segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Balcão da Nossa Antiga Casa.

Passei um tempão sem conseguir escrever...
Não foi falta de vontade, mas uma desorganização interna tão grande que não conseguia sentar e colocar as palavras em ordem.
Eu, quando fico quieta, ou estou amando, ou estou sofrendo.
Não vou dizer qual foi, mas posso contar que esse periodo em silêncio serviu para pôr a casa em ordem.
Já tinha ouvido falar mil vezes em crise de identidade, a crise dos trinta, dos quarenta... Nunca dei muita bola para isso, mas estou inclinada a achar que realmente existe.
Penso que não é bem uma crise, mas sim uma vontade imensa de sentar, olhar para trás e aceitar que o tempo passou, que seu passo mudou e que talvez essa mala enorme que você carrega ao longo do caminho, não seja assim mais tão necessária.
Reciclagem é a grande palavra de ordem.
Não deixamos de gostar de certas coisas, apenas aprendemos que em excesso, não faz bem.
Não deixamos de gostar de certas pessoas, entendemos que a vida aconteceu, e nesse momento não existe nada mais que ligue vocês, só um passado bonito, que vale ser lembrado, mas que é impossivel e improvável ser (re) vivido.
A grande força que vem com o tempo, é saber abrir mão daquilo que estamos mais acostumados. Deixar o cobertor de segurança cair e criar coragem pra começar de novo e de novo se necessário, sabendo que apesar do medo, somos capazes de enfrentar mais esse desafio, porque é apenas mais um, de tantos ainda que virão.
Talvez a maior prova de amor seja deixar ir.
Não se segurar desesperadamente em lembranças que já estão desbotadas de tanto que foram usadas.
Uma caixa puída pelo tempo.
Um empalidecer amoroso.

Amigo..Falta cor naquele balcão iluminado de nossa casa. Aquele onde nós sentávamos para sonhar.
Lembra? De lá podiamos ver o mar.

Quando não resta mais nada a falar, quando não existe mais nada pelo que brigar, quando a voz cala embargada, é momento de dizer adeus.
Se formos otimistas ( eu sempre fui ,você sabe)
e se tivermos fé...(não te contei mas aprendi a rezar)..
Podemos até dizer:
- Até breve!
As estradas que me levaram até você são infinitas.
Que você seja feliz
(meu querido). 

E eu também

Respira fundo e sorria!
bjos
K.

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