sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Irene e o Sapo Boi.

Irene disse sem medo:"Eu te amo", e se fez de menina, de frágil e de santa. Um pouco perdida e um pouco pirada, no descontrole emocional: "te amo, te amo, te amo".
Ela repetiu tantas vezes que quase ela MESMA acreditou.
Dentro daquela enorme lucidez solitária, ela achou que os dois poderiam ser felizes, apesar de não saber onde encaixar na vida dela os erros de português dele, a mania idiota que ele tinha de enxugar um á um os dedos dos pés depois do banho antes deles transarem, os comentários insossos sobre a vida, retirados direto de um pára-choque de caminhão.
Ela estava quebrada por dentro e fingia que aquilo tudo não importava, porque precisava acreditar que daria certo...sim ela precisava.
Ela dizia que não fazia diferença ele ser mais baixo, mais burro, mais duro que ela. Irene se convencia de que na realidade era o corpo dela junto ao dele que importava, porque nesse único quesito eles erm perfeitos, uma sinfonia afinada!
Ela queria viver um amor, nem que tivesse que inventar um.
Ela não queria mais voltar para casa fria e sozinha, e ter como companhia os passos dela ecoando no chão frio da cozinha.
Irene queria ser especial.
E para isso ela mentiu para ele, falou que o amava e o ego dele inflou. Ela inventou qualidades que ele não tinha e ele acreditou. Ela disse que ele era belo,e inteligente, engraçado e culto, e forte e sensivel, e foi tão intensa e tão convincente que ele acreditou.
E acreditando ele se viu como ela inventou e acabou se achando muito, e tão grande, tão bom....bom demais para ela.
Então ele a largou.
Irene quer viver um amor.
Nem que seja de mentira.

Pobre Irene.
Pobre amor.

bjos K.

Um comentário:

  1. Valorizar (ou super valorizar) o ooutro pode, o que não pode é se menosprezar pra isso. Acorda, Irene! bjos

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