.
Todo dia acordo uma dessas aí. acho que todas nós temos nossos momentos. E todas já ouvimos um desses rótulos.
São muitos os nominhos para mulheres que são únicas, mas que passam por várias mudanças.
E na verdade, eles não significam nada. Eles não mudam o conteúdo da garrafa.
O vinho continua o mesmo. Mais encorpado talvez, mais doce ou mais seco dependendo do armazenamento, e do cuidado ao servir.
A vida vai trazendo as coisas e vamos nos encaixando como dá. Por isso a mulher tem quadris largos, para rebolar conforme a música.
É difícil ser sempre só uma, e além de difícil, é chato demais seguir regra e jamais mudar.
O bacana das mulheres é a imensa capacidade de transformar, moldar e mudar, a si mesmas e a sua volta também.
As mulheres mudam muito, mais até do que a lua.
Não é à toa, que chamam essas mudanças de fases. E que a Lua é substantivo feminino.
Hoje estou lua cheia.
Esperando algo grandioso acontecer.
Um eclipse talvez? Ah ia ser magnífico. O Eclipse!

"Um eclipse lunar é um fenômeno celeste que ocorre quando a Lua penetra totalmente ou parcialmente o cone de sombra projetado pela Terra .
Isto ocorre sempre que o Sol , a Terra e a Lua se encontram próximos ou em perfeito alinhamento, estando a Terra no meio destes outros dois corpos."

Pra quem sabe ler entrelinhas, está aí um alinhamento perfeito.

Mtos bjos.
K.

SILÊNCIO.

Qual é o significado exato do silêncio? O que pensar quando alguém que você considera importante simplesmente resolve não falar mais nada? E o que fazer numa situação dessas?
As mulheres tem grande necessidade de falar, de acordo com Robert Happé, as mulheres são seres intuitivos e os homens realizadores, no encontro dessa disparidade é que se forma a união do equilíbrio perfeito.
Mas se somos pólos distintos, como achar a o meio termo para um bom canal de comunicação? Quando um homem diz algo, ele quer dizer exatamente aquilo, mas as mulheres procuram significados escondidos, porque assim a natureza as fez. Somos seres investigativos e curiosos, para natureza prática masculina é complicado entender.
Um NÃO é mais fácil de aceitar do que o silêncio, porque o silêncio abre vazão para inúmeras interpretações, e as mulhers adoram o “se”
Amigas dão os seguintes conselhos:
-Talvez ele não atendeu o telefone porque está numa reunião importantíssima.
-Talvez ele não respondeu porque o computador está com vírus.
-Talvez coitado ele, esteja de cama por causa da gripe suína
-Talvez a vó dele pediu para levá-la no supermercado...
E a minha favorita do besteirol feminino;
-TALVEZ ELE TENHA MEDO DE VOCÊ!
Olha, nunca vi essa categoria de homem.
Homem não tem medo de mulher.
Homem pode não estar interessado, não ter tesão, não achar você uma deusa. Mas MEDO? Não.. A não ser que você tenha duas cabeças, ou seja a medusa, ainda não vi isso.
De todas as respostas femininas basta perguntar para um amigo homem.
-Porque ele não liga, responde, dá sinal de vidaaaaaa? PORQUEEEEE?
E seu AMIGO diz:
-Querida, ele simplesmente não está afim de você.
Então como não gostamos da resposta, voltamos ao universo feminino que nos consola, e nos apegamos a idéias muito lógicas : A casa dele pegou fogo, e ele teve que sair correndo só de toalha, o celular derreteu e ele perdeu seu número, por isso ele não liga...
Tão mais simples não?

Liga, telefona, manda e-mail ou pombo correio.
Faça ela feliz...Só hoje.

Bjos K.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

PONTO G.

EU estava lendo a revista NOVA e para quem não conhece é uma revista feminina que dá muitas dicas sexuais para a mulher, eu pessoalmente acho um pouco exagerado, mas a revista cumpre seu papel em informação.
Bom, voltando ao assunto, me chamou a atenção uma extensa reportagem sobre o “PONTO G”. Sim esse misterioso lugar onde grandes ondas de prazer acontecem. A revista dava dicas de como achar o tal ponto e como fazer bom uso dele. Ok, interessante, sugiro as mais afoitas um certo cuidado, as posições para achar o tal ponto são um tanto, malabaristicas.
O que me chamou a atenção mesmo, foi o fato de se dar tanta importância a um detalhe minúsculo dentro de um universo de pontos eróticos. Fiquei imaginado uma mulher que não achasse o tal ponto, frustrada, por não ter a chance de alcançar o tal nirvana prometido. Eu acho que sexo é mais ou menos como aquela propaganda de cigarro dos anos 80, venha para onde está o prazer. Pois é, eu acho que deviamos parar de tentar seguir regras, já são tantas no dia a dia e na nossa rotina social, e que o quarto, ou o chão, ou a pia, ou sei lá onde o povo gosta de namorar, deveria ser terra de ninguém Terra onde não existem regras nenhuma, só pequenos limites impostos pelo parceiro escolhido, para procurar mais prazer.
Ao invés de procurar o ponto G sugiro que comecemos pelo ponto A, seguindo o B,C,D,E..e assim por diante. Quando chegarmos no G já estaremos tão encantados com tudo que descobrimos que o ponto G só será mais um, no meio de um alfabeto infinito.
Quando o alfabeto acabar, favor recorrer ao alfabeto grego.. ALFA, BETA, GAMA, DELTA... infinitas oportunidades.

Á todos um ótimo dia..COM TODAS AS LETRAS!
Bjos K.

Entrelinhas.

Meu irmão me ligou preocupado, cuidador, queria saber se toda vez que menciono “Minha Amiga” no blog, se na verdade eu estava falando de mim. Queria saber se tudo que escrevo aconteceu comigo. Acho que essa é a dúvida de muita gente.
Ando bem contente com as respostas que venho recebendo sobre o Blog, muita gente se acha nas pequenas historietas aqui contadas. Então vou explicar como funciona.
Muitas vezes falo de mim, outras vezes de amigas queridas que procuraram socorro, alguns pontos são de conversas que ouço na rua, no ônibus, no transito , conversas de estranhos. Eu sou um ser que presta atenção no que os outros falam. Muita atenção!
Idéias vem do observar, e eu observo muito. Se alguém me conta uma história pessoal, eu foco minha atenção nos detalhes, na intenção por trás, no sentimento oculto, nas entrelinhas.
Eu adoro entrelinhas porque acho que é ali que se instala a emoção verdadeira.
Quando gosto muito de alguém, e andei beeeemmmm apaixonada um tempo atrás, eu mostro muitos detalhes de mim camuflados em brincadeiras, ou pequenas coisas, e sei que encontrei alguém especial de verdade quando essa pessoa consegue captar as sutilezas.
Eu sou detalhista, meu olhar é sempre pra aquilo que não foi exatamente dito. A Xexa diz que sou toda emocional, mas é esse tipo de linguagem que realmente mexe comigo.
Eu gosto daquilo que ninguém mais vê, daquilo que tem que ser procurado.
Então sugiro para quem lê o que eu escrevo, um caça ao tesouro.
Procure entre as palavras e você vai saber de quem estou falando. Às vezes é de você mesmo, eu mudo um pouquinho o cenário, mas as histórias são reais. Tempo e lugar não interessam, o que conta mesmo é o que se sentiu.
Procure aqui, com certeza você vai se achar. Se você faz parte da minha vida, uma hora ou outra, vai estar aqui. Escondido é verdade, como um segredo, que só é contado para quem merece.
Bjos
K.

SINAIS >#*¨"

Os sinais. Como interpretar a linguagem corporal de alguém de forma correta? São brincadeiras de duplo sentido brincadeiras ou tem algo por trás? Ui.
Como saber ao certo se entendemos aquilo que não foi dito com todas as letras?
Bom, eu sei que já entendi muitos sinais errados, que me colocaram em situações no mínimo engraçadas.
Tinha um bonitinho na faculdade, que vivia comprando café pra mim, atravessava o pátio só para dar “Oi”, segurava na minha cintura quando falava comigo e só conversava ao pé de ouvido. Minhas amigas o chamavam de “já ganhou”, e viviam fazendo piadinhas á respeito.
Pois bem, um dia, esse figura, me pega na escadaria, segura na minha cintura, encosta a boca no meu ouvido e me pergunta com a voz mais rouca: Loira, como faço para sair com sua amiga?
UIIIIIIIIIIIIIIIII? Como?
Isso mesmo!
Eu claro, quase caí do salto, mas me lembrei que sou muito, muito drag, e fiz cara de paisagem. Quando voltei para a mesa, as meninas estavam alvoroçadas.
-E aí?
-E aí? Bom Mi, ele quer sair com você amiga.
E ela: - Como assim? Ele nunca falou comigo em todo esse tempo, nem oi!
Pois é! Ele virou piada íntima do nosso grupo (em pé na bunda a mulherada é muito solidária) e também virou caso de estudo.
Virou de “já ganhou” o “já marquei”. A Mi não quis sair com ele, achou a atitude péssima.
Eu acho que olhares sedutores, mão no cabelo, mão na cintura, falar ao pé do ouvido, contar sacanagens (que fez, que quer fazer, fantasias com detalhes picantes) só se tiver outras intenções.
Acho desnecessário testar seu nível de sedução em alguém com quem você não quer nada.
Minha amiga me contou que um ex-ficante foi na casa dela, cheio de amor para dar, contou que fazia e acontecia com a mulherada, deu detalhes que deixaram minha amiga corada, falou de saírem, foi uma noite ouvindo sacanagem, rolou até convite para casa de Swing. Quando minha amiga falou que primeiro deveriam sair só os dois, pra ver se rola quimica, porque ela não sabia se estava preparada pra coisas assim, ele some e quando aparece diz que prefere colocar O FILTRO DA AMIZADE.
Olha, não sei que amizade é essa. Do ponto aonde esses dois chegaram, como voltar á uma fraterna amizade? Como voltar a falar de livros e filmes sem lembrar dos detalhes ardidos da conversa íntima? Ninguém é de ferro! Nem mulher!
Minha amiga me ligou totalmente sem graça e confusa, achando que se atirou pro rapaz. Que deveria ter sido mais boa moça e fingido não entender.
Opinião unânime de todas nós? TODAS MESMO!
Desencana querida,que é isso coisa de inseguranças de menino.
Não sabe brincar? Não desce pro parquinho.

Sinais... Tão bom saber mandar, saber receber, saber entender.
O amigo homem que tiver um bom manual pode mandar, todas iremos apreciar.

Hoje começa minha especialização na facul...
Me desejem sorte.
Bjos.
K.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Do começo ao fim.

Qual é o limite certo para mandar torpedos e e-mails quando se está interessada em alguém? Como sabemos qual é a linha que separa a maneira como o outro te vê, de fêmea sedutora para louca “mulher solteira procura”? Qual é o limite de coisinhas que podemos dizer quando estamos empolgados por alguém?
Depende, pra isso não tem regra, cada relação é única e acho que o que define mesmo o limite é a reciprocidade.
No começo de relação quando existe aquele encantamento absurdo, ás vezes trocamos até vinte torpedos ao dia, sim vinte, e o outro lado responde e atiça para vir mais mensagens.
Tem gente que diz TE AMO logo de cara, uma coisa doida, o sentimento cresce, aflora e lá vai o ser se declarar á plenos pulmões ( eu pessoalmente já fiz isso,uma única vez, mas não recomendo). Acho um pouco assustador, mas tem amigas que acham lindo. Veja bem, olha a diferença, elas são minhas amigas e nossos valores são distintos nessa área.
Eu sou de escrever muito, a Xexa diz que falo em metáforas e que ninguém entende (do lado masculino óbvio, porque mulher fala em Windows, abrem sempre uma nova janela).
Se eu ainda estivesse na faculdade, tomaria uma imensa bronca da minha Mestra querida Edna, ela me diria, que o autor tem obrigação de se fazer entender.
Eu escrevo mesmo, mas não só para homens, eu falo para amigos, eu falo para quem me importa, falo, falo, falo, até não me importar mais, (se não houver recíproca claro!) aí não falo mais nada. Nada mesmo, esgota minha vontade, e deu.
A recíproca é o combustível que faz com que você continue na faixa de sedução. Acabou a recíproca e você insiste? Hum, mulher maluca. Mesmo que você não seja, é assim que vão te ver.
Se você não se importar com o rótulo e achar que ainda tem algo á dizer, apoio totalmente, fale mesmo, porque relação que foi á dois, e agora você se vê falando sozinha? Fale até esgotar, porque engolir sapo engorda e enfeia. Só uma dica. Quando esgotou, dê um fim verdadeiro. Nada de ressuscitar mortos. Falou tudo? Siga em frente linda, leve e solta. Sabendo que você fez tudo o que podia, e se o outro não quis, não era para ser. Tudo bem, nem sempre as histórias de amor tem final feliz. Mas é muito importante que elas tenham um final.

Bjos
K.


Essa é minha opinião, tenho certeza que a Xexa discorda...
Protesto? Humpf...quero ver TEXTO..risos.... Taí. Fala o que você acha... love u.

domingo, 16 de agosto de 2009

SEMPRE.

Quem me conhece á fundo sabe que sou totalmente família. Ninguém imagina isso, mas é verdade. Eu sou fa-mi-lia!
Eu acho que família é a casa pra onde você volta depois de tudo.
A minha é um pouco estranha. Somos barulhentos, brigões, meio esquisitos, muito tatuados, falamos bobagens, temos humor bizarro, ás vezes bebemos demais, somos muito exagerados, mas somos muito, muito unidos.
Meus irmãos são importantíssimos na minha vida. Eles são parte vital de mim.
Eu cuidei deles pequenos e hoje eles me ajudam a criar meu filho.
Quantas vezes o Peter não acordou de madrugada ( músico, só volta para casa lá pelas cinco da manhã) para levar meu filho pequeno na escola, melhor ainda, sem reclamar. Quantas reuniões de pais ele foi no meu lugar, quantas discussões por mau comportamento, notas , civismo ele não teve com meu filho?
Klaus leva meu filho, hoje adolescente, em ensaios da banda dele ( sim outro músico), sai com o menino nas baladas, leva em shows, se hoje meu filho fica difícil de lidar, sempre posso ligar para o tio para me ajudar e conversar com ele...
Pro meu filho, os tios são praticamente super heróis.
E acho que eles merecem esse título.
Nós irmãos temos um código secreto, é o momento Oráculo, discussões entre nós três onde tudo, tudo pode ser dito.
No momento Oráculo são discutidos assuntos delicados, dolorosos, sempre com um dos três de mediador (justiça seja feita, normalmente o mediador é o Peter, porque Klaus e eu somos mais explosivos), nada do que foi discutido num momento Oráculo pode ser discutido fora da circulo de confiança, o Oráculo é nosso confessionário, muito secreto e pessoal. Nosso pacto de fidelidade.
Eu sei que não importa o que aconteça, sempre posso contar com meus irmãos, seja num momento de muito medo ou de extrema alegria, eles sempre estão ali para mim.
Nós brigamos muito uns com os outros, mas somos três contra o mundo. Como diz o Sensei, nós não somos irmãos, somos uma máfia.
Nosso pacto de confiança é absoluto, meus irmãos estão comigo, não importa o que. Eles sabem tudo á meu respeito, minhas falhas, meus medos, minhas inseguranças, minhas burradas, e eu deles. E nosso amor é absolutamente inabalável.
Peter mora hoje na Argentina, mas ligo direto, de madrugada, e pergunto o que fazer. Se estiver magoada ou levei um pé, ou se me apaixonei de novo, ele sempre sabe. Quero sempre dividir com ele. E ouço, presto atenção, porque quem te ama, sempre tem cuidado ao lidar com aquilo que é importante para você.
Vejo às vezes famílias brigando por dinheiro, herança, coisas materiais, nunca entendo. Conosco não existe isso, somos três, mas poderíamos ser um só.
Totalmente distintos em personalidades, Peter é o calmo, Klaus o explosivo, e eu a exagerada, mas tudo misturado e dá uma bebida boa de beber, muito doce, mas altamente forte. Aconselha-se a consumir em moderação, com risco de viciar.
Quem tem um amigo em nós três, sabe que é para vida toda.
Que o diga o Gafanhoto, nosso quarto mosqueteiro.

Saudades de sentar com meus irmãos no boteco e dar risada.
saludos..
K.

sábado, 15 de agosto de 2009

CYRANO

Na psicologia o Ego é o centro da consciência inferior. O Ego é a soma total dos pensamentos, ídéias, sentimentos, lembranças e percepções sensoriais, ele pode ser inflado ou ter problemas de auto estima.
A Internet hoje em dia está fazendo esse papel, servindo de catalisador da nossa psiquê, expondo fielmente aquilo que temos de melhor, ou pior.
Muitas pessoas se escondem, atrás da máquina, é muito comum você conversar com alguém que se descreve de forma totalmente irreal. Essas pessoas criam fantasias baseadas naquilo que gostariam de ser e não em quem são de verdade, crescem centímetros, mudam cor do olho, escolaridade, e passado.
Muitos que são tímidos flertam como verdadeiros profissionais da área, o Don Juan perfeito atrás da tela, mas ao vivo, ser deslocado e envergonhado que gagueja.
Se o ego for muito inflado, aí já é todo um outro problema, o nível de realidade é paralelo, e o ser realmente acredita naquilo que fala. Ele simplesmente se vê assim.
A secretária de uma empresa onde dou aula é muito tímida, já tem quase 40 anos e para idade está bem bonitona, na Internet ela se transforma em uma super devoradora, mulher fatal, mas ao vivo, basta mencionar uma bobagem mais picante que ela fica vermelha como um pimentão e não consegue dizer mais nada...Está sem namorar há um tempão.
Conheço homens que falam que vão fazer e acontecer e passam meses teclando com mulheres, construindo uma relação que nunca acontece, sedutores cibernéticos..
Teve um que falou que queria conhecer pessoalmente minha amiga, marcou no shopping ( eles teclavam há meses, já tinham conversado pela cam, trocado fotos e orkut) ela foi animada, o papo entre eles era muito legal e eles passavam horas dando risada.
Ela foi, ele não. Adivinha? Quando ela voltou pra casa, descobriu que ele a tinha bloqueado no MSN e orkut.
Ela me pergunta inconformada o que fazer? Sinceramente? Não tenho a menor idéia!
Eu também acho mega esquisito esse tipo de atitude e qualquer um que me conhece um pouco, sabe que não tenho muita paciência para relacionamentos virtuais. Eu gosto de gente ao vivo e á cores...
Eu fiz grandes amigos pela NET, tem um querido (bjos Munhequito) que é músico erudito,um prodígio, papo interessantíssimo, ás vezes vou vê-lo tocar, em outras ele vem comigo se tatuar no Gafanhoto. Me conhece, conheceu meus amigos, minha família. É real. TUDIBOM!
Tem também o Beto, que me liga, me manda fotos, torce por mim, quando operei ligou para desejar coisas boas. Amigo querido.
Pra quem não conhece a história de Cyrano de Bergerac : homem feio que usou de um amigo bonito pra fazer com que uma donzela ficasse encantada por ele. Cyrano falava e seu amigo bonito apenas repetia. A donzela se apaixonou pela mente de Cyrano e o visual do belo amigo.
A Internet é o Cyrano de muita gente.
Assim é para alguns, belas palavras, que escondem traços menos marcantes, ou o contrário, belas fotos que vem sem conteúdo nenhum.
O bacana é encontrar o equilíbrio, onde a máquina seja apenas máquina e não uma extensão de nosso ego. Que usemos a tecnologia para seduzir tudo bem, mas que saibamos ser assim também no mundo de verdade, onde os abraços e beijos são mais do que palavras escritas numa tela.

Pra quem gosta de calor de verdade, aquele abraço
K.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A Calçada.

Aconteceu uma coisa hoje que me deixou enternecida, sim enternecida, essa é a palavra. Eu moro numa vila de casas, pracinha, ar de cidade do interior mesmo, e meu vizinho tem uma Pick up tração 4 rodas, é um carro pesado, toda vez que ele passa em cima da minha calçada pra estacionar, quebra um pouquinho, uma frustração! Casas dos anos 50 têm disso.
Eu olhava todo dia a calçada e aquilo me incomodava profundamente, é bem na minha porta de entrada, uma chateação. Pois bem, ontem, do nada, noto uma movimentação estranha no portão, saio na rua e dou de cara com um senhorzinho cimentado minha calçada com o maior cuidado. Fiquei pasma, perguntei porque ele estava fazendo isso, e ele me disse que estava reformando duas casas ao lado e que tinha sobrado cimento, achou que poderia resolver meu problema e fez, sem eu pedir nada. Fiquei muito surpresa e mais ainda quando perguntei quanto eu devia. - Nada. Ele disse. Ofereci café com bolo, ele aceitou. Eu entrei, ele foi embora, nunca mais vi.
Olho agora pra calçada que antes me dava desconforto e sinto alegria.
Ela me lembra a gentileza de um completo estranho, bem na porta da minha casa.
Não sei porque essas coisas acontecem, tem dias que alguém levanta e decide agradar um completo desconhecido. Eu chamo isso de dia do bem.
Do lado de casa tem uma pracinha, estava abandonada, e aos poucos foi se transformando num lindo jardim, com placas e árvores frutíferas, quem fez isso? Outro desconhecido, aposentado, que resolveu que nossa área precisava de um lugar bonito para a criançada brincar, a molecada namorar e os velhinhos descansarem. Hoje é uma delícia passar lá. Eu brinco que moro no sítio do Pica - Pau Amarelo. Na minha área os vizinhos ainda falam bom dia, passam bolo pelo muro e vem te visitar se você anda sumida. Gentileza é imprescindível. Vinda de estranhos é sinal de que ainda podemos acreditar e ter esperança de que nem tudo está perdido.
Minha calçada me lembra disso todo dia, é uma forma bonita de começar a semana.
Bom finde para todos.
Bjos
K.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Maternidade.

Ser mãe é muito complicado, nunca sabemos ao certo o que estamos fazendo e qual será a conseqüência das nossas boas intenções. Hoje tive uma enorme discussão com meu filho adolescente, horários, escola, notas, coisitas assim e o que era para ser um diálogo construtivo entre mãe e filho, virou uma mega briga por limite, eu tentando impor o meu, ele tentando ultrapassar. Foi grande, quase do tamanho dele que é uma cabeça mais alta do que eu...
Chegou uma hora em que não sabia mais o que fazer, ele magoado, eu frustrada por não me fazer entender. Gritos, choro, raiva e eu segui meu instinto. O abracei muito, muito forte, como se ele fosse um menininho de novo e só disse: Te amo, você é a coisa mais importante da minha vida.
Ele á princípio não quis, brigou pra sair, mas eu segurei forte e no final ele se deixou levar pelo meu abraço, um pouquinho depois, ambos estávamos prontos para recomeçar a dialogar.
Ser mãe não é fácil, se erra muito tentando acertar. Os dias tomam tempo, os afazeres, o trabalho, as preocupações. Ás vezes não queremos fazer nada, estamos simplesmente cansadas, e pode parecer incrível, mas mãe também cansa. Depois da discussão, fomos assistir juntos uma maratona de X-men e eu percebi que tem horas que é bom ser mutante, tem horas que temos que conseguir realizar centenas de tarefas ao mesmo tempo e ainda sermos capazes de estar descansadas e equilibradas. Toda mãe é uma mutante por natureza.
Então quando sentir que suas forças de persuasão estão quase no final e não tiver mais poderes paralelos para vencer, a melhor técnica é usar o poder maior: amor puro.
Nunca falha!

Pras gravidinhas de plantão...um mega abraço.

Pra minha querida amiga, cuja filha cortou o cabelo sozinha, com tesoura de unha, desejo outro poder mutante, na verdade dois: bom humor e memória... a memória para lembrá-la que quando éramos adolescentes, eu cortei o cabelo dela de um jeito muito estranho também, nós achamos lindo, mas a mãe dela ficou uma fera!
Love you Xe.
K.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Pra chamar de seu.

Encontrei agora um amigo muito querido que não via há anos, ele recém se separou e veio tomar um café e contar da vida.
Engraçado como tem pessoas com quem você se sente totalmente á vontade para falar de tudo, e por causa do BLOG, nossa conversa foi quase uma entrevista sobre o ponto de vista masculino nas relações.
Meu amigo está chateado, o casamento acabou, esfriou e ele sente que fez tudo o que podia. Ele estava me falando que quando namoravam, os dois davam muitas risadas juntos, viajavam, saiam, dividiam. Foi só casar e a coisa mudou, vieram às dores de cabeça, o moleton e o Big brother na TV. Meu amigo já não sabia o que fazer, e quando tentava conversar, ela culpava o trânsito, o dia cheio de trabalho, a briga com a mãe. Meu amigo queria ficar, mas se sentia sozinho numa relação que deveria ser a dois. Eu me peguei pensando, qual é o mecanismo que faz com que deixemos de dar atenção para quem escolhemos passar parte grande de nossas vidas junto. Qual foi o momento em que deixamos de nos importar? Aonde é que acaba o tesão e começa a frieza e falta de diálogo?
É só olhar em volta, está em todo lugar, você entra em um restaurante e vê casais que passam uma refeição de duas horas somente conversando com o garçom.Quando é que nos tornamos àquilo que mais temíamos ser?
Amor requer cuidado, intimidade também. Não adianta andar o dia inteiro de moleton e camisa de eleição e se perguntar porque o outro não quer estar com você. Você iria querer chegar em casa e dar de cara com um homem deitado no sofá comendo frango com a mão e arrotando cerveja? Tenho certeza que não!
O cuidado com o outro, começa no cuidado consigo mesmo. Ninguém consegue dar aquilo que não tem. Vejo muitos casais que se separam culpando sua cara metade pela infelicidade. Ora, a felicidade é algo que deve ser cultivada em você, junto com auto-estima e bom humor.
Dias ruins todo mundo tem, mas ninguém merece morar, em tempos modernos, numa casa com um dragão.
Amor também é baixar guarda.

Continuamos querendo mais...
Bjos
K.

SHE-RÀ!

È oficial...Faz um mês que estou em casa, presa por causa das minhas costas. Um mês de morfina, de injeções, de antiinflamatórios, um mês de dor. Um mês!
E o tempo não pára, fico aqui vendo os dias passar da janela do meu computador, e me pergunto o que acontece lá fora, bem fora mesmo, tipo na Bósnia, ou Etiópia. Como será que está o clima por lá? O que será que as pessoas ao redor do mundo andam fazendo enquanto estou aqui, olhando pro tempo passar sentada na cama? Que desperdício de vida!
Me pergunto, como é que deve ser pra quem realmente não consegue se locomover? Pra quem vive preso no corpo? Eu estou me sentindo em liberdade condicional!
Eu pessoalmente já estou de saco cheio de pedir ajuda, de não conseguir me abaixar, de não dançar, de não conseguir visitar meus amigos ou segurar minhas lindas sobrinhas no colo. Eu estou de saco cheio de limite. Limite é um porre, não serve para nada, só pra te deixar com mais vontade de fazer.
Limite, só mesmo em sinal de trânsito.
É frustrante achar que: Hoje vai! E não vai pra lugar nenhum.
Passei seis meses ano passada assim, coisa mais chata, indo pra faculdade de bengala, tendo mais dias ruins do que bons. Não muito glamouroso acreditem!
O melhor é o povo tentando te consolar, com frases do tipo:- Deus só te dá o fardo porque você consegue carregar.
Olha, ultimamente não estou conseguindo nem carregar minha bolsa! Mas tenho sorte porque sempre tem um bonitinho simpático fazendo isso pra mim.
Eu quero sair correndo, quero dançar até me acabar, quero passar a noite acordada, quero viajar, quero poder fazer o que quiser! Quero poder abraçar meus amigos com força e dar gargalhada sem medo de me machucar... Eu sou uma exagerada,porque essas costas não colaboram?
Tá, já deu né?
Já passei um mês quietinha, está na hora de me deixar voltar á ativa.
E se preparem, porque quando eu voltar, vai ser com tudo. Eu sou praticamente uma X woman com todo esse titanium
E ando com muita fome de.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Mais Sol.

Conversando com meu aluno hoje, por causa do texto da aula, ele me perguntou o que eu faria se fosse meu último dia de vida. Se amanhã tudo acabasse e eu soubesse, o que eu faria?
Me peguei pensando nisso. A conversa vagou sobre viagens para paises exóticos ( eu pessoalmente sempre quis conhecer Bora Bora) e hotéis cinco estrelas, esportes radicais e comidas bizarras.
Bom quando a aula terminou, me peguei pensando de verdade nisso, e se realmente hoje fosse meu dia derradeiro? O que eu realmente faria?
Acho que diria muitas vezes para meu filho que o amo...Que ele é especial, que me sinto honrada de tê-lo na minha vida. Mas já faço isso.
Talvez então ligaria para meus irmãos e diria o quanto sinto falta deles, de sentar e dar risada, o quanto confio e acredito na nossa relação, o quanto eles são importantes para mim, mas faço isso também.
Tomaria café da tarde com minha mãe, e ouviria, prestando atenção , como foi o dia dela, valorizaria que ela está aqui e agora. Agradeço todo dia.
Então ligaria para os amigos que gosto, mandaria recados, torpedos, mensagens, e lembraria da minha saudade, do meu carinho, da falta que eles me fazem, mas isso também é uma constante.
Contaria para os homens que amei, que eles foram especiais para mim... Mostraria o que me moveu, o que me tocou, o que me encantou...Mas também não deixo isso passar.
Conversaria com estranhos, ouviria suas estórias e daria risada de coisas bobas...Também sou boba á toa..
Prestaria atenção aos detalhes, nas cores, nos sons, nas luzes da cidade. Sempre tive um olhar curioso.
Notei que faço muitas coisas, sempre para garantir que meu último dia não seja desperdiçado com magoas e rancores. Eu tento fazer o meu melhor, e apesar de nem sempre dar certo, eu sei que sempre fiz o que pude, aquilo que estava ao meu alcance. Aquilo que era do meu tamanho no momento. Nem sempre somos gigantes, ás vezes acordamos pequenos, mas isso é assim mesmo, e convivo bem com isso.
Então cheguei à conclusão de que não mudaria nada, nem os erros, nem os acertos. Eles contam minha história.
Percebi que a jornada que me trouxe até aqui foi bacana, e valeu muito á pena.
Se eu pudesse mudar uma única coisa no meu último dia? Queria que fizesse MUITO SOL.
Se pudesse mudar algo, mudaria o tempo.
O resto foi tudo de bom.
Bjos para todos.
K.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Fala com a mão!

Eu tenho muitos amigos homens e dia desses numa mesa de bar rolou uma discussão sobre uma menina na net que teve suas fotos sensuais expostas pelo namorado no final do relacionamento. Parece que o casal tirou fotos íntimas do romance e quando o amor acabou a menina se viu á mostra na Internet á todos que dessem um clic com o mouse. Os caras na mesa eram da opinião unânime de que a moça era uma burra, e que deveria ter visto isso vindo, foram inúmeros os comentários do tipo: -Quem manda? Pediu pra que isso acontecesse!
Eu do meu lado, única mulher na mesa, fiquei indignada.
Ok, até concordo que a menina foi burra, mas não por esse motivo!
Eu acho que ela foi burra sim, de se relacionar com um “I-DI-O-TA!” Porque um homem que usa de momentos de intimidade com alguém que já gostou ( nem que seja só para uma noite) para fazer vingancinha pessoal é no mínimo o equivalente masculino de mulher mal comida... Qual seria o nome disso? Hummm.... Poco Pano talvez? Bala curta? Ou qualquer coisa do gênero.
Ao meu ver, homem de verdade honra o código de intimidade, mesmo que a mulher seja só por uma balada. Porque se ela quisesse se expor, pode ter certeza de que faria isso sozinha.
Nada pior do usar sexo como arma. Sexo é para fazer a pele e o cabelo brilhar, para relaxar as tensões, para dividir e criar intimidade. Homem que não honra isso é igual mulher que saí por aí colando o numero do cara em banheiro público ou em porta de boate gay. Um vexame!
Ninguém deve passar vergonha por ter confiado em alguém. Pra mim quem devia se envergonhar na verdade é quem expõe os outros com pequenezas que só podem ser um reflexo de outra parte da anatomia.
Eu acho que devemos saber honrar segredos, principalmente os de travesseiro, porque foram divididos conosco em momentos de absoluta entrega.
Quem não consegue ver isso, não devia ter parceiro, devia somente se relacionar com a mão. Ou não?

Pedimos á todos os passageiros que desliguem suas câmeras e celulares.
E uma boa viagem!

PS: Segredo é sagrado.
Bjos
K.

domingo, 9 de agosto de 2009

Pai.

Hoje é dia dos pais.
É o dia marcado oficialmente para você olhar ao lado e dizer para aquele cara que passou a vida toda com você : Te amo! Você é maravilhoso! Obrigado por tudo!
É um dia onde na TV, propagandas vão aparecer, de famílias felizes e sorridentes, comemorando a data festiva.
Pois é...
Minha amiga Andréa trabalha com crianças em liberdade assistida, em uma ONG, onde os adolescentes, na sua grande maioria de doze á quatorze anos, já tem um longo histórico de idas e vindas em “instituições educacionais” e lá, não vai ser comemorado esse dia. Porque?
Porque essas crianças em muitos casos, não sabem quem é o pai, ou o pai està preso, ou é ausente.
Esse não é um dia feliz na Ong da Déia.
E sei que não é um dia feliz para muita gente.
Acho que essas datas comemorativas são bacanas se você tem uma família comercial de margarina, mas se não for bem assim, também não é motivo para se desesperar .
Família também pode ser escolhida!
Figura paterna pode vir de um vizinho, um amigo, um tio, um professor. Podemos e devemos escolher em quem nos espelhar e não são os laços de sangue que servem para nos dizer se nos encaixamos ou não no que todo mundo tem.
Tem gente que não tem família, está sem ninguém que possa chamar de "parente" em São Paulo, mas tem uma rede de segurança de amigos tão grande que nunca se sente sozinha.
No dia dos pais, das mães, do amigo, do filho o que vale mesmo é olhar para o lado e ver quem ocupa na sua vida um lugar especial.
Esqueça os títulos, o que vale é o sentimento.
Títulos são somente letras. O respeito e admiração por alguém que está sempre perto de você e faz você querer ser melhor, porque torce por você, não precisa de NOME.
Mas eu, como romântica incurável, chamo isso de AMOR
Feliz dia do amor.

Aos pais bacanas....escolhidos ou não.
Bjos
K.

sábado, 8 de agosto de 2009

Desejo...que você seja feliz!

Uma amiga me contou que estava numa fase entre namoros, saco cheio, queria se divertir, depois de nove anos noiva. Não aconteceu o casamento, ela resolveu cair na balada.
Bom, como alguém que ficou tanto tempo em um relacionamento sai na noite de novo? É difícil se reacostumar aos rituais da noitada. Minha amiga conta que conheceu um bonitinho muito, muito simpático, conversaram, dançaram deram uns beijos e trocaram telefone, passada uma semana, duas e nada do querido ligar.
Minha amiga desconsolada fazia mentalmente o caminho de volta na trilha do “o que foi que fiz de errado???”.
Nada do que disséssemos fazia sentido para ela. Resolvemos então só ouvir e concordar.
Passado um mês, nova balada, mesma história só que aí minha amiga resolveu aproveitar, saiu dançou, beijou muito, tomaram café da manhã no bar ao lado da casa noturna, trocaram telefones, dia seguinte ele ligou, marcou de se verem, cinema, barzinho, mais beijos, motel, minha amiga crente que estava namorando...
Adivinha? Três semanas se passaram e o cara sumiu. Minha amiga não para de reclamar:
-Se dou ele some, se não dou também, como resolver isso?
A questão aqui não é o outro, no meu ponto de vista.
A questão aqui é VOCÊ.
Pergunte-se o que VOCÊ quer e siga em frente
Se dar é bom, dê muito e siga feliz.
Se esperar para conhecer é bom, faça isso e pergunte para o rapaz tudo o que você quiser, vale até cpf e ficha corrida.
Agora o que não dá mesmo é colocar o seu desejo na mão do outro.
O outro pode não saber direito o que fazer, e se seu desejo for muito grande e ele inábil, é capaz dele deixar escapar entre os dedos.
Seja dona daquilo que você deseja, grande ou pequeno, o desejo é seu.
E desejar, ah!!! Vale muito a pena!!


Esse finde foi confuso.
Estou esperando o meu desejo voltar a falar comigo.

Sou mulher de fé... e vontades.
Sorria e acena!
K.


Imagem- Liz Hurley.-divando!!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Bye bye!

CARTA DE MULHER

Meu Bem,
Quero que entenda como estou me sentindo, e se te escrevo aqui é porque acho importantíssimo dizer que tudo que passamos não passou em branco.
Te conhecer foi um momento de grande emoção para mim, mas sinto que agora não falamos mais a mesma língua. Noto que nossa comunicação anda cheia de ruídos e nada do que falo parece fazer diferença para você, então acho que no momento o melhor para nós dois, seria um afastamento, para que com tranqüilidade possamos pensar em tudo o que aconteceu entre nós.
Você vai sempre ser querido para mim.

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CARTA DE HOMEM

Acabou, não quero mais.
PS: acabou a cerveja também!

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bom fim de semana á todos
K.

Que dia feliz!

Falando com uma amiga agora, chegamos á conclusão que hoje era o perfeito dia de lançar a campanha “CASA DO CACETE” .
Ás mais afoitas, peço calma, esse é na verdade um dia em que está absolutamente proibido proibir.
Quer experimentar um vestido magnífico de grife só para ver como fica? Pode!
Quer desligar o telefone e não atender as chamadas da sua mãe? Pode!
Quer comer torresmo e bolo de chocolate de sobremesa? Pode!
Quer ir trabalhar de blusa branca sem sutien? Pode!
Quer falar pro seu vizinho gostosão que ele é "tudibom"? Pode!
Quer agarrar seu chefe na mesa de fax? Pode!
Quer dizer para aquele homem que você flerta há meses que ele tem que tomar uma atitude ou a fila vai andar? Pode!
Quer dizer para sua melhor amiga que o corte de cabelo dela está na verdade horrível? Pode!
Pode tudo...Falar o que quiser, fazer o que quiser. Mas também tem que estar preparada para ouvir o que não quer. Mas tudo bem, no dia "Casa do Cacete", você não vai ligar para absolutamente nada. Fica aqui instituído no ano um dia livre. Livre de compromissos, livre de tristeza, livre de obrigações, livre de mágoa, livre de dor de cotovelo, livre de stress. O dia da "Casa do Cacete" apesar do nome masculino é um dia dedicado ás mulheres. Um dia ao ano, onde VALE TUDO!. Escolha qual vai ser o seu e divirta-se horrores.
Seja muito feliz, beije muito, tome muito banho de espuma, coma muito chocolate, beba champagne, dê muita risada, durma doze horas e passe a madrugada fazendo amor. Amanhã é dia normal, mas hoje, celebre...
VOCÊ!

Desejando á todas um dia Feliz pra cacete!
Bjos.
K.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Nú em praça pública.

Assistindo o Happy Hour na GNT com a Astrid Fontenelli sobre esquizofrenia, ouvi um comentário de um dos entrevistados, que me pareceu muito interessante. Ele disse que a definição, pra ele, de loucura era quando o pensamento virava DOMÍNIO PÚBLICO.
Parei para pensar nisso. Deve ser difícil deixar escapar de seu controle tudo o que se pensa (em segredo). Ver exposto seus fragmentos ao alcance de todos.
Imagine só, todos nossos pequenos momentos de euforia, sacanagem, ou maldade, instantes de pensamentos irônicos, perversos, ou românticos, rasgos de insegurança, ou timidez, paixão, solidão, tudo exposto ao encontro de todos, como numa arena.
Quantas vezes não fingimos estar absolutamente poderosos e donos de nós em uma entrevista de trabalho, mas por dentro estamos tremendo de medo. Ou quando vamos ter aquela conversa com alguém que já amamos muito e fingimos não ligar, mas a vontade real é de se esconder e chorar. Ou na apresentação de um trabalho acadêmico, subimos ao palco dominando o ambiente, mas interiormente o coração bate tão forte que quase não conseguimos ouvir o que os outros falam.
É impressionante, se pararmos para pensar, quantas coisas nos vêem á mente e que fingimos não notar. Quantas situações sociais ficariam enlouquecidas se realmente déssemos vazão á tudo o que pensamos.
È bacana poder contar com um filtro, que serve como uma rede de segurança. Óbvio que a grande sacada é saber dosar, nem filtrar demais, nem de menos. Quem filtra demais não vive nada, quem filtra de menos vive se metendo em confusão. Equilíbrio é a grande questão de todo exagerado.
Mas ter tudo o que pensamos, exposto para os outros deve ser como andar pelado na Avenida Paulista. Pode parecer engraçado para quem vê, mas deve incomodar muito quem faz. Ninguém quer pegar friagem nas partes íntimas, sejam elas quais forem, o sexo, o peito ou coração. Ninguém quer expor tudo, colocar numa bandeja sem controle para análise de uma multidão.
Pensamentos são segredos que contamos ás vezes só para nós mesmos, devaneios que mostram várias facetas da nossa personalidade. A escolha que fazemos é que define nosso caráter. O pensar é livre. O agir e mostrar vai da generosidade, ou maluquice da cada um.

Parafraseando Caetano: “De perto ninguém é normal”
Domínio público?...Só se for para público escolhido a dedo.

Pensa nisso...(em segredo.)
Bjos
K.

Camurça ou Verniz?

Ultimamente ando muito ruim das costas, eu caí na rua levando meus cachorros para passear e estou de molho sem conseguir me mexer muito já faz três semanas, então preciso de ajuda para fazer as pequenas coisas rotineiras.
Meu ex-marido veio visitar e pedi para ele pegar um par de sapatos pretos no armário. Ele volta com um sapato preto de verniz, sapato de balada, e quando digo pra ele que esse não é um sapato para usar de dia, ele me olha com um imenso ponto de interrogação e me diz:- Você tem seis pares de sapatos pretos, que diferença faz?
Achei graça no comentário, isso é bem coisa do universo masculino, só uma mulher para entender que não é só a cor que importa, mas o tecido, o modelo, a ocasião. A Casinha quando estava arrumando a mala para ir embora, deixou de fora um par de sapatos magnífico de grife, eu abismada perguntei: - Como? Você não vai levar esses? São divinos!
E Ela: -Amiga, já paguei o preço deles com juros e correção monetária em bolhas, sangue e lágrimas. Eu dei muita risada.
Quem disse que ficar chique não dói?
É a mesma coisa com o cabeleireiro, parece simples para o homem, que só corta o cabelo e deu. Mas nós passamos horas entre corte, tintura, banho de creme, progressiva, fazer unha, esfoliação e depilação.
Só a depilação é um capítulo seriíssimo á parte e todas nós estamos atrás do mais novo lançamento que seja indolor e perfeito para todos os tipos de pele.
Homem chateado vai jogar futebol ou beber com amigos. Mulher muda o corte e a cor de cabelo, e isso é quase que uma dica para o mundo de que ela está mudando de fase.
Perfume também, além de ser assinatura pessoal, marca épocas. Têm uns só para o dia, mais leves, outros mais marcantes para noite. Uns que deixamos de usar porque o ex namorado amava, e ex é ex até em perfume.
Eu sou fã de cremes, uso vários, um só para o olho, outro para o cabelo, um específico para boca, um para o corpo e outro só para o cotovelo. Sem os cremes me sinto mal humorada. Passo um longo tempo depois do banho passando cremes.O ritual de beleza de cada uma é um momento particular de meditação. Mulher medita todo dia na frente do espelho.
Parece bobagem, mas pergunte para qualquer mulher se ela se incomoda que o namorado não notou que ela mudou a cor do cabelo de “Loiro cinza claro”, para “Loiro extra claro numero 86”.
Mulheres são loucas por detalhes e se pegam nisso nos relacionamentos também. Meu conselho? Sempre que a namorada aparecer toda sorridente com cara de novidade, mesmo sem perceber diferença nenhuma o homem deve dizer:
-Mudou algo em você querida, você está radiante!
Pode ser que tenha sido só o esmalte, ou o lado de pentear a franja, o perfume, ou a sombra de olho.
Você nunca ia perceber lógico! Mas ela vai ficar feliz. E isso é um pequeno detalhe que vale a pena não?

Detalhes...ui,tão bom.
bjo K.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Celebration!

Existem amigas do peito de todo jeito. Amigas com quem você celebra grandes momentos ou que te ouvem quando você está em crise, amigas que discutem problemas de filhos na escola,amigas que vão fazer compras juntas, amigas que discutem arte e literatura,amigas de pilequinhos, amigas que não bebem nada,amigas que seguram sua mão quando você está com medo, amigas que vão para a balada e se acabam na pista de dança até alta madrugada e amigas que estão sempre aí te salvando de roubadas.
A Denda se encaixa em várias acima, mas a especialidade dela é a última. Eu explico:
Ela é o tipo de amiga que posso ligar do meio do nada e dizer:
-Denda preciso de você!
-Manda K.
-Pega esse numero que vou te dar e liga dizendo que você faz parte da comunidade da águia azul de Lajotinhas em extinção, eu PRECISO saber se fulano está no trabalho.
- Pode deixar.
E lá vai ela, sem mais, sem menos, sem perguntar nada. Não só ela liga, mas com a lábia perfeita, ainda consegue o telefone da mãe, da secretária e do veterinário sem eu pedir ou precisar.
É capaz de que, se existir mesmo tal águia a Denda ainda conseguir salvar! A Denda é muito simpática, não tem como não se encantar por ela..
Ela é uma das únicas amigas que eu chamaria no caso de travar as costas ( sim esses pinos as vezes dão uns sustos!!) num motel distante ( Você também Xexinha!....Afe! Que isso nunca aconteça) mas se acontecer, sei que posso ligar. Ela iria me buscar e ainda prática como é, levaria uma roupinha básica para eu ficar confortável á caminho do hospital. E sei também que a única preocupação dela seria minha dor, ela nunca me questionaria sobre o que eu fazia para as costas travarem, não pelo menos até eu sarar.
Três semanas atrás liguei no meio da noite do busão, quase onze horas, apavorada porque tinha feito bobagem. Super Denda ativar! Em duas ligações resolveu tudo e ainda ligou pra me tranqüilizar, ela estava indo para uma reunião, mas parou o carro e resolveu minha confusão e ainda passou em casa para ver se fiquei bem, eu andei chorando e ela notou, e não engoliu minha mentirinha de que era cólica.
Nós somos amigas desde a oitava série, e sempre fomos confidentes sem cobranças. Eu assim tortinha desse jeito, ela assado mais tranquila. Nunca, nunca deu errado. Acho que por isso que dura tanto tempo, é coisa antiga e verdadeira.
Tenho que levar a Denda para jantar,são muitas coisas pra contar, esses dias foi aniversário dela, já são quase 26 anos que passamos juntas.
Se escrevi aqui amiga foi minha forma de dizer:
Denda eu sei que com você sempre posso contar. Happy, happy birthday querida!
Love you!
K.

Uma boa idéia ....

Os homens sempre se perguntam porque as mulheres vão juntas ao banheiro. Bom não existe um único motivo, mas acho que alguns podem ser explicados aqui, (só alguns).
As mulheres vão juntas ao banheiro para conversar, para comentar, para fofocar. As conversas vão do profundíssimo: Você acha que meu cabelo ficou muito claro com essas mechas?
Ao solidário:
- Amiga, acho que estou grávida!
Mulheres fazem do banheiro seu santuário de confissões:
-Acho que me encantei por ele.
Sua passarela;
- Você acha que essa blusa está mostrando muito que estou sem sutien?
Banheiros podem ser também conselheiros emocionais de emergência:
- Briguei com meu namorado e meu ex me ligou, que faço?
O engraçado é que banheiro é uma área livre, se tiver ali uma mulher que você não conhece e ela quiser palpitar na sua história, é muito capaz que ela seja ouvida como mais uma opinião feminina.
Banheiros são também lugares para planos maquiavélicos
– Então amiga, quando eu falar a palavra excalibur, você entende que é para pegar o amigo dele e sumir!
-Mas como você vai encaixar essa palavra na conversa?
-Deixa comigo, já bolei tudo, vai ser fácil!
- Nossa como você é rápida.
Banheiros são também consultórios psiquiátricos:
-Não sei, quando eu falei para ele que estava sozinha em casa sem nada por baixo da roupa, ele me perguntou se tenho cabo porque queria assistir a final do campeonato. Você acha que ele é gay?
São muitas as coisas que acontecem naquele espaço diminuto em lugares públicos. As mulheres e os homens têm códigos distintos. Quando meu irmão diz:
- Não quero falar sobre isso agora. O que ele quer dizer?
Que não quer falar sobre isso agora!
Quando uma mulher diz:
- Não quero discutir esse assunto. O que ela quer dizer?
– Quero que você insista para saber como estou me sentindo.
Ir ao banheiro junto é um código da confraria feminina.
Meu amigo Xepa sempre diz que três mulheres rindo alto sozinhas na mesa de um bar, é sinal de que um homem está se ferrando em algum lugar.
Ele precisava entrar um dia no banheiro feminino, isso ia dar o que falar!
Salve , salve a mulherada!
K.

É GOOOOLLLLLLL!!!!!!

Gosto dessas pessoas que sentem paixões enlouquecidas. Seja por artistas, por times de futebol, por músicos, por obras de arte, por causas humanitárias. Gosto dessa coisa de ser absolutamente dedicado á algo, á situações. Eu não tenho isso em mim. Nunca me emocionei por gente famosa ou por grandes nomes da literatura ou teatro, nunca senti meu peito explodir com gol de time nenhum, nunca achei essa comoção enorme em coisa vinda de fora, por mais que muito do que vejo me interesse e me toque, me emocione. Óbvio que exista admiração, se eu vir o Bono ou o Nelson Mandela, vou ficar contente, mas jamais sairia correndo atrás deles com uma caneta e papel para pedir um autógrafo. Acho maravilhoso o que o PETA faz, mas me sinto incapaz de entrar num bote e perseguir um navio pétroleiro. Esse tipo de entrega poderosa me fascina.
Acho que aquilo que fazemos como profissão ou ações que tomamos na vida em alguns casos, é motivo para admiração, mas não encontro em mim essa fagulha. Não tem crítica aqui, só constatação de como as pessoas dividem a paixão. A minha segue rumos distintos.
O Gaba é maluco pelo Timão, ele pode ir a um casamento de amigo ouvindo o rádio escondido e se o padre perguntar:- Alguém tem algo a declarar? O Gaba é bem capaz de gritar: -GOOOOOOLLLLTIMÃOOOOOOOO!
Isso é emoção por coisas, eu normalmente tenho por pessoas.
Acho bacana esse estardalhaço emocional. Às vezes sinto uma certa pontinha de inveja quando vejo a coragem de alguém, declarando seu amor assim sem medo de parecer ridículo. Eu gosto de quem não tem medo de ser feliz. Gente que grita na rua a pleno pulmão. Que pinta a cara, que faz barulho porque acredita.
Existem pessoas que se incomodam, acham ridículo. Eu acho bonito não ligar pra nada a não ser para o que se sente naquele momento.
Eu sempre me pergunto: Se essa pessoa é assim com um músico/ ator/ cantor uma coisa distante, como será que vai ser quando encontrar um grande amor?
Vai saber, de repente fica até tímido, sem conseguir dizer nada.
A gente nunca sabe quando vai se entregar.
Quem quiser expor sua paixão sem medo de ser feliz, dou a maior força!
Emoção declarada deve ser tão bom quanto gol do time que se adora.
Dá vontade de gritar!

Sou toda ouvidos.
bjos K.

Para Alex, que quer um final feliz.

Felizes para o sempre????

Acordou cedo, casa imensa para limpar, agora ela se perguntava de quem fora a brilhante idéia de morar ali?
Piso de mármore...Quem precisa de piso de mármore com três crianças pequenas correndo de meias pela casa? Tinham ido mais vezes ao pronto socorro dar pontos nas cabeças das crianças do que a um restaurante legal ou a um motel
Já fora também o tempo em que ele a chamava de princesa...E a casa, que na lua de mel parecia um castelo, hoje dava a impressão de prisão..
A primeira mulher dele, a ex, continuava a ligar. Reclamava, cobrava, e o pior, jogava as crianças contra ela.
Sentia-se muito mal, uma velha, uma carrasca, uma madrasta. Quando se olhava no espelho, não se reconhecia...
-Espelho, espelho meu..Existe alguém mais miserável do que eu???
Ele ainda tinha aquele carro branco brilhante, que ele fazia questão de polir todo fim de semana.Mas hoje, aquele carro não surtia mais o mesmo efeito nela, não era assim uma carruagem. Pra falar a verdade, parecia um capricho de um homem de meia idade, tentando desesperadamente esconder os fracassos pessoais e a calvície, atrás de um carro caro e jovial.
Tentou entrar naquele pretinho básico, aquele guardado faz tanto tempo..o mesmo que usara quando o conheceu, quando dançaram juntos no baile. Ficou péssima! O vestido não subia nem descia, ficou entalado nas coxas, como uma piada cruel, rindo dela, preso no meio das pernas grossas.
Resolveu que estava num dia ruim, tomou um comprimido pra relaxar, o sono veio mecânico, imediato. Desabou no sofá da sala com o vestido ainda preso nas pernas.
Ele entrou, ela dormia pesadamente. Fazia tempos que não a via assim, tão tranqüila Também coitada! Andava sob uma tonelada de pressão, com a outra, a ex, a bruxa incomodando sem parar.
Olhando pra ela assim dormindo tão tranqüila, se pegou sorrindo....apesar das roupas esquisitas que ela usava, apesar das ultimas brigas e do mau humor constante, ela ainda continuava bonita. Ela ainda lembrava aquela mulher que ele tinha conhecido dez anos atrás...Como da primeira vez que a viu.
Ela ainda era sua Bela adormecida.

As Cinderelas também ficaram modernas.
bjos
K.

ENLATADOS

Conversando com a Coelho ( sim, amigos de infância não importa quão adulto você seja, vão continuar usando os nominhos que cresceram usando) ela sabiamente me disse que:
"O que enlouquece as mulheres, não é o NÃO... É o TALVEZ”.
Concordo com ela.
Às vezes é melhor uma resposta negativa e brusca do que um nada.
Para um NÃO bem dado, arruma-se um enterro, chora-se, sente-se falta, senta-se 7 dias, um mês de luto, colca-se uma pedra em cima. Eventualmente, num aniversário de morte, lembra-se e dá aquela ponta de saudades, mas como morreu, como acabou, segue-se em frente.
Já o TALVEZ, é o painel eletrônico que enlouquece as mulheres, quase tratamento de choque, é aquela luzinha que pisca, pisca, pisca no fim do pensamento, é aquele luminoso que não te deixa dormir, porque fica acendendo e apagando toda hora, é aquele flash que te deixa cega para ver outras pessoas. Momentaneamente cega...Mas, quantas boas oportunidades são perdidas em fragmentos de cegueira momentânea?
Eu pessoalmente prefiro um corte brusco...Eu prefiro ouvir. Eu sempre falo aquilo que penso e corro atrás daquilo que desejo. As pessoas estranham isso, acham um pouco impulsivo demais, um pouco maluco, um pouco muito humano, talvez um pouco muito mulher...As mulheres sabem lidar melhor com as verdades.
Mas eu me pergunto, como é que as pessoas convivem com esse turbilhão de vontades represadas? O que elas fazem com todo esse desejo contido? Qual é o compartimento que repressa todas essas sensações do querer e nunca fazer? Essa zona de conforto na qual nos escondemos e nos deixa "numb", adormecidos.Talvez por isso os psiquiatras estejam tão em voga, e as pílulas mágicas se reinventem a cada dia. Pílulas essas que fazem com que você não sinta o que está sentindo pra poder se sentir “normal”.
Estou cansada da normalidade do nada, estou cansada de sentimentos enlatados, estou cansada de talvez, não quero aperto de mão frouxo, sorrisos amarelos, gentilezas sociais, respostas educadas. Quero gente de carne e osso. Quero brigas, quero choro, quero suor, quero desejo, quero vontades assumidas, quero TUDO. Um turbilhão de emoções, pra me sentir viva.
O nada eu já tenho. O nada, nada.

Al, perdoa, eu sei que vc queria algo mais divertido querido...mas essa semana está assim.
bjos.
K.

Casinha, como estar em casa.

Hoje ao abrir meu e-mail, dou de cara com uma mensagem da Casinha dizendo que meus sonhos podem virar realidade, achei que ia ser alguma fotinha picante mas não, era o anúncio de um novo lançamento de celular com bafômetro...Isso mesmo, o celular tem um bafômetro que detecta seu nível de álcool e passado 0.8 ele se bloqueia.
Achei magnífico da Casinha essa preocupação de procurar novos avanços tecnológicos para me agradar. É impressionante o que uma grande amiga é capaz de fazer para te livrar de roubadas. A Casinha infelizmente não está aqui no Brasil, ela encontrou um lindo e está morando fora do país, muito apaixonada, mas é daquelas amigas muito, muito queridas. Passei com ela todo tipo de situação bizarra, desde pneus furados no meio do nada na madrugada, até corridas ao hospital quando eu estava grávida e ela tinha acabado de tirar carta, porque achávamos que meu bêbe ia nascer. Viajamos juntas várias vezes, ela acompanhou meu casamento, meu divórcio, minhas inúmeras mudanças de casa, me ajudou a carregar móveis, tomou muito café sentada no chão da minha cozinha. Ela esteve por perto nas minhas paixões avasaladoras, meus momentos de clareza e nem tanto. Casinha faz parte da minha vida, e hoje ela está longe, mas mais perto do que posso explicar. Ela vai ser mamãe e me mandou uma foto 3D do ultra-som do bebê, e eu chorei como criança quando vi e me lembrei que quando nos conhecemos, ela era uma menina de 17 anos.
Sinto falta dela todos os dias, ás vezes ela me liga, e apesar da diferença de fuso horário, passamos horas no telefone como se estivéssemos casas de distância.
É maravilhoso ter alguém que torce por você e toma seu partido, apesar de você não estar sempre certa, é maravilhoso ter famílias escolhidas.
Hoje acordei com saudades. Acho que ela sentiu.
Miss you dear. Compra o novo celular pra mim, com certeza vou fazer bom uso dele.
Saudades
K.

"The LP4100 also allows users to set up the phone so on certain nights and after a certain time they do not call certain people in their phone book. Think ex-boyfriend or ex-girlfriend.
If you have a blood alcohol level over .08, the phone will not let you dial that person. So it not only promotes sobriety, but chastity -- and probably your dignity, as well. "

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Catando milho.

Ultimamente ando muito insone, três, quatro da manhã e lá estou eu escrevendo no Blog. Essa semana foi de lascar e como não tem nada para fazer nesse horário, resolvi me inscrever no Twitter e no Myspace. Agora eu sou um ser que tenho MSN, Orkut, Facebook, Twitter, Myspace, dois emails e várias senhas. Estou pensando seriamente em contratar alguém só para me lembrar como entrar em tudo o que me inscrevi. Não fosse isso o suficiente, tem ainda o fato de que eu absolutamente não tenho a menor idéia do que estou fazendo. Liguei para Gafanhoto, meu amigo para assuntos emergências e nem tanto. -Gafanhoto, como mexo no Twitter? Ele também não tem muita noção. Ou seja, estou até o pescoço em tecnologia e preciso de alguém para me ensinar a usar. Talvez seja por isso que as pessoas digam que a Internet aproxima as pessoas, você com certeza vai precisar de alguém mais esperto que você para saber se virar on line.
Saudades do tempo da caneta e papel, antes eu usava papel para escrever, agora tenho tudo salvo no computador, mas Gafanhoto diz que tenho que fazer um Backup, no pendrive. Como foi que cheguei aqui não sei explicar, eu ainda digito com dois dedos, rápido, mas dois dedos!
Eu já falei várias vezes da importância da comunicação pessoal, do contato humano, do olho no olho... E mesmo assim, estou sempre discutindo minhas coisas via computador, quem eu mais gosto está sempre um clic de distância.
Esses tempos modernos são de arrepiar, mas se alguém souber como usar o Twitter direito, favor me explicar. Podemos conversar sobre isso, ao vivo, tomando café em algum lugar.
K.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Lirismo.

Conversando com um amigo sobre filmes, ele me indicou Amelie Poullin e quando eu disse que esse tipo de filme não me interessava, ele ficou abismado e disse que o filme era quase uma poesia. Não dava para prolongar muito a discussão, mas eu não acho . Poesia para mim não é tudo perfeitinho. Nada me irritava mais na faculdade do que aquelas aulas de poesia medieval, onde o homem fazia da mulher uma semi deusa inalcançável, e parágrafos sem fim sobre cotovelos e pezinhos. Que mulher de verdade poderia alcançar tal perfeição? Quem quer viver tão acima para ser colocada num pedestal intocável? Viver sozinha na imaginação do outro?
Poesia para mim é a mais pura representação da vida, e apesar de ser muito bom estar aqui e agora, a vida não é perfeita. Na vida real os amigos cometem erros, amores magoam, e se arrependem, pais erram, filhos são mais sábios com menos idade, ficamos doentes e sentimos medos, casamentos se desfazem ,pessoas queridas vão embora, amantes morrem, perdemos a memória, não conseguimos esquecer um erro, não sabemos perdoar, amamos demais ou de menos.
E é exatamente nessa dicotomia, que encontro a beleza. É aí que se encontra o verdadeiro lirismo. É na imperfeição que somos mais reais, mais vivos,é no saber se levantar depois de mais uma burrada é no saber começar tudo de novo, apesar de tudo.
Quem nunca sofreu é incapaz de saber o que é sentir dor, ou quem sempre teve saúde não sabe o que é um dia perdê-la, quem nunca amou de verdade não sabe como é bom ou grandioso estar apaixonado, quem nunca disse adeus não sabe como é maravilhosos o abraço da volta.
É na diferença, no desequilíbrio que achamos a medida certa. Só quem viveu do lado de lá, sabe como é estar aqui. E vice versa.
Eu não gosto de coisas perfeitinhas, porque a perfeição não muda, ela não precisa. Eu gosto do estado permanente “em construção”.
Eu vivo comigo mesma há 40 anos e ainda consigo me surpreender.
Não sou perfeita, e nem tenho a menor pretensão de ser. Eu quero é saber viver.
No resto... a gente espera que tudo se resolva como tem que ser...
bjos K.

domingo, 2 de agosto de 2009

Corra LOUCA corra.

TPM leia-se Tô Puta Mesmo!
Que inferno é esse que a mulherada tem que passar? Uma hora está bem, na outra quer chorar, quer colo, mas se ficar tocando muito, irrita também ,os cheiros ficam totalmente mais fortes, os perfumes incomodam, os odores incomodam, a cidade incomoda. Se beber piora, porque aí é uma mulher desequilibrada e bêbada e embora pareça redundância, acredite, não é.. Quando uma amiga explica que brigou com o namorado porque ele não quis ouvir a discussão dela com o porteiro e diz que isso é um motivo muito sério para questionar se eles deviam continuar juntos depois de cinco anos de namoro, pode ter certeza, TPM.
Cada mulher tem uma, não tem como escapar.
A minha são doces, se começo a ter vontade de comer chocolate e sei que minhas refeições vão ser balanceadas da seguinte forma: Café preto, halls preto, chocolate. Almoço, bolo de chocolate, café com leite, café preto. Janta, Irish coffe, trufa, café preto, coca zero(claro, baixa caloria) ,halls preto e uma banana de vez em quando para me sentir menos culpada e achar que é saudável..Pode ter certeza TPM.
Tenho amigas que choram. É só você perguntar:- Mudou o cabelo ? Pronto, ela desata a chorar compulsivamente.
Outras ficam assassinas daquelas que colocariam o Jack Estripador na categoria “animador de festa infantil”. Tem uma ( desculpa amiga) que faz sua tarefa TPeMica tentar atropelar pombas. Até agora o placar está: minha amiga zero e as pombas morrendo de rir. Eu aliviada óbvio.
É muito triste ter que se explicar na TPM, mas é também estranho passar por isso. Eu ainda acho que saí ganhando, só comecei com essa maluquice depois dos 39, acho que foi o presente da vida para celebrar meus 40 anos. Mas tenho amigas que sentem isso desde muito meninas.
Meu conselho para quem vive em volta? Paciência, uma dose extra de carinho e muito, muito chá de camomila. Se não servir para acalmar a fera, acalma você que está por perto. Aos namorados, lembrem-se são uns três dias...Vale tudo, ir ver o time do coração ganhar, jogar bola com os amigos, ir visitar a mãe. VALE TUDO!
Só não vale se assustar! A natureza é sábia, fez a mulher com TPM e o homem estofado para agüentar.
Dá licença, vou comer chocolate.
até mais, bjo
K.