quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Insustentável crueza do ser.


Sobre a morte do pequeno Yorkshire:

Afinal o que está sendo discutido aqui? A violência e maus tratos contra animais, o abuso de poder, a sede de sangue de alguns? Bandidos, mocinhos? Fiquei um pouco perdida….
Não sou a favor de banho de sangue, nem de justiça feita pelas próprias mãos… 

Nem no caso de um ditador e torturador como Kadafi, nem no caso da enfermeira acéfala… Mas acho estranho, que toda vez que um animal maltratado causa comoção, surge uma onda de ” protetores dos direitos humanos” dizendo que há coisas mais importantes na vida do que um yorkshire de 2 kg ser espancado até a morte na frente de uma criança de 3 anos de idade por uma enfermeira, que deveria ser uma cuidadora.
Verdade, concordo, há coisas mais importantes…

Educar o ser humano para se comportar dignamente é importante, saber conviver em sociedade é importante, entender que toda forma de vida tem valor é importante..
Dizer não á QUALQUER espécie de tortura é importante.
Podemos citar aqui inúmeros casos horripilantes de violência, desde o índio Galdino morto ” numa brincadeira” com gasolina e fogo por adolescentes em Brasília, até o cavalo “Queimadinho”, que sofreu o mesmo tipo de joguete.
O rapaz homosexual que apanhou na Paulista porque sim! Porque acharam que tinham que extravasar rancor e a mãe do agressor  ainda defendeu o filho homofóbico problemático em rede nacional dizendo que seu filho se sentiu ofendido pela conduta do rapaz, que andava tranquilamente numa via pública. 

Pequenos burgueses e suas mamães do “tudo pode”.O mesmo tipo que atropela e mata alcoolizado e se preocupa com o dano no carro importado.
Eu pessoalmente estou cansada de desculpas esfarrapadas.. 
Preguiça de comentários:
-” Ai lá vem o eco-chato, protetor de animais, amigo de bichas, de preto, de pobre…blá, blá, blá!” ( VERGONHA ALHEIA!!)
A grande discussão é: Como podemos mudar nossas LEIS, fazer valer a justiça num país democrático de forma a nos sentirmos protegidos de pessoas que acreditam que é OK brincar com fogo ou com a vida num dia de tédio!

Não, absolutamente NÃO é ok torturar, matar, bater, espancar, humilhar porque seu dia está sendo ruim… 
Desculpem…pra mim, doeu ver o pequeno yorkshire… 
Doeu ver o choro da criança assistindo aquilo..
Doí ver que podemos ser tão cruéis.
Acho que a comoção serve para esse debate. 

E mesmo que não concordemos em tudo , acredito que estamos timidamente trilhando uma via de mudança…que seja para melhor.
Nem que seja por um cachorro.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Beijo na Boca.

Existe uma grande dificuldade hoje em dia na comunicação intima e pessoal...
Apesar de  mais conectados do que nunca, com email, sms, msn, facebook, orkut, iphone, ipad e afins, ninguém se entende mais.
Faltam bons leitores. Faltam também bons escritores que saibam sintetizar em duas ou três linhas o máximo de emoção para aquele momento ( pelo menos o minimo necessário para se fazer presente) e manter o outro interessado.
Falta dialogo.
Existe um chiado no canal virtual.
Amigas que estão cadastradas em sites de relacionamento á procura da alma gemea. Que tipo de propostas recebem? De caras casados interessados em sexo.
E outras interessadas em diversão pura e simples, sem compromisso, sem eira nem beira?...Homens pedindo pra levar mais devagar porque querem conhecer melhor...
Gente que bate boca por causa de posts mal interpretados.
Amigos que brigam porque não foram convidados para eventos que só viram em fotos.
Insegurança em relacionamentos longos porque "Sicrana" adicionou "Beltrano"
Parece piada, mas não é!
É fato fatíssimo..
Estamos nos comunicando mal.
Viramos a patrulha moral do álbum alheio, do mural pessoal do outro.
Não realizamos nossas vontades e nos frustamos, nos fechamos, nos escondemos atrás de computadores..
Com essa grande facilidade de visualizar o objeto de desejo (tudo está absolutamente á distancia de um clique de mouse) nos tornamos preguiçosos e um tanto caretas.
Acreditamos que já sabemos de tudo pela rede social... Não achamos necessário perguntar.
Assumimos que temos certeza só de olhar, fuçar, esmiuçar até exaustão.
Viramos tolos cibernéticos e simplesmente confiamos em tudo aquilo que lemos e desconfiamos de absolutamente tudo que já experimentamos.
Acredito que estamos teclando muito e vivendo pouco.
Eu quero mais do que declarações de uma máquina...Gente vista por tela de computador, promessas via telefone.
Eu gosto de ver o riso largo ao vivo e sentir pele na pele.
Gosto da emoção espontânea ,sem tempo do email para analisar..
Eu gosto de gente.
Alguns amigos chamam isso de ultrapassado....
Pode ser...
Mas nada virtual pode substituir o coração acelerado por um bom beijo na boca.
Vai ver que eu sou mesmo antiga..que fazer?
É assim que gosto...

 porque como dizia aquela outra..
"Girl just wanna have fun".

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Saca Rolha

A coisa que mais venho me perguntando ultimamente é se deveria ser tão sincera assim no blog. Na verdade, eu vou escrevendo conforme a vida vai acontecendo, e uma coisa que me prometi lá atrás é que nunca apagaria nada do que já tivesse sido publicado. Que uma vez fora, não era mais possível voltar.
Porta sem saída.
Não tenho controle sobre quem lê isso. Ás vezes é pessoal demais.
Qual a função da literatura senão informar, gerar debate, mexer com o leitor.
Tem gente que posta vídeo.
Tem gente que pinta.
Tem gente que guarda rolha de bebida comemorativa.
Eu escrevo.
Sempre escrevi.
Ás vezes eu, outras alter ego, mas sempre verdadeiro.
E sempre pessoal e intransponivel.
Eu acho que tudo na vida é pessoal. Acredito que nos tornamos melhores ao estabelecer contato.
Acredito que se crescemos na troca, mais ainda ainda na perda.
Gosto também de pensar que contribuí.
Nem que seja para um minuto de pausa, um respirar mais pesado.
Mesmo que seja para tomar novo folêgo.

*Boas as palavras que nos libertam da mesmice...
Bom finde...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Ar da Graça.

Existem coisas que marcam profundamente as mudanças na vida das mulheres.
Arrumou namorado novo? Muda-se toda a gaveta de lingerie.
Trocou de emprego? Muda-se a cor do cabelo.
No meu caso , mais triste, mais morena.
Quanto mais empolgada com projeto novo, blonde ambition.
Eu tosei toda minha loira cabeleira faz alguns dias, radicalizei, Sinhead O´Connor tropical...
Minha melhor amiga entendeu na hora, mas foi complicado para quase todo mundo captar a necessidade de tanta tesoura. Não porque não ficou bonitinho, ficou. Mas porque é noite/dia.
Periodo de mudança é como previsão do tempo, a mudança depende da força do ar. Pode ser brisa, pode ser tempestade.
Eu, como estou no olho do furacão... Mudança pra ninguem botar defeito.
Mas é preciso ter força.
Mudança também gera medo.Medo de falhar, medo do desconhecido, medo de se reconhecer.
Mudança é também saber viver.
Meu irmão diz que não devemos  ser como o carvalho forte e frondoso, com raizes grandes, mas rasas... Uma tempestade derruba e acabou-se.
Devemos ser como o bambu, ageis e rápidos, mas com a flexibilidade de dobrar diante de ventos mais fortes e se reerguer sempre.
Gostei dessa estorinha...
É importante mesmo ser flexivel na vida... Ainda mais para alguém como eu, que sempre adorou tempestades.

Que bons ventos nos levem.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Assim seguimos.

Me nego a viver em um mundo ordinário como uma mulher ordinária.
A estabelecer relações ordinárias.
Necessito o êxtase.
Não me adaptarei ao mundo.

Me adapto a mim mesma.(ANAIS NIN)

Mapa.

Uma expressão que adoro em inglês é "You have to be in my shoes to know how I feel"*. Adoro porque é a mais absoluta verdade. Apesar da boa vontade de muitos, ninguém na verdade consegue realmente saber como você se sente em determinada situação e não é possível fazer , por mais que se tente, a competição absurda do " Quem já sofreu mais?".
Quem foi que disse que dor de amor doi menos do que dor de perder um emprego? Ou que perder um bicho de estimação companheiro é menos importante do que terminar uma relação de amizade?
Quem é que coloca valor naquilo que se sente?
Qual é a medida certa de lágrimas para um namorado que se foi? E se nessa ida, a errada for você, vale mais ou menos choro?
Quem estipula quanto se deve falar sobre a morte de um grande amigo? Quem determina o quanto deve ser lembrado um romance de verão?
Na verdade, quem estipula é quem está sentindo, ou passando por isso.
Tudo o que vivemos, tem em nós um peso, esse peso é determinado pelas histórias que vivemos anteriormente, quem estava conosco, com quem pudemos contar.
As histórias que vivemos são aquilo que nos define como únicos. A maneira como resolvemos deixar ir, ou fechar pra balanço determinam como seguiremos a partir desse ponto de encruzilhada.
E as vezes é isso mesmo, uma grande encruzilhada onde você se coloca sem saber para onde ir.. faz parte da vida se perder também.
Mesmo que seja assustador é bom para poder mais tarde se encontrar, para tentar tudo de novo.
Porque no final das contas é tudo um grande jogo de encaixe...E a vida não vem com mapa.
Ainda bem.

domingo, 18 de setembro de 2011

NÃO SEJA UM FDP POR FAVOR!

Eu gostaria muito de entender o que passa na cabeça de um ser, que em plena madrugada pára embaixo de um prédio residencial, em fila dupla, com o som ligado no máximo para paquerar uma gatinha que não vê nada de errado em jogar sua lata vazia de cerveja na calçada, enquanto sua amiga fofa, estaciona na vaga de deficientes físicos e obriga o cadeirante vizinho a dar uma baita volta pra entrar. E se alguém reclama é na opinião deles, porque não tem mais o que fazer, devia cuidar da própria vida .
Eu gostaria de entender porque parece certo sentar em assento especial no ônibus ou metrô, quando você não se encaixa em nenhuma categoria e porque na saída de um transporte lotado é ok empurrar os idosos sem dó, e ainda reclamar que eles são lentos e gritar :
-Vai pra casa tiooo!
Eu gostaria de saber porque é aceitável chutar bicho de rua, jogar de carro andando ou amarrar em poste com fio de cobre, passando fome, frio, medo. Que planeta é esse onde é bacana torturar?
Eu quero saber porque está correto xingar o professor, bater boca com mãe dos outros, discutir com zelador aos berros, bater em mulher, bater em criança, bater em qualquer um que seja.Punhos nunca funcionam melhor que palavras.
Me explica porque é bacana falar mal de alguém a ponto de derrubar, porque é ok ser racista , homofóbico, xenofóbico, antissemita. Porque existem mães que desculpam seus filhos quando eles agem assim, e tem muita gente que finge que não viu ou não ouviu e ainda diz que é você que é chato e leva tudo á sério..
Eu gostaria de entender cadê o amor.
Cadê o respeito;
Cadê a cordialidade.
Se habitamos o mesmo espaço, devemos lembrar que aquilo que dói em você dói em mim.
O barulho que te incomoda, me incomoda.
Aquilo que você não gostaria que fizessem com sua mãe, irmã. avó, não faça com a dos outros.
Eu não sujo sua casa, não suje minha rua.
Bicho sente.
Eu também.
Depois de desabafar..deixo aqui minha nova campanha..
"NÃO SEJA UM FDP!!!!"

Acredito que podemos mais...
O MUNDO AGRADECE!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Colher de Pau.

Todo mundo conhece um casal que ninguém entende.
Normalmente a matemática é assim: Um é muito bacana e querido por todos e o outro um babaca,  fofoqueiro ou um ciumento desequilibrado.
A equação é tão bizarra, que faz com que todos os amigos do lado do ser bacana se perguntem se ele enlouqueceu.
Normalmente essa relação é conturbada e dá o que falar. Acaba sendo assunto em mesa de bar, em batizado e em jantar formal de família. Todo mundo tem na ponta da língua um evento desagradável pra contar. Uma situação saia justa, um mal estar.
Até aí, tudo bem, os roxos que se entendam não?
Nãoooooo!
Normalmente numa dinâmica assim, o casal costuma fazer dos amigos, confidentes ou  testemunhas oculares da disfunção mútua.
Os coitados (dos amigos) que não tem nada a ver com a estória. acabam arrastados no mar de lama do relacionamento.Viram refêns do casamento alheio. Ouvem detalhes íntimos, ficam a par de tudo que não necessitavam saber e ainda descobrem que o outro, aquele que não está ali no momento, falava de você, da sua mãe, do seu irmão, até do seu cachorro quando vocês não estavam presente, sem vocês nunca terem dado motivo, é óbvio.
Quebram-se taças, jogam-se porta retratos e os pobres amigos de um lado ao outro correndo para dar ombro, para dar conselho, para dar abrigo, para colocar band- aid.
Aí, um belo dia, quando é de opinião unânime de todos ( sim todos, porque agora são pelo menos 15 pessoas se relacionando) que esse casamento acabou, não há mais volta, que será melhor para ambos seguirem seu rumo,que a vida segue em frente, encontramos a dupla em um restaurante,arrulhando feito pombos, com arroubos de demonstrações públicas de afeto, com juras de amor eterno, como se nada, absolutamente nada tivesse acontecido.
Uma cena tão surreal que acreditamos estar num filme francês.
Tudo bem....
É a vida!
Ufa, acabou!
Cada um sabe de si.
O que importa é que eles sejam felizes não?
Calma, não é tão simples assim.
Lembra daquele fulano, o bonzinho, o coitadinho, o vítima?
Pois é, ele agora se sente renovado e com peito estufado de uma coragem  momentânea ainda vira para os bons amigos, aqueles que estavam ali na tempestade fielmente catando caquinhos e brada:
- Essa pessoa comigo é minha cara metade, quem não aceita, está fora!
Pausa para respirar bemmmmmmmm fundo.....
Moral da história?
Sábias eram nossas avós que diziam que em briga de marido ou mulher não se mete a colher...

E em nota muito pessoal:
Se você escolhe viver com um louco, talvez você não seja tão vitima assim...
Somos sempre responsáveis pelas escolhas que fazemos. E as pessoas que escolhemos para viver ao nosso lado são espelhos fragmentados de quem somos, de verdade

Bom finde pra gente do bem.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

UMA BISCATE POR FAVOR!

A nova obsessão nacional é a suposta referencia á sexo anal feita pela virginal Sandy.

Na Inglaterra violência nas ruas.
Nos EUA quebra na bolsa.
No Brasil a grande repercussão é se a boa moça faz ou não faz.
Eu estou aqui achando muita graça de tudo isso. E a graça vem ao notar como são bobos ás vezes os desejos masculinos. Antes que isso dê confusão eu explico: se eu fosse homem, eu ia querer uma biscatona pra namorar, eu jamais iria me apegar á  moça virginal que não conhece nada. E explico mais, homem que assume uma biscate, é homem feliz.
A mulher Biscate já teve outros na vida, ela está com você por escolha própria, é com você que ela quer ficar. E experiente como é, ela está declarando ao mundo que você, o eleito, é absolutamente magnifico.
Pode andar por aí com peito estufado, você meu amigo ganhou atestado de "Fodão"!
Já a  virgem sem experiencia está ao seu lado porque não conhece outra coisa e se não gostar muito, vai sempre fantasiar com um Ricardão.
A biscate fantasia com você e te inclui de bom grado na brincadeira.
Homem tem medo de biscate porque acha que vai virar corno...
Não vai.
Biscate que é biscate fica com você por bel prazer e antes de sair, se não tiver mais feliz, tem aquela conversa séria olho no olho, aquela dolorida do " Não te amo mais".
(Tenha certeza querido, você vai ser sempre o primeiro a saber.)
A mulher Biscate é discreta quando se refere a sexo,ela não dá detalhes, deixa subentendido, faz graça, fala em duplo sentido, nunca conta nada do homem escolhido, ri alto, tem um monte de amigos homens e bebe com eles em mesa de boteco.
* Favor não confundir com piriguete, categorias com anos luz de diferença...A mulher Biscate nunca vai ser pega dançando funk , ou na boquinha da garrafa, nunca vai fazer piada sobre o orgão masculino. Nunca vai sair sem tesão por posição social.
A Boa Moça, fala mal de homem para as amigas e para mãe, conta segredos intimos em tom de chacota, usa sexo como arma de troca, mas gosta de sair em foto em coluna social acompanhada do tal.
E tem um monte de amiga igual!
A mulher Biscate discute filme espanhol, gosta de arte e fala várias línguas e um monte de palavrão também. As vezes exagera ao se expressar, fala demais, bebe acima da conta e briga com você e por você.
A Boa moça, mantem a opiníão pessoal em sigilo e só diz aquilo que você gostaria de ouvir, um ar morno.
A Biscate se interessa por várias coisas ao mesmo tempo e se interessa sempre por você e mesmo que esteja sem grana, não necessita de ninguém para pagar suas contas, ela se vira e acha graça disso.
A mulher Biscate é sempre uma mão na roda, se emociona com o sofrimento alheio, fica feliz pelos outros, gosta de bicho e de gente.
Companheirona, fica ali se a casa cair.
A Biscate não vai te largar nunca por um carro importado. Ela vai andar de fusca amarradona (e se você a tratar como mulher de verdade meu amigo, você vai ser eterno Rei!).
Mulher Biscate adora gentileza misturada com safadeza ao pé de ouvido e odeia erro de portugês.
Na próxima vez que você cruzar uma Biscate no seu caminho, pega aquela outra, a boa santa e coloca ela no devido lugar (no altar.)
Aproveita reza e agradeça sua boa fortuna.
Convida a Biscate pra um filme Sueco e um jantar Japones, ou uma breja num boteco, tanto faz!
No fundo, na hora do vamos ver a mulher Biscate é pra amar...
Já moça Santa, só serve pra reverenciar.
Como você quer viver?
Bjos
K.

sábado, 6 de agosto de 2011

Hoje fez sol, pensei em você!

Muitas vezes  me disseram que tudo na vida é aprendizado e eu sempre bati de frente com essa forma de pensar.
Mudei de idéia.
Hoje acho que passamos exatamente por aquilo que precisavamos, mesmo sem saber.
Percebi que não notamos que precisamos mudar um padrão, não sabemos que insistimos em algo, até a história se repetir de novo e de novo e de novo.
Estou começando a perceber que as vezes coisas ruins acontecem com pessoas bacanas, porque as pessoas bacanas não aprendem a lição e que existe um padrão de comportamentop nocivo que nos leva á buscar sempre o mesmo tipo de experiencia.
Parece que não, mas a gente se testa, naquilo em que  tem menos certeza.
A gente se testa na própria fraqueza.
Não adianta chorar porque não deu certo, tem que entender o porque não deu certo.
As vezes não deu certo porque nós mesmos nos sabotamos. Achamos que aquela situação bacana vai dar errado lá na frente e por medo de sofrer é melhor cortar agora.
Quantas coisas bonitas deixamos de experimentar por puro medo?
No trabalho, na vida amorosa, na convivencia com os outros?
Deixamos que aquela voz interna fique repetindo que é roubada, que é errado, que é mancada e fugimos, pro conforto do conhecido, que na verdade já não acrescenta mais nada.
Tem coisa mais assustadora do que largar tudo aquilo que é familiar e se lançar de peito aberto pra o desconhecido? Acho que não!
Um pular de para-quedas emocional...
Mas a sensação que se tem quando  esse medo é descartado e finalmente descobrimos do que somos realmente feitos, do que somos capazes..é indescritível!
Reconhecer o tamanho daquilo que desejamos, é o maior enobrecimento pessoal.
 É dizer pra sí :
-Eu mereço coisas lindas, pessoas bacanas, momentos incríveis, porque isso reflete aquilo que carrego no peito.
Quando se reconhece isso, meu amigo, não tem mais volta.
( Ainda bem!)
E o mundo agradece e conspira também á seu favor.

Pq merecemos
( Esse vai pro Dani)
Que mora tão longe e está sempre tão perto.

Bora viver?
Bjo
K.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Balcão da Nossa Antiga Casa.

Passei um tempão sem conseguir escrever...
Não foi falta de vontade, mas uma desorganização interna tão grande que não conseguia sentar e colocar as palavras em ordem.
Eu, quando fico quieta, ou estou amando, ou estou sofrendo.
Não vou dizer qual foi, mas posso contar que esse periodo em silêncio serviu para pôr a casa em ordem.
Já tinha ouvido falar mil vezes em crise de identidade, a crise dos trinta, dos quarenta... Nunca dei muita bola para isso, mas estou inclinada a achar que realmente existe.
Penso que não é bem uma crise, mas sim uma vontade imensa de sentar, olhar para trás e aceitar que o tempo passou, que seu passo mudou e que talvez essa mala enorme que você carrega ao longo do caminho, não seja assim mais tão necessária.
Reciclagem é a grande palavra de ordem.
Não deixamos de gostar de certas coisas, apenas aprendemos que em excesso, não faz bem.
Não deixamos de gostar de certas pessoas, entendemos que a vida aconteceu, e nesse momento não existe nada mais que ligue vocês, só um passado bonito, que vale ser lembrado, mas que é impossivel e improvável ser (re) vivido.
A grande força que vem com o tempo, é saber abrir mão daquilo que estamos mais acostumados. Deixar o cobertor de segurança cair e criar coragem pra começar de novo e de novo se necessário, sabendo que apesar do medo, somos capazes de enfrentar mais esse desafio, porque é apenas mais um, de tantos ainda que virão.
Talvez a maior prova de amor seja deixar ir.
Não se segurar desesperadamente em lembranças que já estão desbotadas de tanto que foram usadas.
Uma caixa puída pelo tempo.
Um empalidecer amoroso.

Amigo..Falta cor naquele balcão iluminado de nossa casa. Aquele onde nós sentávamos para sonhar.
Lembra? De lá podiamos ver o mar.

Quando não resta mais nada a falar, quando não existe mais nada pelo que brigar, quando a voz cala embargada, é momento de dizer adeus.
Se formos otimistas ( eu sempre fui ,você sabe)
e se tivermos fé...(não te contei mas aprendi a rezar)..
Podemos até dizer:
- Até breve!
As estradas que me levaram até você são infinitas.
Que você seja feliz
(meu querido). 

E eu também

Respira fundo e sorria!
bjos
K.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Trinta e três linhas

Adoro um romance, mesmo que não seja comigo.... Sendo assim, apresentei  uma amiga querida á um aluno meu. Sabendo que eles iam gostar um do outro, não me fiz de rogada e na maior viagem "Santa Juntadora dos Corações Solitários" coloquei os pombinhos frente á frente. Felizes já marcaram programinha pro sábado, me ligaram agaradecendo.
Essa não é a primeira vez que faço o papel de Yenta a casamenteira judaica. Não, eu também já juntei meu irmão e minha cunhada e arranjei o "dormir de conchinha" para mais um monte de outros casais. Tenho esse olho clínico, sou boa ouvinte, presto atenção aos detalhes, gosto mesmo de agregar o povo.
Porque então sou tão ruim quando a analise é de cunho pessoal? Dizer que sou ruim é gentileza... Eu sou péssima! Bad, very bad indeed!
É oficial! Minha inaptidão para notar que aquele homem muito interessante por quem vou arrastar minha asa pelos proximos meses e que vai me fazer enlouquecer , não no bom sentido ( talvez no bom sentido mas só no começo) é absurda!
Não sei como isso acontece, mas hoje depois de ouvir de fulano:
-Te conheço bem mais do que voçê mesma, relaxa babe....(Se ele me conhecesse mesmo, saberia que nada no mundo me irrita mais do que dizer relaxa ou desencana no meio de uma DR, não adianta..é humanamente impossível!) Quem caraca diz esse tipo de coisa para uma mulher enfurecida?
Esse fato que se repete, me fez ter certeza de que realmente sofro de bipolaridade amorosa. Aconselho bem e escolho muito mal!
Ironia das ironias, sou a primeira pessoa pra quem minhas amigas ligam em caso de pé na bunda ou encosto emocional e pasmem, sempre tenho um conselho bacana que consola e levanta a moral alheia...
Santa escolha torta Batman! Porque não consigo fazer então um bom auto-aconselhamento?
Lá fui eu, escrever um daqueles meus emails coração na bandeja e fulano me responde que só leu as três primeiras linhas, porque imaginava onde isso ia dar e não queria estender uma conversa que não levaria á nada, quando eu me acalmar ele conversa comigo...porque ele me conhecia bem demais pra levar á sério...Cuma?
Odio mortal de fulano!
Em nota mental pessoal:
-Mandar fulano para os quintos... Arranjar um novo fulano que não me conheça nada, mas queira muito, mesmo que para isso tenha que ler mais do que três linhas.



Vai semana!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A Língua.

Todo dia a gente se pergunta o que é essa fagulha que faz com que o outro, desapercebido até o momento,  passe de repente a ser tão notado por nós.
Acredito que internamente temos um bauzinho secreto, o mesmo bauzinho onde guardamos nossas fantasias e desejos pessoais, (muito pessoais, pessoalíssimos!!) que é onde também colocamos a lista de vontades e tesões. Achamos um fulano que tem várias dessas caracteristicas da lista e vamos clicando um a um até aquele nosso botãozinho interno acender. Sabe como é?
E meu amigo, quando acende, é melhor que véspera de ano novo! Dá aquela embrulhada no estômago, aquela vontade de falar bobagem, aquela curiosidade e ahhhhh tudo ganha nova cor.
Adoro esses achados. Acredito que na verdade, grande parte das mulheres espera ansiosamente sentir esses momentos, porque o que acontece antes disso (a casa, o supermercado, a ginástica. o cabelereiro), nada disso é lembrado...Vivemos para estar encantadas, enamoradas, com tesão profundo, algo que obviamente nos orgulhamos em dividir com detalhes ás nossas amigas intimas em conversas intermináveis, lotada de risadas  em uma mesa de bar.
Mulheres as vezes são muito gráficas e contam demais, mas nunca quando é pra falar de um novo escolhido, aquele prete, "O" bofe do momento.
Sobre esse mantemos segredo, em quase tudo, menos na felicidade. Essa não dá pra esconder, mulher entrega na pele.
Coisa de mulherzinha?É saber o que te dá tesão, aonde é que pra você acende a tal luzinha.
Pra mim é a inteligência... Artefato raro...
Não posso com um ser que sabe como usar a língua ( portuguesa) bem. Não aguento!! Inteligência é uma delícia, quase um descaramento. Vejo um homem dissertando com clareza e "vois lá", lá estou eu desavergonhadamente divagando.
Fazer o que?
Cada um corre atrás do que lhe dá prazer.
Eu tô fazendo isso...
A gente só quer ser feliz...né não meu Rei?
boa semana!
K.

terça-feira, 7 de junho de 2011

A Gente aprende.




Hoje fiz uma coisa que prometi que jamais faria.Joguei fora um texto que já havia publicado aqui no blog, sem ter uma única cópia sequer.

Joguei fora, tentei várias vezes arrumar, mas desde a primeira vez que escrevi, como um desvio de comportamento próprio, o texto já saiu mal formatado, em linhas irregulares, padrão de letras diversos, pontuação confusa. Era uma cria ruim.
Joguei fora porque notei, que mais que o texto, a configuração geral da coisa desmascarava minha confusão interna. Ela demonstrava meu conflito pessoal.
Joguei fora porque decidi me livrar desse fardo.
Decidi abandonar esse mau hábito, assim como consegui abandonar o cigarro.
Me desapeguei de algo que me fazia mal.
Como geminiana que sou, poderia divagar horas á respeito.
Resolvi não.
Dessa vez vou fazer diferente.
Vou caminhar num lugar desconhecido para mim. O silêncio.

É engraçado, mas naquilo que me doi mais, eu me fortaleço.

É a gente aprende...




Que bom, que a vida ainda me surpreende.


Agora só falta mesmo eu aprender para que lado vai a crase..




Boa semana!




sexta-feira, 13 de maio de 2011

O trilho do trem

Quando eu era menina, eu morava na Avenida Paulista e sonhava ser, como várias meninas da minha idade, adulta.
Eu queria ser independente, eu queria viajar, eu queria trabalhar, eu queria opinar.
Um dia voltando da escola, havia uma manifestação e curiosa como só, passei perto para ver. Aglomerado de gente gritando. Eu adolescente, camisa da escola. Quando cheguei perto, era uma manifestação contra o massacre de Sabra e Chatila.
Foi aí pela primeira vez que senti minha identidade judaica. Alguns manifestantes gritavam slogans de morte aos judeus e eu usava um uniforme com uma menorah ( simbolo judaico) enorme.
Para mim, eu era judia e também brasileira. O que estava acontecendo?Aquela não era uma briga no oriente médio?
Fugi apavorada, sem entender direito. Na escola foi reforçada nossa segurança. Foram mudados os uniformes, nas sinagogas cresceu a vigilância e eu comecei a ter medo.
Eu cresci, descobri que o mundo não é um lugar perfeito, que as pessoas não se entendem direito e que a vida ás vezes pode ser caótica porque você gosta mais de amarelo que azul.
Eu entendi que o ser parte de qualquer minoria ás vezes dá a sensação de que se deve pedir licença para passar e desculpas ao se manifestar; que o diferente ainda incomoda e mais que tudo assusta.
Nós moramos em um país onde a liberdade de expressão e o direito a diversidade religiosa é garantido por lei. Essa semana, infelizmente, me senti de novo, como aquela menina de uniforme escolar apavorada na Av. Paulista.
Como foi que uma questão de transporte público, virou uma apoteose de ofensas antisemitas nas redes sociais? Porque uma única mulher com um comentário infeliz, vira representante de uma classe inteira? Quem disse que ela era judia? Qual foi na verdade a grande discussão? O bairro tem uma população judaica grande então, ela deve "obviamente" representar toda a população judaica da cidade de SP?
Eu sou judia, vários amigos meus também. Ninguém nos consultou. Álias, para mim, que não dirijo, o metrô ia ser uma ótima.
Porque ainda usamos qualquer subterfugio para humilhar e degradar aquilo que não é como nós.
Nas redes socias foi retratado como piada, usaram até os sobreviventes do maior genocídio da história- o holocausto- como bodes expiatórios. Não ví graça, nem consegui rir. Da mesma forma que não ví riso nenhum em bater em homosexuais na AV. Paulista ( olha ela aí de novo!) ou ofender o povo nordestino. Alguém realmente se divertiu com isso?
Sou eu que ando muito séria, ou realmente acabou a graça?
Por uma sociedade mais diversa.
Diversidade, isso sim é divertido!

vai sexta!
bjos
K.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Maré Baixa

Quero falar do caos.
Coisa nova para mim. Não gosto de enaltecer algo que me deixa totalmente fora do eixo.
Caos bom é caos silêncioso.
Gosto dos segredos pessoais, aquela caixinha que você não abre nunca, nem para você mesmo ás vezes.
Caos. Falta de ordem, de sentido.
Caos emocional. Quando acontece (alguém) e você não entende por quê.
Pra quê?
Como foi que chegamos á isso?
Caos é quando se está sozinho em um quarto onde deviam estar dois.
Caos não dá para deixar para depois.
Porque falar disso então?
Porque ás vezes a vida tem seus momentos de caos e não se sabe como prosseguir.
Falar em voz alta espanta, afugenta,traz luz.
Farol iluminando um mar escuro.
Ás vezes estamos quietos por muito tempo. Acostumados com o balançar tranquilo da vida não nos damos conta da mudança de maré e aí, de repente vem essa onda gigante e te arrebata.
Você analisa, questiona, chora. Se pergunta. Pergunta para os amigos.
Dentro da sua cabeça roda um filme ao vivo e á cores, onde você vê continuamente cada detalhe, cada fragmento para saber onde foi que errou.
Caos, bagunça, falta de ar. Sensação de afogar.
Agi errado?
Acreditei demais?
Como não ví?
Como não notei?
Como me enganei?
Amanhece, exausta, o sol chega, as coisas se acalmam e voltam para seu lugar.
Tudo continua igual.
(Só você mudou.)
Você ainda não sabe direito como.
Está muito cansada para pensar.
Lá na frente vai descobrir, que aprendeu a nadar mais rápido.
Você está mais forte e sabe que uma nova onda dessa não vai conseguir te levar. ( Saravá !)
A vantagem do caos é que não veio para ficar.


Como dizia Sartre" O Inferno são os outros"
* em nota pessoal... só ás vezes.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Encosto brabo..

Já falei muito de encantamento, coisa bonita, bacana de sentir... Agora vou falar de cisma.
Isso mesmo, cisma, essa coisa que normalmente só dá em mulher.
A cisma é prima bastarda do encantamento, você nota o parentesco, mas o temperamento.. Quanta diferença!
Encantamento é querer começar algo novo.
Cisma é insistir naquilo que nunca foi bom, e por isso mesmo acabou.
A cisma é aquele encosto amoroso...
Todo mundo vê que você está obsediada. Todo mundo, menos você.
A cisma faz você pagar micos, escrever quando já não existe contato, fuçar na internet quando não sabe nada á respeito, procurar uma ponte na comunicação de uma cidade em ruinas, que pegou fogo e desabou faz tempo.
Cisma tem memória curta e seletiva, só lembra das coisas boas (as poucas) e joga pra baixo do tapete um caminhão de entulho só porque não combina com o que se quer ouvir.
Cisma é achar que não foi errado, que não doeu tanto assim.
Cisma é agir por impulso, sabendo que faz mal... É se desculpar por deslizes, é desculpar o outro por indiferença, é fingir na sua cabeça que tudo aquilo não foi assim, tão ruim.
Cisma é um achar sem fim.
Cisma só vai embora com despacho...
Deixar na encruzilhada o nome, o telefone, as lembranças e a saudades, amarrar com doses de realidade, jogar fora a vontade.
Nunca olhar pra trás.
Cisma é dificil de largar.
Quer cismar com algo?
Cisma sim.. com algo que envolva mais do que dois...
Em ajudar quem precisa, em ouvir mais sua amiga, ter mais paciência com sua mãe, ser mais gentil com seu zelador, cisma em procurar um novo amor !..
Cisma com que for..

Mas deixe ele ir...

Se era cisma, não era pra ser.
Cisma não combina com prazer.
Eu sei...



Boa segunda!

K.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Congelado.

Tenho uma amiga que está sem namorado há séculos e resolveu essa semana, como nota de indgnação pessoal, colocar o Sto. Antonio de cabeça para baixo no freezer.
Olha, eu não sou católica, mas essa atitude extremada me pareceu um pouco exagerada e até mesmo desrespeitosa.
Tentei argumentar com ela, que talvez não fosse culpa só do Santo, talvez Santo Antônio até tivesse querendo ajudar, talvez fosse ela que não estava enxergando os sinais.
Ela ficou uma fera comigo!
-Como assim, argumentou, eu faço tudo certo! Certooooooo! Ouviu?
Ok, certo então.
Acho que ela esqueceu os varios caras legais que conheceu, os caras bacanas, gente fina ,elegantes e sinceros, que passaram pela vida dela.
Esqueceu não é bem a palavra, ela nem notou.
Minha amiga não notou porque está obcecada faz tempo por um bad boy.
Um grosso egocêntrico, que não responde as ligações, não pergunta nada da vida dela, não quer conhecer os amigos e com quem ela se encontra esporádicamente em um motel no centro da cidade na hora do rush.
Minha amiga chora rios e diz não entender..
Amiga, bad boys do bad things.*
Conselho? Tira o santo do freezer, coloca no lugar esse idiota que só te faz mal e vá ser feliz!!

Todo santo ajuda se a gente se ajudar também..
Bora menina!
Sorte na vida..
bjos K.






* caras maus, fazem coisas más!

Sem ar...

Existe uma expressão em inglês que eu adoro: butterflies in the stomach( borboletas no estômago) que serve para definir aquela sensação de frio na barriga que dá por algo que queremos muito.
A vontade de antecipar um encontro, aquela espera que parece muito maior porque desejamos intesamente algo. Felicidade guardada em segredo.
Borboletas no estômago tambem serve quando nosso querer não é bem definido, não sabemos se deviamos, ou poderiamos viver algo assim...
Ai, que será de mim?
Borboletas só de pensar.
Borboletas por imaginar.
Sensação boa de flerte.
Flerte com o outro, flerte com a sorte, flerte com a vida.
Borboletas no estômago produzem efeitos colaterais... pensar mais, pensar demais, de se ter medo do que se pensa.
Borboletas passeando dentro de você.
Borboletas por companhia, até o querer acontecer.
Vai saber..a vida tem surpresas de tirar o folêgo.

Bom dia Sampa!!
Feliz cidade pra todos nós..
bjos
K.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Melhor em sonho.

Parecia tudo certo, haviam combinado de se encontrar assim numa hora estranha. Na correria do dia-á-dia, não parecia ser tão insensato. Iam se ver e isso era bom.
Ela não tinha muita certeza se era isso mesmo que queria, mas falaram tantas vezes, visualizaram tantas vezes, desejaram tantas vezes que agora era impossível dizer não.
Casa tranquila, cidade dormindo, ela perfumada, ele apareceu.
Ao abrir a porta sentiu que a vontade não era a mesma , momentos com um estranho.
Aumentou o som, a música encheu a sala.
Notou que sentou distante dele, braços cruzadas, pernas cruzadas, linguagem corporal fechada.
Pensou consigo mesma que havia antecipado aquele encontro mil vezes, lembrou do porque o chamou alí, tentou se convencer de que estava tudo bem...
Ele começou a falar, voz monótona, baixa, rosto sem expressão...Ela ouvia tentando lembrar o porque da excitação anterior.
Não prestava atenção no que ele dizia, uma voz interna baixinha não deixava ela escutar direito.
A voz falava sem parar, sobre vontades e desejos, sobre pele e beijos.
Ofereceu um vinho, ele aceitou... e ao buscar uma taça na cozinha, se deu conta de que não o queria alí.
Percebeu que tudo era muito melhor só na imaginação.
Na luz brilhante da cozinha tudo se fez claro;
Gostava da atenção, mas não dele.
Alta madrugada e nada...ele foi embora decepcionado.
Amanheceu.
Continuaram amigos.

boa semana.
bjo.
K.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Só se for á dois...

Nada nos amedontra mais do que a solidão.
Solidão não é estar sozinha em casa em uma sexta á noite por mera preguiça de sair. Solidão é ter um rio dentro do peito e ninguém para dividir.
Ás vezes observo casais sentados em restaurantes. Silêncio.
Um olha para um lado, o outro olha para o prato e todo o diálogo é feito com o garçon.
Solidão á dois, mudez que sufoca. Falta de carinho, falta de contato, falta de tato pra lidar com a situação.
Nas cidades grandes somos rodeados por pessoas o tempo todo,corremos muito e temos a impressão de que queremos paz, um refugio.
Bom antídoto é mesa do bar cercada de amigos. Uma ilha de aconchego na multidão.
Tranquilidade no caos.
Falamos com gente o dia todo, falamos, falamos e não dizemos nada. Amigo que é amigo entende até o olhar, não precisa falar.
Solidão é não ter com quem dividir, nem o mau, nem o bom. Nem o bem, nem o mal. É ter que guardar segredo de quem se é.
É ter medo do que se faz.
Solidão é não ter paz.
Nesse quadro de tinta escura é não ver cor
É faltar amor.

Sorte na vida,
casa cheia, mesa cheia, vida plena...
Eu não preciso ter medo...
nem ninguém que está comigo.

Pra pessoas queridas que fazem minha vida colorida...
feliz á dois, á três , á mil...
Feliz feriado

domingo, 16 de janeiro de 2011

Florida.

Esse fim de semana aconteceu algo simplesmente incrível... eu ganhei um jardim!
Um jardim inteiro, com árvores enormes, bancos de madeira, troncos, pedras, vasos em flor. Um jardim regado de carinho, regado de cuidado, um jardim cheio de amor.
Eu já havia ganho flores antes, mas um jardim inteiro assim? Me deixou emocionada, fiquei tão encantada que quis repartir.
Eu explico: Uma amiga querida mudou de uma casa no campo, e como morava lá há anos, havia cultivado e visto crescer plantas escolhidas a dedo. Casa vendida, etapa vencida e para essa amiga era impossível deixar tanto carinho e dedicação despendida com o jardim nas mãos de um completo estranho.
Ela me chamou para ver a casa uma última vez, e qual não foi a surpresa ao descobrir, chegando lá, que o jardim ela ia deixar comigo, trazer em um caminhão para a porta de minha casa.
Isso é absolutamente incrível, um jardim delivery, na cinza São Paulo.
Operação maluca, de mais de doze horas e.. Hoje de manhã, sentei na minha varanda, cercada por Gêranios, tomando um café maravilhada.
Respirei fundo e agradeci mentalmente minha querida amiga.
Como pode alguém ser assim tão especial?
Quis escrever aqui porque acho que ela ainda não sabe... Ela ainda não percebeu como senti.
A vida pode ser mesmo engraçada, você acha que perdeu algo no caminho, você está dolorida, confusa e magoada, e do nada vem alguém te dizer, de forma singela que você é muito bacana e merecedora. E você se sente assim!
Minha casa está mais perfumada e bonita e eu estou mais tranquila.
Mas o mais bacana no jardim, o que eu não soube dizer, é que eu me senti muito amparada.
E isso, é o que realmente importa.
Existem muitas maneiras de dizer obrigada.
Essa é a minha, para uma moça querida e chiquetéssima, que me deu um jardim e iluminou tudo.

Para Ann
minha amiga de infância.
Por boas coisas, para todos nós.
Boa semana São Paulo!
K.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Flor do Desejo

Segredos pessoais são difícieis de guardar. Por mais que se tente, existe um momento que aquilo bate dentro como um relógio incômodo...
Você finge ignorar o barulho, você tenta não prestar atenção, mas está lá, martelando constantemente ao seu ouvido.
Segredo guardado é seguro, mas também é não saber o que vai acontecer nos próximos capitulos, é se resignar com o não dito, é não repartir com quem é de direito.
É congestionar o peito.
Se o segredo permanece só seu, você nunca vai saber o que o outro lado faria, como reagiria.
Sete chaves de silêncio e o marasmo como companheiro.
Segredo compartilhado é intimidade.
Segredo á dois gera vontade.
Segredo só não pode espalhar em vão, perde-se as delicadas nuances que fazem de todo segredo uma delícia. Por isso é preciso saber contar um segredo para alguém que saiba como ouvir. Ouvir bem faz toda diferença para um segredo desabrochar.
Segredo também tem capricho, o máximo que se pode esperar em troca é cumplicidade. Quem conta confia, quem ouve entende.
Segredos são pequenos rasgos de esperança, pequenos espaços de tempo escondidos,onde mostramos pra uma pessoa escolhida á dedo aquilo que não falamos para mais ninguém.
Segredo é tambem querer bem.

Eu guardo um segredo, e você?
Boa semana..
bjo K.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Cautelosa.

Leila não sabia direito o que dizer, então só deu risada.
Já havia se visto em situações parecidas antes.
Já havia notado que despertava uma curiosidade maior do que o necessário, e que aquele olhar fixo a seguia onde quer que fosse e mostrava intenções escondidas. Ficava lisongeada mas sabia que ele imaginava como ela seria, que gosto teria.
Leila estava acostumada a causar essa diversidade de impressões.
O que não sabia, o que na verdade era o fantasma que a perseguia, era como fazer esse impacto não ser só mera curiosidade e durar.
Esse era o segredo que ela tentava desvendar.
Lembrou cansada do outro, o último, aquele que chegou como um verdadeiro cavalheiro e ouviu suas histórias, riu das suas piadas, falou sobre música, arte e literatura. Aquele que parecia ter em mãos a cartilha preparada de tudo o que ela gostava, aquele outro que parecia perfeito, feito sob encomenda.
Ela impressionada até brincava dizendo:
- Vou casar com você.
Não casou e muito se decepcionou.
No final não sobrou nem vontade de ouvir falar dele.
Ruim marcar assim. Gosto amargo.
Com "Esse" ela tomava mais cuidado. Esse tinha braços delgados , pele macia e lindos olhos safados. Toda vez que se viam era a mesma sensação, ele a deixava encabulada, coisa a qual não estava acostumada.
Ela nunca teve coragem de mostrar, mas sabia que ele sabia. Estava claro na forma como ele a olhava. Ela não consegue dizer nada.
Os dias passam, e Leila se pergunta, se valeria a pena tentar outra vez...
Ela se pergunta isso toda noite, antes de fechar os olhos ...
A última coisa em que pensa é na forma como ele a olha.
O quarto todo se aquece.
Falta coragem.
Leila sonha.

Bom primeiro do primeiro de um um pra nós.
K.