sábado, 1 de janeiro de 2011

Cautelosa.

Leila não sabia direito o que dizer, então só deu risada.
Já havia se visto em situações parecidas antes.
Já havia notado que despertava uma curiosidade maior do que o necessário, e que aquele olhar fixo a seguia onde quer que fosse e mostrava intenções escondidas. Ficava lisongeada mas sabia que ele imaginava como ela seria, que gosto teria.
Leila estava acostumada a causar essa diversidade de impressões.
O que não sabia, o que na verdade era o fantasma que a perseguia, era como fazer esse impacto não ser só mera curiosidade e durar.
Esse era o segredo que ela tentava desvendar.
Lembrou cansada do outro, o último, aquele que chegou como um verdadeiro cavalheiro e ouviu suas histórias, riu das suas piadas, falou sobre música, arte e literatura. Aquele que parecia ter em mãos a cartilha preparada de tudo o que ela gostava, aquele outro que parecia perfeito, feito sob encomenda.
Ela impressionada até brincava dizendo:
- Vou casar com você.
Não casou e muito se decepcionou.
No final não sobrou nem vontade de ouvir falar dele.
Ruim marcar assim. Gosto amargo.
Com "Esse" ela tomava mais cuidado. Esse tinha braços delgados , pele macia e lindos olhos safados. Toda vez que se viam era a mesma sensação, ele a deixava encabulada, coisa a qual não estava acostumada.
Ela nunca teve coragem de mostrar, mas sabia que ele sabia. Estava claro na forma como ele a olhava. Ela não consegue dizer nada.
Os dias passam, e Leila se pergunta, se valeria a pena tentar outra vez...
Ela se pergunta isso toda noite, antes de fechar os olhos ...
A última coisa em que pensa é na forma como ele a olha.
O quarto todo se aquece.
Falta coragem.
Leila sonha.

Bom primeiro do primeiro de um um pra nós.
K.

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