domingo, 9 de maio de 2010

A Guia.

Ele pediu pra ela ligar.
Ela ligou.
Tudo bem que ele insistiu pra ela telefonar depois das 16:00, mas ela era muito ansiosa e não agüentou esperar, ligou na hora do almoço com uma desculpa e um convite de um restaurante que queria conhecer, já na ponta da língua.
Do outro lado do telefone atende uma voz de mulher: - Quem quer falar com ele?
É a irmã ou a mãe ela pensou.
- É a Adriana, respondeu super gentil (è sempre bom causar uma boa primeira impressão na família .)
-Adriana de onde?- Pergunta uma voz brava do outro lado.
-Da Pinacoteca...Ela responde já sem graça.
-Que Pinacoteca? A outra deve com certeza ser a mãe, e um pouco desatualizada coitada!
-Da exposição de arte! Começou a perder a paciência.
-De que dia? A voz da outra passa de alterada á quase gritando.
- Desculpa, ele está ou não? Ela também desce do salto, odeia gente grossa. Foda-se a primeira impressão.
-Ele não está, mas eu sou a esposa dele, posso ajudar ?– Desafio na voz.
-AAaacho que, que, que sim- responde Adriana rápida, gaga e meio sem ar.
-Estamos fazendo uma pesquisa sobre os cidadãos de São Paulo e sua relação com a Pinacoteca do Estado.
-Ahhhhh, eu nunca estive lá - a outra baixa a guarda- É um lugar bonito?
Adriana, a tola, passa os próximos quinze minutos explicando a instalação.
Desliga o telefone com vontade de chorar.
Olhos negros são uma droga de decifrar!
Raios, raios, raios!
Na próxima vez que um lindo se aproximar, assim, sem mais nem menos, e começar um papo bobo que acaba levando de um café e para um jantar romântico, Adriana vai primeiro se certificar se todo aquele charme não tem uma cara metade esperando em casa.
Mas , dos males o menor.
Não tinha se apaixonado e encantamento é uma coisa que passa rápido.
Se fosse pensar muito desprendida, ainda tinha dado pra uma total desconhecida a dica de um lugar maravilhosos pra se estar...
Nem que seja sozinha.

Boa semana.
Bjos
K.

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