sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Chuva Forte.

Janaina abriu o jornal com preguiça, o dia estava morno, nada pra fazer, ia ficar na cama.
Abriu o jornal sem intenção de nada e foi com surpresa que deu de cara com uma foto dele, estampada em uma coluna qualquer, segurando uma criança todo contente. Janaina sentiu o coração bater acelerado e dolorido. Há quanto tempo não se viam? Uns três anos talvez. Cálculos mentais rápidos e sim.. Aquela criança era o filho dele.
Janaina primeiro sentiu vontade de chorar, na verdade nem sabia ao certo porque...Nunca tinha pensado em ter filhos com ele. Analisando o mais friamente a emoção,Jana percebeu que o choro contido trazia represado a promessa do que poderia ser e não foi. Ali naquela foto discreta no jornal, estava toda a negativa dele, todo o pouco se dar, toda a falta de interesse que acabou com ela e afastou os dois.
Aquela foto representava a prova de que a vida dele seguiu adiante, sem nenhuma lembrança dela. E embora Janaina ainda pensasse nele quando ouvia certas músicas, quando passava na Marginal, quando revia certos conceitos, ela percebeu que na memória dele já não havia lugar pra ela.
Jana fechou o jornal, deitou-se na cama e chorou.
No banheiro o som da água cessou, era o novo amor de Jana, que voltou pra cama correndo. Ela se aninhou em seus braços e se sentiu amparada.
Tentou se manter calada.
Existem amores que doem, quando o tempo muda, como feridas antigas.
E lá fora, começou a chover torrencialmente.

Esperando dias de sol...
Bjos
K.

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