terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Os Três

Fim de ano é aquela loucura, tempo de refletir, de ver os velhos amigos, de sentar á mesa de um bar e dar muita risada. O tempo pára e nos pegamos analisando o que fizemos e de uma forma boba visualizando um futuro magnânimo, cheio de sonhos, como se a mudança do calendário pudesse nos dar um gás novo na realização de tudo aquilo que sonhamos viver.
Fim de ano também tráz aquela coisa família reunida, e vendo meus irmãos sentados ao redor da mesa, onde também estão nossos filhos e nossa mãe, eu me pego pensando como podemos ser tão diferentes e tão iguais.
Familia reunida é aquela bagunça, divagamos sobre o futuro, lembramos do passado, rimos e choramos de coisas boas ( e nem tanto) que lembramos. Brigamos por pontos de vista diferentes, fazemos piada uns dos outros, percebemos pequenos tiques que vão se acumulando, discutimos relação...
Somos três, muito distintos entre si...
Um é mais bélico, cuidador, nunca deixa de estar ao seu lado se "a chapa esquenta", mas se o tempo está ameno, quase não o vemos, está sempre correndo, trabalhando :"O" responsável...
A outra articulada, estourada e chorona, gosta de participar de tudo, de estar presente, de dar ombro, bronca, colo e claro, a chave da casa:"A" acolhida.
E tem também o caçula...
Ele é "A" música. Por ser música, cria um elo invisível entre todos os outros membros da família...Mais tranquilo e bom ouvinte sabe entender todos os lados. Como um bom conciliador, quando a coisa pega fogo ( e sempre pega entre o Responsavél e a Acolhida) ele aparece e coloca água fria para os ânimos se acalmarem...Ele lembra o porque estamos alí. O caçula guarda lembranças em caixas especiais. Ele sabe um segredo: "Que somos um por todos e sempre, sempre, todos por um " . Ele é a memória afetiva que não nos deixa esquecer.
A casa no fim de ano, está cheia de som, e como quando eramos pequenos, estamos todos juntos de novo, comendo a comida da mãe, ouvindo violão sentados no chão, contando estórias, ajeitando o jardim, experimentando doces e ficando juntos em silêncio até alguém começar a rir... Por um pequeno espaço de tempo, não somos só pais, voltamos a ser também filhos e aí então somos mais ainda irmãos... E o tempo passa devagar, e os dias correm sem a gente notar e em volta daquela mesa na sala de jantar, que agora está pequena pra Responsabilidade, a Música e a Acolhida sentarem com toda a bagagem que acumulamos no caminho, olhamos nossos filhos, olhamos nossa mãe e a vida toda que passou e ficamos tranquilos, sabendo que apesar de todas as diferenças entre nós, existe uma certeza de que naquela casa atulhada de gente nunca faltou nada...
Muito menos amor.

Feliz 2011!!
bjos
K.

2 comentários:

  1. Anônimo12/1/11

    So o Amor é capaz dessa sensação.
    Clã Saternus!!!
    Muito Feliz 2011, que seja simplesmente Duka!

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