quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O outro lado do espelho.

Conversando com uma amiga indignada porque mais um relacionamento dela tinha ido por água abaixo, me veio a inspiração para escrever esse texto.
Minha amiga é super organizada, gosta de tudo no lugar, nunca se atrasa, não bebe, nem fuma e para ela, um dia perfeito é ver um filme francês e depois tomar um café na Pinacoteca. Pois bem, ela se encantou por um skatista, roupa larga, alargador de orelha, que fala um monte de gíria e adora passar tardes fazendo rapel. Ela me pergunta aonde foi que errou...Lógico que de fora, fica fácil achar o ponto onde esse romance azedou...Mas ela não notou, porque ainda está no encantamento de “os opostos se atraem”.
Verdade, os opostos realmente chamam a atenção um do outro, mas eles também têm a imensa capacidade de enlouquecer a outra metade. Passado aquele primeiro momento do encantamento e das descobertas, tudo o que parecia engraçadinho e “fofo”, passa a ganhar cores fortes até quase virar caso policial. Não pensem vocês que minha amiga está sozinha nesse lugar, nãooooooo...Eu também sou especialista em gostar daquilo que me é totalmente estranho. Quando menina, em Israel, morei um tempão com um cara super gente fina, que era calmo, tranqüilo, discreto, bom moço...Nossa casa vivia em um silêncio harmonioso e eu quase ENLOUQUECI!
Não haviam coisas feitas fora de hora, não haviam discussões acaloradas, debates por pontos de vista distintos, briguinhas que terminavam entre lençois...Somente, paz e amor e rotina... Parece fácil? Não foi! Eu preciso de barulho, de bagunça, de risadas altas. Aquele ar de mosteiro Tibetano me deixava quase surtando. O paraíso de umas, era meu inferno pessoal.
Acho que o certo é, logo no começo já mostrar quem se é de verdade.. O erro da minha amiga foi que mesmo detestando, ele ia ver o tal namorado andar de Skate horas á fio... E passado um tempo, quando ela reclamou que achava um porre, ele surpreso respondeu: Achei que você adorava! Meses de enganação para agradar!
Não se deve em um relacionamento “vender gato por lebre”, é óbvio que existem concessões, você vai pelo prazer de estar na companhia do outro...Mas daí a fingir AMAR música sertaneja, quando na verdade você gosta mesmo é do bom e velho Rock’n Roll... já são outros quinhentos.
Não tem nada errado em ser diferente, só não vale fingir ser igual pra depois fazer dessa equação uma batalha de opostos.
Como dizia o tal músico: “ Saber amar, saber deixar alguém te amar”
E pra isso não dá pra fingir.

Hoje tô querendo mais..
bjos K.

2 comentários:

  1. Não sei se é pior fingir amar música sertaneja para conquistar alguém ou tentar se obrigar a gostar da tal música por acreditar que isso é o que falta para agradar esse alguém.

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  2. HUmmm..isso dá outro texto...GOOD QUESTION MY DEAR!

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